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Energia

- Publicada em 16 de Novembro de 2018 às 01:00

Três grupos disputam complexo eólico da Renova

Será possível escolher entre Pequenas Centrais Hidrelétricas, biomassa, eólica e solar

Será possível escolher entre Pequenas Centrais Hidrelétricas, biomassa, eólica e solar


/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
A AES Tietê, a Aliança Energia e a Rio Energy estão na disputa pelo Complexo Eólico Alto Sertão III, da Renova Energia. Avaliado em cerca de R$ 700 milhões, o negócio envolve um projeto de 400 megawatts (MW) no interior da Bahia - é energia suficiente para abastecer uma cidade de 1,6 milhão de pessoas. A venda do projeto ou uma capitalização na holding para conclusão do empreendimento deve ser fechada ainda neste ano.
A AES Tietê, a Aliança Energia e a Rio Energy estão na disputa pelo Complexo Eólico Alto Sertão III, da Renova Energia. Avaliado em cerca de R$ 700 milhões, o negócio envolve um projeto de 400 megawatts (MW) no interior da Bahia - é energia suficiente para abastecer uma cidade de 1,6 milhão de pessoas. A venda do projeto ou uma capitalização na holding para conclusão do empreendimento deve ser fechada ainda neste ano.
Fundada em 2001, a Renova tem como sócios a estatal mineira Cemig; a Light, do Rio de Janeiro; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes); e a RR Participações. Até agosto deste ano, Alto Sertão III estava sendo negociado com a canadense Brookfield, apontada como a favorita a concluir a transação. A gestora tinha interesse nos ativos que complementariam seus projetos de energia renovável, mas as negociações não foram adiante.
Uma fonte ligada aos sócios da Renova afirmou que, além da venda total dos parques, há outras alternativas em análise. A entrada de um sócio por meio da capitalização da holding seria uma delas. Nesse caso, o empreendimento seria concluído, podendo ser vendido posteriormente por um preço mais alto, afirmou uma fonte.

Hoje, o projeto está com 87% dos investimentos concluídos. No total, foram gastos, até agora,
R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 900 milhões de dívidas com o Bndes - originalmente, esse valor era de R$ 650 milhões, referente a um empréstimo ponte que vem sendo renovado a juros altos. Para concluir o projeto, faltam
R$ 325 milhões.

A empresa tem pressa para definir o futuro do complexo eólico. Com a paralisação das obras, a companhia tem sido obrigada a comprar energia no mercado à vista todo mês para cumprir contratos firmados no mercado. A Renova tem cerca de 100 MW de energia de Alto Sertão III vendida em contrato.
O empreendimento faz parte de um conjunto de três complexos eólicos levantados pela Renova na Bahia. Os dois primeiros, que somam quase 700 MW de potência instalada, já foram vendidos. O primeiro foi adquirido pela Brookfield e o segundo pela AES Tietê, que, no ano passado, desembolsou R$ 600 milhões pelo ativo e, agora, avalia a compra do terceiro complexo.
A aquisição de Alto Sertão III representaria um ganho de escala e eficiência para a empresa controlada pelo grupo norte-americano, que vendeu, neste ano, a Eletropaulo e já afirmou que quer apostar em energia renovável no Brasil. Procurada, a AES Tietê informou, por meio de nota, que a companhia "está atenta a todas as oportunidades do setor, mas não comenta sobre rumores de mercado".
Outra empresa que tem interesse no complexo eólico é a Aliança Geração de Energia, uma joint venture formada em 2015 por Cemig e Vale. O grupo tem sete usinas hidrelétricas, com capacidade de 1.158 MW, e um parque eólico de 98,7 MW. Procurada, a empresa afirmou que não comentaria o assunto.
A Rio Energy, da gestora internacional Denham Capital, tem parques eólicos na mesma região onde está localizado Alto Sertão III. A companhia não retornou os pedidos de entrevista.
A Renova foi uma das primeiras empresas a apostar na energia eólica no Brasil. Em 2010, com um portfólio robusto de projetos no Nordeste, a companhia abriu o capital na Bolsa de Valores de São Paulo, hoje B3, e atraiu a atenção de vários investidores, como Cemig e Light. Mais tarde, a empresa fechou uma parceria frustrada com a norte-americana SunEdison. O negócio obrigou o grupo a fazer uma rígida reestruturação, com novos aportes de sócios e venda de ativos. A dívida da holding é de R$ 1,3 bilhão, sendo 65% com os sócios.
Atualmente, a empresa tem três pequenas centrais hidrelétricas (PCH), de 41,8 MW; e participação de 51% da Brasil PCH, dona de 13 usinas espalhadas pelo Brasil, com capacidade de 148,4 MW. Procurada, a Renova não quis se pronunciar.

Produção no País atinge marca de 14 gigawatts em 568 parques e mais de 7 mil aerogeradores em 12 estados

A produção de energia eólica no Brasil atingiu a marca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os dados referentes à medição de setembro foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e mostram que o total da produção dessa matriz energética é equivalente à mesma capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil.
No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em 568 parques eólicos e mais de 7 mil aerogeradores em 12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a maior parte da produção. O Rio Grande do Norte aparece em primeiro lugar, com 146 parques e 3.949,3 megawatts (MW) de potência. Em seguida, vem a Bahia, com 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques instalados.
"A fonte eólica tem mostrado um crescimento consistente, passando de menos de 1 GW, em 2011, para os 14 GW de agora, completamente conectados à rede de transmissão. Em média, a energia gerada por essas eólicas equivale, atualmente, ao consumo residencial médio de cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas)", informou a associação.
De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nordeste, a carga ultrapassa 70% da energia produzida na região.
"O dado mais recente de recorde da região é do dia 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da demanda foi atendida pela energia eólica, com geração média diária de 7.839,65 MWmed (megawatts médio) e fator de capacidade de 76,58%. Nessa data, houve uma máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar, também, que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador de energia durante todo o dia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é, por natureza, importador de energia", disse a Abeeólica.