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JC Contabilidade

- Publicada em 27 de Agosto de 2019 às 16:13

Vender no exterior não é só para companhias grandes, diz especialista

Ana Cláudia diz que vendas externas ajudam na competição nacional

Ana Cláudia diz que vendas externas ajudam na competição nacional


/APEX BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
As empresas brasileiras precisam ficar atentas se o destino de suas mercadorias inclui países do Mercosul e União Europeia. O acordo de livre mercado entre os blocos e seus impactos na economia brasileira têm sido pauta nos últimos meses. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo pode adicionar quase US $ 10 bilhões em exportações do Brasil para a UE. Negociado por mais de 20 anos, representa o maior pacto comercial já firmado por ambas as partes, com a criação de um mercado de 780 milhões de consumidores.
As empresas brasileiras precisam ficar atentas se o destino de suas mercadorias inclui países do Mercosul e União Europeia. O acordo de livre mercado entre os blocos e seus impactos na economia brasileira têm sido pauta nos últimos meses. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo pode adicionar quase US $ 10 bilhões em exportações do Brasil para a UE. Negociado por mais de 20 anos, representa o maior pacto comercial já firmado por ambas as partes, com a criação de um mercado de 780 milhões de consumidores.
O Brasil exportou mais de US $ 42 bilhões para a UE em 2018, aproximadamente 18% do total exportado pelo país. Isso significa que, ao reduzir as alíquotas e as legislações, o acordo oferece oportunidades de negócios ainda maiores para as empresas nacionais. No entanto, o pacto também ressalta a necessidade de mudança nas políticas das empresas nacionais.
A TMF Group no Brasil elencou as principais características que devem ser adotadas pelas empresas brasileiras para que elas possam participar ativamente do acordo e que devem ser observadas.
Todos os alimentos importados devem cumprir os padrões da UE - as regras se aplicam a todos os produtos vendidos na UE, sejam produzidos internamente ou importados, então as empresas brasileiras precisam se assegurar que estão em conformidade com todas asregras. Por exemplo: garantir informações adequadas e transparentes sobre a origem, conteúdo e rotulagem.
Compromissos relativos à inspeção do trabalho e à saúde e segurança no trabalho - as empresas que pretendem fazer acordos comerciais nos países da UE devem assegurar que os direitos trabalhistas fundamentais, definidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), são cumpridos e respeitados.
Acordos comerciais não devem acontecer às custas do meio ambiente - segundo o acordo, as empresas devem promover o desenvolvimento sustentável e concordar em não baixar os padrões ambientais, a fim de promover o comércio e atrair investimentos. O acordo também incorpora o chamado "princípio da precaução". Se houver alguma suspeita de desmatamento ou uso de agrotóxicos não permitidos na UE, o bloco econômico pode vetar a importação do produto brasileiro, mesmo quando a análise científica não é conclusiva.
Sólidas disposições relativas aos direitos de propriedade intelectual - o Brasil comprometeu-se a atualizar sua legislação relacionada a propriedade intelectual com base em padrões internacionais de legislação. Exemplos dessa estratégia são a seção de direitos autorais e a seção de marcas registradas, à qual as empresas terão que obedecer.
Essas dicas não são apenas para companhias de maior parte. Boa parte dos pequenos empresários acredita que exportar é coisa para empresa grande. Mas, com o devido planejamento, companhias de qualquer tamanho podem se aventurar por mercados estrangeiros, diz Ana Cláudia Barbosa, gerente de qualificação e competitividade da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
O órgão oferece um serviço gratuito para ajudar as empresas a levar seus produtos para o exterior. O Peiex (Programa de Qualificação para Exportação) atua em 22 estados em parceria com universidades e federações de indústria. Desde 2008, já atendeu mais de 23 mil companhias.
Transparência e o uso de padrões internacionais - Diferentes regulamentações técnicas e regras/padrões para produtos de outros mercados podem ser um grande obstáculo para os exportadores, porque eles impõem custos extras para adaptação. O acordo promove a transparência e o uso de padrões internacionais para facilitar o acesso ao mercado, ao mesmo tempo em que protege os níveis de proteção que cada parte considera adequados.
