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Empresas & Negócios

- Publicada em 02 de Outubro de 2021 às 14:00

Prometeon pode aumentar investimentos no Rio Grande do Sul

Eduardo Fonseca diz que setor do agronegócio puxa aumento da demanda

Eduardo Fonseca diz que setor do agronegócio puxa aumento da demanda


prometeon/divulgação/jc
Diego Nuñez
A Prometeon irá ampliar em 30% a produção de pneus agrícolas em sua unidade de Gravataí, em sua segunda medida de expansão na planta gaúcha neste ano. A empresa, que fabrica pneus focada na indústria de máquinas agrícolas e da construção civil, tratores, caminhões e ônibus, não para por aí. O CEO da Prometeon para Américas, Eduardo Fonseca, prevê a possibilidade de continuar o plano de investimentos no Estado.
A Prometeon irá ampliar em 30% a produção de pneus agrícolas em sua unidade de Gravataí, em sua segunda medida de expansão na planta gaúcha neste ano. A empresa, que fabrica pneus focada na indústria de máquinas agrícolas e da construção civil, tratores, caminhões e ônibus, não para por aí. O CEO da Prometeon para Américas, Eduardo Fonseca, prevê a possibilidade de continuar o plano de investimentos no Estado.
Jornal do Comércio - Decisão de investir em pneus agrícolas tem a ver com as características do Estado ou era algo que já estava nos planos da empresa?
Eduardo Fonseca - Tem um pouco dos dois aí. O Rio Grande do Sul realmente tem sido casa dos grandes produtores máquinas agrícolas é um fator preponderante para a gente fazer esse aumento de capacidade. Segundo, a gente está aumentando a produção também em São Paulo devido a uma demanda bastante pujante do mercado agrícola do Brasil nos últimos anos e que a gente considera que vai continuar crescendo num futuro próximo, a curto e médio prazo.
JC - Então essa decisão passa também pelo momento do agronegócio brasileiro?
Fonseca - Totalmente. A situação atual do agronegócio, que está em franco crescimento, e perspectivas futuras de todo e qualquer consultoria do agronegócio com que nós conversamos, foram fatores preponderantes para tomarmos essa decisão. A gente vê isso na demanda hoje de insumos de componentes, que incluem pneus, e a gente está tomando uma ação de acreditar no Brasil, no crescimento da economia e principalmente te do agronegócio.
JC - Prometeon espera que o mercado gaúcho absorva com tranquilidade essa ampliação na produção?
Fonseca - O mercado gaúcho é um mercado super importante para a gente e um dos principais dentre todos os estados no Brasil. São grandes consumidores de pneus agrícolas, e também pneus de caminhões que são utilizados no agronegócio. Não esperamos maiores problemas para absorver essa produção. Nossos planos estratégicos mostram que esse aumento na produção é um aumento que vai ser necessário para atender a demanda atual de médio prazo no Brasil.
JC - O setor de máquinas, como outros, está sofrendo com alta de custos de produção e falta de insumo. A medida pretende atender a essa necessidade do mercado?
Fonseca - Sim. Acredito que hoje a demanda do mercado de pneus agrícolas e de caminhões está bastante aquecida nos dois grandes canais. O canal de montadoras e o canal de revenda. Hoje existe uma demanda maior do que a produção. A gente está se baseando nisso para poder tomar ações necessárias e poder aumentar a disponibilidade do produto. Acredito que a falta de insumos, não só da produção de pneus, mas de qualquer segmento do Brasil, é uma realidade hoje devido a problemas tanto de dólar (valorização perante ao real) quanto de transporte internacional. Isso afeta também a gente na produção de pneus. É uma briga constante, digamos assim, para ter certeza da estabilidade da chegada de insumos.
JC - Essa falta de insumos também afetou produção da Prometeon de alguma forma?
Fonseca - A gente não teve nenhuma parada de fábrica por falta de insumos nos últimos 18 meses graças a um trabalho preventivo que foi feito dentro da empresa, de se adiantar compras e trabalhar com estoques maiores. A gente conseguiu absorver a instabilidade do mercado com ações da área de logística e da área de compras.
JC - Como foi esse trabalho preventivo, pode dar alguns exemplos dessas ações?
