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JC Contabilidade

- Publicada em 17 de Setembro de 2018 às 01:00

Tesouro Direto bate recorde

Registro mensal de 107 mil cadastros é a maior desde 2002

Registro mensal de 107 mil cadastros é a maior desde 2002


/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Diante de um cenário político imprevisível e um mercado volátil, os investidores partiram em peso para o Tesouro Direto. Em julho, foram 107 mil novos cadastros, a maior entrada em um mês desde o início do programa, em 2002 - e 27 mil acima do mês anterior. As pessoas também estão aplicando mais: foram 16 mil novos cadastros ativos ante 10 mil em junho. No total, já são mais de 2,3 milhões de cadastros no programa de compra e venda de títulos públicos, um aumento de 55,7% nos últimos 12 meses.
Diante de um cenário político imprevisível e um mercado volátil, os investidores partiram em peso para o Tesouro Direto. Em julho, foram 107 mil novos cadastros, a maior entrada em um mês desde o início do programa, em 2002 - e 27 mil acima do mês anterior. As pessoas também estão aplicando mais: foram 16 mil novos cadastros ativos ante 10 mil em junho. No total, já são mais de 2,3 milhões de cadastros no programa de compra e venda de títulos públicos, um aumento de 55,7% nos últimos 12 meses.
"Este pode ser um novo patamar", acredita Paulo Marques, gerente do Tesouro Direto. Segundo ele, as incertezas tanto no exterior quanto no mercado interno tendem a levar as pessoas para aplicações menos arriscadas - e, naturalmente, elas caem na renda fixa, a despeito dos juros em um patamar historicamente baixo.
A guinada no Tesouro ocorre em meio a um cenário que pune a maioria dos investimentos considerados mais arriscados, como ações e fundos multimercado, destaca o professor Carlos Heitor Campani, de Finanças do Coppead/UFRJ. Ele lembra que junho, mês que antecedeu o recorde do Tesouro, a bolsa acumulou perda de 5%, enquanto o dólar subiu 4%. "O medo leva as pessoas para o extremo oposto."
A grande demanda pelo Tesouro Selic - 47% das vendas - reforça a tese de Campani. Esse título é considerado o mais seguro, pois acompanha a taxa básica de juros. Ele permite resgate a qualquer momento sem risco de perdas, uma vez que, independentemente do cenário, o investidor ganha o juro básico.
Olhando para os outros títulos, o professor Marcos Piellusch, do Laboratório de Finanças da FIA, salienta que há bons retornos que chamam o investidor para essa aplicação. Para se ter uma ideia, o Tesouro IPCA 2024, está pagando uma taxa de 5,86% mais a variação da inflação. Outro exemplo é o título prefixado com vencimento em 2021, com taxa a 9,85%. Na comparação com produtos com taxa de administração maior do que 0,5% ao ano (custo médio da taxa de custódia do Tesouro mais o Imposto de Renda), trata-se de bons rendimentos para aplicações de baixíssimo risco, diz.
Esses títulos, contudo, sofrem com a marcação a mercado -atualização do preço do ativo. Ou seja: se o investidor quiser se desfazer do títulos antes do prazo, está sujeito a uma nova taxa, que pode ser maior ou menor que a inicial. Se levar até o vencimento, não terá surpresas e receberá a taxa contratada.
Além do cenário atual, a professora de Finanças da FGV Myrian Lund destaca que a educação financeira também é um dos motivos para o recorde. Ela acredita que esse perfil de investidor - que faz aportes baixos e olha para o curto prazo - não está tão atento à conjuntura, mas sim a alternativas à poupança, e o Tesouro é a porta de entrada. Hoje, a caderneta está em desvantagem, pois paga 70% da Selic. O Tesouro Selic 2023 daria, por exemplo, um retorno líquido de 6,38% ao ano; já a poupança, de 5,5%.
O Itaú Unibanco anunciou na última quarta-feira que zerou as taxas de custódia de aplicações no Tesouro Direto e em papéis de renda fixa feitas por meio da Itaú Corretora. Entre os grandes bancos, só Bradesco tinha taxa zero. Santander, Caixa e Banco do Brasil continuam com suas taxas de 0,4%, 0,4% e 0,5%, respectivamente. "Em um cenário de juros baixos, os clientes, sejam eles de varejo ou alta renda, precisam de mais opções para investir, principalmente em renda fixa", afirma o diretor de Produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco, Claudio Sanches.
Ao zerar a taxa para aplicações no Tesouro, os bancos seguem um movimento iniciado pelas corretoras independentes em meados de 2013 e 2014, a fim de conquistar clientes, sobretudo dos grandes bancos. A iniciativa, além de ter influência das corretoras - o Bradesco é detentor da Ágora e o Itaú adquiriu recentemente parte da XP -, é uma pressão que vem da mudança de postura dos investidores.
 
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