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Tributação

- Publicada em 29 de Janeiro de 2020 às 03:00

Brasil negocia simplificação e redução de impostos com parceiros

Paulo Guedes diz que acordos serão graduais  para assegurar competitividade da indústria brasileira

Paulo Guedes diz que acordos serão graduais para assegurar competitividade da indústria brasileira


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL/JC
O ministro Paulo Guedes (Economia) se reuniu com o chanceler do Erário do Reino Unido, Sajid Javid, posto correlato ao de ministro da área econômica. O ponto central do encontro, realizado durante o Fórum Econômico Social em Davos, na semana passada, foi a negociação do acordo para evitar bitributação ente os dois países. "Taxa sobre serviços técnicos e preços de transferência são dois últimos obstáculos a serem removidos", disse Guedes.
O ministro Paulo Guedes (Economia) se reuniu com o chanceler do Erário do Reino Unido, Sajid Javid, posto correlato ao de ministro da área econômica. O ponto central do encontro, realizado durante o Fórum Econômico Social em Davos, na semana passada, foi a negociação do acordo para evitar bitributação ente os dois países. "Taxa sobre serviços técnicos e preços de transferência são dois últimos obstáculos a serem removidos", disse Guedes.
A negociação com representantes de governos fez parte da agenda da equipe econômica durante o Fórum. Guedes também se reuniu com representantes da EFTA, associados de livre comércio que reúne Finlândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein, para alinhar pontos do acordo comercial. "Queremos acordo com Coreia do Sul, Japão e Canadá. Tudo gradual, para dar tempo de conseguirmos juros baixos, desregulamentação, simplificação e redução de impostos. Tudo gradual, para assegurar competitividade da indústria brasileira", disse o ministro.
Está em discussão ainda a adesão do Brasil ao GPA (Government Procurement Agreement) da OMC (Organização Mundial do Comércio) que, pelos cálculos da equipe econômica, abre mercado de US$ 1,7 trilhões (R$ 7,1 trilhões) para empresas brasileiras e impede a corrupção em compras do governo.adesão ao GPA é considerado passo importante para a ambição do governo Jair Bolsonaro de colocar o Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). "Temos trabalhado em busca de melhores práticas, mais transparência, combate à corrupção, abertura da Economia", disse Guedes.
 

IR e INSS poderão ser pagos por meio de fintechs

A partir do mês que vem, contribuintes poderão usar contas em fintechs para pagar impostos federais, como guias de recolhimento do INSS e Imposto de Renda (IR). A autorização foi publicada pelo Ministério da Economia. Pela regra anterior, apenas bancos tradicionais, com convênio com a Receita Federal, poderiam fazer o recolhimento dos tributos.
O processamento dos pagamentos feitos ao Fisco é um serviço prestado por instituições financeiras ao governo. Para recolher a guia de Previdência, por exemplo, 17 bancos estão cadastrados. O objetivo da nova norma, que entra em vigor em 3 de fevereiro, é ampliar esse mercado.
Segundo o ministério, as fintechs já podem se credenciar junto à União. Os bancos digitais, no entanto, não serão remunerados por operação, como ocorre com os convencionais. Hoje, bancos recebem R$ 0,60 por boleto pago pela internet e R$ 1,39 pelos quitados na boca do caixa.
Procurada, a Febraban, que representa os grandes bancos, disse que vê a medida como positiva:
"A portaria permite que o pagamento de tributos federais seja feito por canais digitais, uma prática que já se consolidou no pagamento de boletos de pagamento".
Para especialistas, a mudança vai impulsionar a expansão das fintechs. "A abertura de uma nova frente amplia o portfólio de produtos e serviços oferecidos por essas empresas", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Corretora.
Alexandre Espírito Santo, economista da Órama e professor do Ibmec-RJ, afirma que a decisão colabora para reduzir a concentração bancária. "O setor bancário no Brasil é concentrado, e esse movimento tende a diminuir essa concentração."
O crescimento das fintechs - como são chamadas as start-ups financeiras e os bancos digitais - também exigiu atender a uma demanda dos clientes: um local para sacar dinheiro. Mesmo com a não cobrança de tarifas em cartões de débito e crédito, 60% dos brasileiros ainda utilizam o papel-moeda como principal meio de pagamento. Visando a esse público, fintechs estão utilizando supermercados, padarias e lojas como caixa.
 

'Imposto do pecado' sobre cigarros, bebidas alcoólicas e açúcar gera polêmica no governo

Chocolates e bebidas alcoólicas são alvos potenciais do novo tributo

Chocolates e bebidas alcoólicas são alvos potenciais do novo tributo


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que pediu à sua equipe estudos para a criação de um "imposto do pecado", foi contestada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A ideia defendida por Guedes é de que cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar sejam sobretaxados por um novo tributo. "Eu pedi para simular tudo. Bens que fazem mal para a saúde. Caso as pessoas queiram fumar, têm hospital lá na frente", disse o ministro.
Já Bolsonaro negou a possibilidade de criação do imposto sobre produtos que podem fazer mal à saúde. "Aumentar cerveja não. Está descartado", disse o presidente. "Não teremos qualquer majoração de carga tributária. Houve também um ruído muito forte de que estaríamos criando dois pedágios. Zero a possibilidade disso", afirmou Bolsonaro.
Guedes defendeu a inclusão de produtos como refrigerantes, sorvetes e chocolates na nova taxação. Ele usou o termo "imposto do pecado" para defendê-la, mas disse que a expressão é acadêmica (do inglês "sin tax") e não tem juízo moral. "Paulo Guedes, desculpa aqui, você é meu ministro, te sigo 99%, mas aumento de imposto para cerveja não", afirmou Bolsonaro, destacando que "não tem como aumentar carga tributária no Brasil", disse Bolsonaro.
Em novembro do ano passado, o ministro já tinha mencionado a possibilidade de tarifação para desestimular o consumo de produtos que, no futuro, causam custos ao Estado, como o cigarro. De acordo com o ministro, a proposta do governo para a reforma tributária está próxima de uma conclusão e deve chegar logo ao Congresso.