Fonseca - Acredito que a principal ação foi realmente trabalhar com estoques maiores de matérias-primas. Isso tem um custo, não é de graça você trabalhar com estoques maiores. Porém, foi uma ação acertada. No segundo trimestre do ano passado a gente tomou essa decisão, acertada para se evitar qualquer tipo de variação de mercado, de disponibilidade de insumo, que pudesse colocar nossa produção sob risco.
JC - As conversa com governo do Estado e prefeitura de Gravataí e medidas de incentivo apresentadas influenciaram nas decisões da empresa?
Fonseca - A Prometeon está muito contente com as ferramentas tanto do governo do Estado quanto da prefeitura municipal de Gravataí de incentivar investimentos na fábrica. Para essa primeira fase de investimentos, a gente não utilizou ainda nenhuma ferramenta, mas estamos nos planejando para uma segunda fase de investimentos com certeza utilizar, principalmente o Fundopem, para utilizar ele e poder justificar o investimento e retorno necessário.
JC - Então podemos esperar mais investimentos na unidade de Gravataí no futuro?
Fonseca - Esse é o plano. Não tem nada aprovado. Está em fase de estudos junto aos nossos acionistas. Porém, a possibilidade de utilizar o Fundopem é uma ferramenta muito importante para a gente ter total sucesso na aprovação desses projetos.
JC - O Fundopem passou a fazer busca ativa por empresas para investirem no Estado. Como foi esse contato?
Fonseca - Ele não foi especificamente até nós, mas porque nós já temos contato com o governo do Estado, junto à secretaria de Desenvolvimento Econômico, que é constante. Essa procura ativa não foi feita mais por uma questão que a gente já tem um canal aberto. A secretaria sempre foi muito eficiente nesse contato com a indústria e nós fazemos parte desse processo que é tradicional já.
JC - Como é o contato da Prometeon com o setor de máquinas no Estado? Antes de tomarem decisões, houve estudo junto às principais fabricantes?
Fonseca - Com certeza, junto às principais produtoras de máquinas no estado do Rio Grande do Sul. A gente, através da nossa Associação da Indústria de Pneus, a Anip, conversa muito com outras associações, então a gente troca informações com relação a futuro de curto, médio e longo prazo, e somado a isso nós temos nossos próprios trabalhos de estratégia interna que nos permitem conversar com potenciais clientes e entender o futuro para tomar decisões necessárias em termos de investimento.
JC - Indo um pouco para o setor dos caminhões, o Brasil vive alta nos preços dos combustíveis. Isso preocupa a empresa?
Fonseca - A gente não acredita que possa afetar. Acreditamos que economia vai crescer, que a gente vai continuar com essa demanda alta por pneus de caminhão, devido principalmente ao agronegócio, e estamos fazendo os investimentos necessários. Acho que o nosso maior investimento em caminhões esse ano foi na planta de Gravataí, com a contratação de 210 empregados no fim de maio. Agora temos a fábrica trabalhando 7 dias, 24 horas. Foi uma ação bastante importante para a gente. Quando você coloca empregados nessa quantidade numa fábrica... a gente está colocando empregados em uma ação de médio e longo prazo. Não está colocando isso para uma ação de curto prazo. Então, independentemente do preço dos derivados do petróleo, a gente acredita que a demanda por pneus de caminhões vai continuar forte principalmente devido ao agronegócio.
JC - Existe a necessidade de transportar o que o agro produz...
Fonseca - No transporte de grãos, o canal rodoviário hoje tem uma importância elevada e vai continuar elevada por muito tempo, mesmo com investimentos em outros segmentos de transporte, como ferrovias e hidrovias.
JC - Geralmente, em entrevista, se questiona para o setor de indústria, e principalmente varejo, a influência do pós-pandemia que se vislumbra com o avanço da vacinação. Influencia o mercado de pneus ou não tem tanto impacto?
Fonseca - Posso dizer somente pelo nosso segmento de pneus que é o pneu de caminhão, ônibus, tratores agrícolas e máquinas de construção. Para nós especificamente a gente acredita que o pós-pandemia não vai ter tanto efeito. Já está numa demanda muito alta nesse momento. Acredito que, em outros segmentos nos quais a Prometeon não atua, mas eu não posso falar isso com certeza absoluta porque não atuo neles, acho que o pós-pandemia vai ter um impacto positivo sim.
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