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tecnologia

- Publicada em 02 de Maio de 2022 às 03:00

Startups conhecidas no mercado demitem 400 pessoas em uma semana

Analistas avaliam que empresas estão se ajustando a novo cenário

Analistas avaliam que empresas estão se ajustando a novo cenário


/Loft/Divulgação/JC
Alguns dos principais unicórnios brasileiros - como são chamadas as empresas de tecnologia que superam a precificação de US$ 1 bilhão - fizeram demissões em massa na última semana, algo incomum para um mercado que até o ano passado estava aquecido como quase nenhum outro setor do País. Foram 159 pessoas desligadas na Loft, cerca de 170 na QuintoAndar e, segundo relatos de ex-funcionários, mais de 100 na Facily.
Alguns dos principais unicórnios brasileiros - como são chamadas as empresas de tecnologia que superam a precificação de US$ 1 bilhão - fizeram demissões em massa na última semana, algo incomum para um mercado que até o ano passado estava aquecido como quase nenhum outro setor do País. Foram 159 pessoas desligadas na Loft, cerca de 170 na QuintoAndar e, segundo relatos de ex-funcionários, mais de 100 na Facily.
O setor de startups e tecnologia vinha quebrando recordes de investimento nos últimos anos, e o mercado ficou ainda mais favorável para as empresas após a digitalização da sociedade provocada pela pandemia. Nos últimos meses, porém, mudanças na economia global têm mudado o cenário.
No caso da Loft, as demissões de segunda-feira passada foram fruto da compra da CrediHome, empresa de crédito imobiliário adquirida pelo unicórnio em setembro do ano passado. Cargos sobrepostos teriam sido eliminados, embora uma ex-funcionária tenha falado à Folha que estavam acontecendo contratações no setor antes das demissões, que não eram esperadas. Em nota, a empresa diz que vai apoiar os ex-funcionários por meio do fornecimento do serviço premium do Linkedin e da extensão do plano de saúde por dois meses.
Já na QuintoAndar e na Facily, as demissões atingiram diversos setores. A empresa de aluguel e venda de imóveis, que passa por um momento de internacionalização, recebeu US$ 525 milhões de investimento somando as duas últimas rodadas, em março e abril de 2021, quando chegou à precificação de US$ 2,9 bilhões.
Relato de uma ex-funcionária cita dificuldades da QuintoAndar em conciliar a operação interna com a expansão que está sendo feita no México. Foi citado também o impacto da Guerra na Ucrânia no dólar e nos investimentos. Em nota, a startup diz que os contratos de aluguel cresceram 23% no primeiro trimestre de 2022 em relação aos últimos três meses do ano passado. "Repriorizamos algumas de nossas iniciativas internas e alguns times e funções deixaram de existir, gerando uma redução de 4% da nossa equipe", divulgou a empresa.
Segundo a plataforma de dados Sling Hub, que não aponta a última demissão em massa, o número de funcionários na QuintoAndar havia crescido 18% entre janeiro e março deste ano em relação ao último trimestre de 2021. A empresa já havia passado por uma demissão em massa no início da pandemia, quando cortou 8% da equipe.
A Facily, segundo a mesma base, mais que dobrou o número de funcionários nos primeiros três meses deste ano. As demissões, porém, foram as mais bruscas. Ex-funcionários divergem no número, que pode chegar a quase 200. Em novembro de 2021, a plataforma de compras coletivas assinou um termo de compromisso com o Procon após o número de queixas em relação aos seus serviços chegar a 150 mil. Na época, o órgão exigiu que a startup indenizasse os consumidores e reduzisse as reclamações em 80%. A empresa se comprometeu também a criar um fundo de R$ 250 milhões para reparações aos clientes e aperfeiçoamento do serviço de atendimento. Um mês depois, a Facily virou o novo unicórnio brasileiro após aporte de US$ 135 milhões.
Os cortes, segundo algumas das pessoas demitidas na terça-feira passada, teriam começado com funcionários de uma consultoria contratada. Pressão de investidores, que viram a situação do dólar e dos juros mudar no mundo inteiro desde o último aporte, também foi aventada entre os motivos dos cortes A empresa não se pronunciou sobre o assunto.
Dan Yamamura, sócio-fundador do fundo de investimentos de risco Fuse Capital, não chegaria a chamar o cenário de uma bolha, mas de um ciclo econômico, como os que acontecem em todos os mercados. "Essas companhias estão se ajustando para um mercado que está desacelerando", afirma.
Ele diz ver isso ocorre não só em grandes companhias de tecnologia, como o Nubank, mas também em empresas de estágio inicial - e também de outros setores , já que todas as empresas estão se adaptando à nova conjuntura.
 
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