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- Publicada em 11 de Outubro de 2021 às 03:00

Saneamento pode recuperar o Rio Gravataí

Estudantes conhecem o Rio Gravataí em passeio de barco

Estudantes conhecem o Rio Gravataí em passeio de barco


/PREFEITURA DE GRAVATAÍ/DIVULGAÇÃO/JC
Os olhos de cada um dos passageiros do catamarã brilham ao se deparar com a paisagem do rio à medida em que avançam em direção às nascentes e revelam o tamanho da surpresa a cada viagem do barco-escola Rio Limpo, da ONG Associação de Preservação da Natureza-Vale do Gravataí (APN-VG), que atua no Rio Gravataí. São estudantes ao perceberem que o manancial, considerado um dos 10 mais poluídos do País, era um ilustre desconhecido para a maioria deles, mesmo que sejam vizinhos do rio. Invariavelmente, conta o jornalista e ambientalista Cláudio Wurlitzer, a frase mais repetida depois desta experiência é de que "não podemos deixar o rio morrer".
Os olhos de cada um dos passageiros do catamarã brilham ao se deparar com a paisagem do rio à medida em que avançam em direção às nascentes e revelam o tamanho da surpresa a cada viagem do barco-escola Rio Limpo, da ONG Associação de Preservação da Natureza-Vale do Gravataí (APN-VG), que atua no Rio Gravataí. São estudantes ao perceberem que o manancial, considerado um dos 10 mais poluídos do País, era um ilustre desconhecido para a maioria deles, mesmo que sejam vizinhos do rio. Invariavelmente, conta o jornalista e ambientalista Cláudio Wurlitzer, a frase mais repetida depois desta experiência é de que "não podemos deixar o rio morrer".
Um dos rios mais estudados no Rio Grande do Sul nas últimas três décadas, em cada análise, tem um diagnóstico repetido: é preciso investir em saneamento para salvar o manancial e recuperá-lo como um diferencial de infraestrutura para uma região que, considerando os nove municípios por onde o rio passa, de Santo Antônio da Patrulha a Porto Alegre, conccentra até 25% do PIB gaúcho.
Pois os próximos 10 anos tendem a marcar a mudança que faltava. A Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí deve receber uma injeção de R$ 2 bilhões em investimentos no saneamento para ações de avanço no tratamento de esgoto e para a execução de obras estruturais para recuperação do fluxo hídrico do rio, contra cheias e secas. A perspectiva é de que a maior fatia do investimento - R$ 1,4 bilhão - venha da iniciativa privada, pela parceria público-privada (PPP) do saneamento, firmada pela Corsan, e em torno de R$ 600 mil em recursos públicos estaduais e federais.
O Marco Legal do Saneamento foi um importante impulso. Considerando projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para os investimentos em saneamento no País, com os R$ 2 bilhões previstos para a próxima década, estima-se um acréscimo de até R$ 6,2 bilhões no valor bruto da produção econômica no entorno do Rio Gravataí.
Trata-se do menor rio em extensão - 39 quilômetros da nascente à foz - na região do Guaíba, com 2 mil km² de área na bacia hidrográfica, e que no entanto tem uma das principais concentrações populacionais do Estado. São 1,3 milhão de pessoas - 11% da população gaúcha - que dependem direta ou indiretamente do Gravataí.
A expectativa é de que os recursos ajudem a reequilibrar uma preocupante equação. Se o rio foi o diferencial no desenvolvimento da lavoura irrigada, foi um dos atrativos para a instalação do Distrito Industrial de Gravataí há cinco décadas, propiciou um boom imobiliário na Região Metropolitana e virou porta de entrada e saída da economia regional também com a navegação, há algum tempo a sua deterioração deixa marcas - e prejuízos - a todos estes setores.
"Não é possível falar de economia da região sem tratar do rio. A água precisa ser sempre avaliada como um fator determinante para a produção", define o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, o geólogo Sérgio Cardoso. Ele salienta que a expectativa por novos investimentos, com a melhora dos índices de saneamento, quando se trata do Rio Gravataí, tem que ser acompanhada da evolução das ferramentas de gestão integrada da água.
"Com melhoria no tratamento de esgoto, temos a perspectiva de que novos loteamentos venham a ser licenciados, com moradores de fora. Haverá água para todos? Hoje ainda não sabemos quanto cada setor consome de água, por exemplo. E se para cada loteamento aprovado tivermos que cortar uma quadra de arroz plantado? Os setores usuários da água precisam encontrar o equilíbrio, e principalmente, planejamentos de cidades precisam se comunicar e pensar regionalmente, como bacia hidrográfica. O que um faz, afeta a todos", avalia Cardoso.
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