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JC Contabilidade

- Publicada em 19 de Junho de 2019 às 03:00

Das pilhas de documentos à auditoria 4.0

Gomes buscará consolidar a instituição como principal fonte de conhecimento e capacitação

Gomes buscará consolidar a instituição como principal fonte de conhecimento e capacitação


/IIA BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
Paulo Gomes
No anos 1980 falar em auditoria de sistema significava quebra de tabu. A internet, que acaba de celebrar 30 anos, era ainda embrionária. Nessa era, as auditorias internas atuavam praticamente no ambiente operacional, focadas em análises de atividades financeiras e administrativas.
No anos 1980 falar em auditoria de sistema significava quebra de tabu. A internet, que acaba de celebrar 30 anos, era ainda embrionária. Nessa era, as auditorias internas atuavam praticamente no ambiente operacional, focadas em análises de atividades financeiras e administrativas.
Nessa época o Instituto dos Auditores Internos do Brasil - IIA Brasil, publicou normas internacionais que continham recomendações para as melhores práticas da profissão e frisava: o auditor para executar seus trabalhos com enfoque sistêmico deveria examinar os processos de planejamento e desenvolvimento em aplicação de sistemas, o que era um enorme desafio, não tinha disco rígido necessário para a missão.
Com o passar dos anos houve uma democratização ao acesso a computadores mais complexos, mas as informações coletadas por auditores, muitas vezes, eram perdidas por falta de backup. Linguagens de programações como Cobol e Easytrieve Plus eram as mais usadas para extração de relatórios, porém, feitas apenas por profissionais experientes.
Apesar do surgimento de software específicos, a cultura da segurança era incipiente. Além disso, acessar banco de informações era impossível para quem atuava longe do Centro de Processamento de Dados (CPD). Era restrito a programadores, sendo ambiente hostil para auditores com formação contábil e econômica.
Os auditores começaram a perceber que não bastava auditar apenas a entrada e saída das operações, mas era preciso ter certeza que os cálculos seriam feitos corretamente e que os ambientes eram seguros para armazenar dados dos processos. A solução era investir em treinamento para avaliação de CPD, chamada de 'auditoria de segurança física e lógica'.
Cada nova solução gerava curiosos desafios e problemas. Vieram as redes, e se havia facilidade de acessar determinada pasta, criava-se também excessos de arquivos, ameaça de vírus e de softwares ilegais.
Eis que surge o ERP - Sistema Integrado de Gestão Empresarial - um novo ambiente que seria a solução para todas falhas apontadas pelas auditorias. Não foi bem assim. Ferramentas como SAP, Oracle e Microsoft Dynamics 365 vieram para dominar o mercado, com módulos específicos para atender as auditorias internas, mas as informações armazenadas nas nuvens não permitiam que auditores validassem essas informações.
É inegável que a evolução tecnológica trouxe mais agilidade aos processos de auditoria, contudo, ironicamente, cresceram também o número de informações a serem checadas, o que tornou o trabalho de burilar dados ainda mais técnico e complexo.
Entramos na era do Big Data e Analitics - com softwares como os famosos ACL e IDEA presentes no mundo inteiro - com a inteligência artificial batendo à porta das mais diversas áreas de auditoria de empresas públicas e privadas. Vivemos, hoje, a integração plena e ágil, que forma a chamada auditoria contínua. É possível detectar irregularidades de forma automática, permitindo que o auditor use sua expertise para imprimir uma visão holística da empresa, tendo amplo conhecimento dos negócios, e podendo apoiar a alta administração na tomada de decisões.
Ele não precisa conhecer com profundidade a linguagem de programação - hardware e software, mas tem que ter controle de como as informações são armazenadas e protegidas. Os chamados algoritmos na 'auditoria 4.0' nunca foram tão íntimos do auditor. Hoje, as máquinas se transformaram nos investigadores internos que levantarão possíveis fraudes e desvios de conduta. Mas caberá ao auditor monitorar esses sistemas e contribuir para o fortalecimento da ética e governança da empresa em que atua. Se assim o fizer, os robôs buscarão fraudes, mas encontrarão apenas uma empresa transparente e eficiente.
Diretor-geral do IIA Brasil
 
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