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Empresas & Negócios

- Publicada em 27 de Dezembro de 2021 às 03:00

Eve, da Embraer, vai à Bolsa de Nova York

Conhecido como 'carro voador', eVTOL já tem diversas encomendas feitas à fabricante brasileira

Conhecido como 'carro voador', eVTOL já tem diversas encomendas feitas à fabricante brasileira


/EMBRAER/DIVULGAÇÃO/JC
A Eve, empresa da Embraer criada para desenvolver o chamado "carro voador", deve começar a negociar suas ações na Bolsa de Nova York no segundo trimestre de 2022. A estimativa foi feita ontem pelo presidente da fabricante de aviões, Francisco Gomes Neto. "Esse é o prazo que estimamos para concluir a aprovação do processo (de abertura de capital)", afirmou o executivo à Agência AE. O executivo explicou que agora está sendo assinado o contrato de cooperação com a Zanite, sua nova sócia.

A Eve, empresa da Embraer criada para desenvolver o chamado "carro voador", deve começar a negociar suas ações na Bolsa de Nova York no segundo trimestre de 2022. A estimativa foi feita ontem pelo presidente da fabricante de aviões, Francisco Gomes Neto. "Esse é o prazo que estimamos para concluir a aprovação do processo (de abertura de capital)", afirmou o executivo à Agência AE. O executivo explicou que agora está sendo assinado o contrato de cooperação com a Zanite, sua nova sócia.

O acordo com a Zanite prevê que a Embraer detenha 82% de participação na Eve. No consórcio de empresas, que inclui ainda Bradesco BBI, Rolls-Royce e BAE Systems, entre outras, a Embraer prevê aportar US$ 305 milhões. Outros US$ 237 milhões serão injetados pela Zanite Acquisition Corp., uma Spac (companhia que primeiro abre capital na Bolsa para, depois, buscar um projeto para investir) dos Estados Unidos. A companhia passará a se chamar Eve Holding e tem valor patrimonial de cerca de US$ 2,9 bilhões.

De acordo com Gomes Neto, esses recursos serão usados apenas no desenvolvimento e certificação do eVTOL - sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave. Para a instalação de linhas de montagem, a companhia buscará outras fontes de financiamento. "Até o BNDES, que já sinalizou interesse no projeto, poderá ser uma alternativa importante para a fase seguinte", acrescentou o executivo.

A ideia, segundo Gomes Neto, é ter um fábrica de peças do eVTOL e várias unidades de montagem próximas aos principais mercados consumidores. Uma consultoria internacional está sendo contratada para definir onde essas plantas serão instaladas.

A Embraer trabalha com um planejamento de que a Eve alcançará receitas de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,7 bilhões na cotação atual) em 2030. No ano passado, toda a Embraer somou R$ 19,6 bilhões em receitas líquidas. A Eve assegurou encomendas de 17 clientes, por meio de cartas de intenções não vinculantes, resultando em um "pipeline" de 1.735 veículos avaliados em aproximadamente US$ 5,2 bilhões.

O faturamento previsto para o projeto do "carro voador" considera que a Eve terá 15% do mercado de eVTOLs. Pelas projeções, em 2040, apenas 14 anos após o eVTOL chegar ao mercado, a receita pode atingir US$ 18 bilhões.

Para o consultor André Castellini, da Bain & Company, é factível considerar que a Eve terá essa fatia do mercado, dada a experiência da Embraer em desenvolver aeronaves com agilidade e custos inferiores aos de seus concorrentes. "Esse porcentual de mercado não me espanta. A dúvida é qual vai ser exatamente o tamanho do mercado. Isso vai ser ditado por aspectos de regulamentação e tráfego aéreo."

Apesar de a injeção de recursos prevista pela fusão com a Zanite ser significativa (US$ 542 milhões, no total), o montante é o segundo menor anunciado até agora por concorrentes. As americanas Joby e Archer, por exemplo, levantaram US$ 1,6 bilhão e US$ 1,1 bilhão no mercado, respectivamente. A alemã Lilium conseguiu US$ 830 milhões, e a britânica Vertical, US$ 394 milhões. Todos os recursos são de fusões com Spacs, mesmo modelo adotado por Embraer e Zanite.

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