Como os pequenos negócios olham para a possibilidade de exportar?
Ana Cláudia Barbosa - Ou o empresário acha que exportação é coisa só para grandes empresas ou ele decide exportar da noite para o dia, porque teve um excedente na produção e não sabe o que fazer com aquilo. O que eu diria é, mesmo que o empreendedor não pense em exportar agora, ele deve buscar se capacitar para isso. Aí, no futuro, de forma paulatina e muito planejada, ele vai conseguir colocar as exportações dentro da sua estratégia. Com o mundo globalizado, temos cada vez mais produtos de outros países nas nossas prateleiras e precisamos olhar para fora também. Uma boa forma de começar é participar como observador de feiras internacionais, para ver como os outros países apresentam aquele produto -por exemplo, qual é o preço e quais as diferenças em relação ao dele.
Além do aumento das vendas, quais são as principais vantagens de exportar?
Ana Cláudia - A exportação vai trazer para esse empresário alguns conhecimentos muito importantes na competição dentro do próprio mercado brasileiro. Quando decide se capacitar para exportar, ele automaticamente leva os conhecimentos que absorveu no mercado externo, que é mais competitivo e exigente, para sua produção interna. Ele também vai ter um ganho de imagem, porque as redes varejistas nacionais vão entender que o seu produto está num outro patamar. E ele ainda vai reduzir a dependência do mercado interno, diversificando o seu risco.
Qual é a dúvida mais comum entre os empreendedores que querem levar seus produtos ao exterior?
Ana Cláudia - A maioria dos empresários alega que precisa de financiamento, mas todas as linhas são muito caras. Mas a verdade é que quase todo sistema financeiro oferece linhas vantajosas. Escolher a melhor linha de financiamento é um passo importante, porque ele precisa disso para exportar. Até porque, se ele usar capital próprio, pode ficar descapitalizado na hora em que precisa melhorar a sua produção para a exportação.
Como decidir para onde exportar?
Ana Cláudia - O brasileiro, em geral, quer muito exportar para os Estados Unidos. Mas nós orientamos que as empresas comecem por mercados da América Latina, com os quais o Brasil tem maior proximidade cultural e facilidade de trânsito de mercadorias.
Por que é mais difícil exportar para os Estados Unidos?
Ana Cláudia - A grande questão é a competitividade. O mercado americano tem produtos de todos os países do mundo. E, para entrar ali, é preciso ser muito ágil, porque o americano é extremamente pragmático, exigente no cumprimento de prazo e não perdoa falhas. Além disso, tudo tem que ser adaptado para o mercado do país, onde a legislação de proteção ao consumidor é enorme. Na Europa, acontece a mesma coisa. Ali, o consumidor também é muito exigente, principalmente em relação à sustentabilidade. Na Ásia, a dificuldade é ainda maior por causa da distância, da diferença cultural e da língua.
É importante, então, que a empresa ganhe experiência antes de ir para esses mercados?
Ana Cláudia - Exatamente. Uma opção é que ela comece exportando indiretamente, por meio de uma comercial exportadora [empresas que compram mercadorias no mercado interno para exportação]. Se quiser avançar mais, pode ir para a exportação própria e iniciar por mercados latinos e africanos, onde a necessidade de produtos básicos é grande e os consumidores não são tão exigentes. Depois disso, o empresário pode começar a se aventurar de forma segura por mercados mais exigentes, já que estará mais familiarizado com os processos de exportação. Mas isso não quer dizer que empresas brasileiras não possam começar a exportar por esses mercados.
Qual deve ser a principal preocupação do empresário ao entrar num novo mercado?
Ana Cláudia - Para fazer uma exportação mais adequada e com menor risco, é fundamental que ele avalie a cultura local. Mesmo na América Latina, os países não são iguais. Então, é preciso identificar como culturalmente aquele lugar vê o produto, se o consome e de que forma faz isso. As exigências de cada país também são muito diferentes -em relação desde as informações que precisam estar na embalagem até componentes que não são permitidos ali. Também é importante olhar se o Brasil tem acordos bilaterais que possam favorecer esse exportador.
Agência Folhapress
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