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Infraestrutura

- Publicada em 17 de Agosto de 2018 às 01:00

Bndes promete liberar mais recursos para setor de energia

Dos 13 gigawatts atualmente instalados em parques eólicos, 12 gigawatts foram financiados pela instituição

Dos 13 gigawatts atualmente instalados em parques eólicos, 12 gigawatts foram financiados pela instituição


/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai fechar o ano com desembolso de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, informou a superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera. O valor é maior do que a expectativa da instituição no início do ano e também um pouco maior do que os R$ 13,4 bilhões de 2017.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai fechar o ano com desembolso de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, informou a superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera. O valor é maior do que a expectativa da instituição no início do ano e também um pouco maior do que os R$ 13,4 bilhões de 2017.
Segundo a executiva, a carteira total do setor elétrico do banco é da ordem de R$ 150 bilhões, sendo R$ 30 bilhões referentes a projetos eólicos. Dos 13 gigawatts atualmente instalados em energia eólica no País, 12 gigawatts foram financiados pelo Bndes.
Normalmente destinados a investidores que participam dos leilões do governo para venda no mercado regulado de energia, os recursos do banco agora também estão disponíveis para projetos nos mercados livres e spot, observou Carla Primavera, uma tendência diante do recuo da demanda das distribuidoras devido à recessão econômica.
"Podemos oferecer financiamento que seja combinado com o ambiente livre e regulado", explicou a executiva, que prevê que, no próximo leilão de compra de energia para 2024 (A-6), essa alternativa será utilizada. O prazo do financiamento no mercado livre gira em torno de quatro a 10 anos.
Ela disse que o banco está preparado para financiar até 100% da venda de energia no mercado livre, mas que os próprios agentes ainda preferem ter um pedaço da energia adquirida no mercado cativo - que tem conexão com linhas de transmissão garantida e outras proteções regulatórias - e outra no mercado livre para aproveitar preços mais realistas.
"Depende do amadurecimento desses investidores. No último leilão (A-4), isso já aconteceu", disse. Ela informou que as condições de financiamento para o leilão previsto para 31 de agosto serão as mesmas do leilão do primeiro semestre.
No leilão realizado pelo governo no início do ano (A-4), a EDF vendeu energia barata no mercado cativo e deixou parte do projeto para venda no mercado livre.
De acordo com a executiva, a tendência, daqui para frente, é que o mercado regulado tenha uma participação menor na carteira do projeto que será construído do que o mercado livre ou spot. "Todos os nossos clientes nos procuraram para o próximo leilão, eles costumam fechar antes os contratos nos mercados livre ou spot e depois procuram o banco", disse Carla.

Serviços do segmento elétrico têm aprovação de 76% dos consumidores

Dados da pesquisa de satisfação dos consumidores residenciais de energia elétrica mostram que 76% dos entrevistados avaliaram positivamente os serviços prestados pelas empresas de energia. Os números, divulgados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energias Elétrica (Abradee), mostram que o índice se manteve praticamente estável com relação ao ano passado, quando a satisfação ficou em 76,8%.
No total, foram entrevistados 23,6 mil consumidores em 856 municípios dos estados brasileiros. Muitos dos que se mostraram insatisfeitos relataram problemas na comunicação das empresas em caso de cortes de energia programados ou orientações para o uso adequado de energia. No entanto, do total de entrevistados, 70,3% disseram estar satisfeitos com as informações prestadas pelas distribuidoras. Este foi o item com avaliação mais baixa, atrás de outros como atendimento, fornecimento e conta de luz.
O resultado deste ano mostra aumento em relação ao registrado no ano passado, quando apenas 66,2% dos entrevistados se disseram satisfeitos. A conta de luz permanece como o item melhor avaliado, com 81% de satisfação.
O resultado é menor do que o verificado no ano passado, quando 85,7% se disseram satisfeitos. Foram avaliados itens como o prazo entre recebimento e data de vencimento, conta sem erros de informação e disponibilidade de locais para pagamentos.
De acordo com o presidente da Abradee, Nelson Leite, o resultado reflete a disputa sobre o aumento do repasse cobrado pela Caixa Econômica Federal para o pagamento das contas nas lotéricas.
"O resultado demonstra alguns casos bem específicos e bem localizados de dificuldades com os contrato entre as distribuidoras e a Caixa, que pretendia aumentar em 50% o valor cobrado por conta arrecadada. As distribuidoras recusaram, em alguns locais houve ruptura de contrato, e isso apareceu no resultado da pesquisa", disse.
Em comparação com as diferentes regiões do País, os dados da pesquisa mostram que a Região Sul apresenta o maior índice de satisfação, com 82,8%, resultado abaixo do apurado em 2017, quando o índice atingiu os 87,8% de satisfação.
Em seguida, aparece a Região Sudeste com 78,3% de satisfação, contra 75,4% registrado no ano passado. Já na Região Nordeste, o índice de satisfação foi de 72,4%, abaixo dos 77,6% verificado em 2017. O Norte e o Centro-Oeste aparecem com satisfação de 67,9%, pouco abaixo dos 68,2% registrados em 2017.
Nos últimos 10 anos, a média de satisfação apurada do País ficou em 77%. Já o percentual de satisfação no Sul foi de 86%. Nas regiões Nordeste e Sudeste, foi de 77%; e no Norte e Centro-Oeste, de 68%.
"Os resultados mostram uma melhoria da percepção do consumidor em relação a qualidade do fornecimento. Isso reflete a melhoria dos indicadores de qualidade relativos a duração e frequência da interrupção de energia elétrica que apresentaram queda significativa nos últimos anos. O consumidor percebeu isso e manifestou essa percepção na pesquisa", disse Leite.
 

Pessoas físicas e empresas buscam geração própria para escapar da alta das contas de luz

O potencial brasileiro para a geração de energia eólica e solar não desperta apenas o interesse de investidores. Muitos consumidores - pessoas físicas e empresas - buscam esses modais para gerar sua própria energia e escapar dos frequentes aumentos da conta de luz.
Na área de telefonia, a Oi vai investir R$ 30 milhões na construção de duas usinas de energia solar em Minas Gerais. Entre 2015 e 2017, a participação da energia limpa no consumo próprio da empresa subiu de 15,8% para 22,4%. Para o próximo ano, a tele planeja ainda investir em energia eólica.
A Claro vai na mesma direção: quer gerar 80% da energia que consome. Já investe em energia solar e tem planos de construir mais 20 usinas solares e quatro parques eólicos. A meta é reduzir as despesas em 30%.
O potencial nesse segmento é grande. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum, essa fonte será a segunda maior do País em 2019, ficando atrás da hidrelétrica. O potencial brasileiro de geração eólica é estimado em 500 gigawatts (GW), o triplo da capacidade instalada hoje.
"O setor tem atraído muitos investidores. O próximo leilão de energia, que será realizado no final deste mês, é para gerar 1 GW. E já temos projetos de eólica na disputa que somam 27 GW", destaca Elbia.
De olho nos números, a Enersud desenvolveu uma tecnologia própria para permitir a instalação de turbinas eólicas de menor porte para consumidores gerarem sua própria energia. Porém é preciso ficar atento à incidência dos ventos, que precisam ter uma velocidade de 30 quilômetros por hora.
A geração própria já é uma realidade na energia solar, que representa 23% do total gerado no Brasil. Um exemplo é o da fabricante de produtos de limpeza Limppano. A empresa investe R$ 150 mil na aquisição de placas solares para iluminar e também aquecer a água de sua fábrica em Queimados, na Baixada Fluminense. E, assim como a eólica, a solar tem espaço para crescer. O Brasil tem potencial de 28.500 GW, mas só explora 1,3 GW.