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RESPONSABILIDADE SOCIAL

- Publicada em 13 de Agosto de 2021 às 16:35

Voluntários distribuem marmitas em viaduto de Porto Alegre

A cada sábado, o PF das Ruas entrega, em média, 850 refeições na região do Viaduto Imperatriz Leopoldina

A cada sábado, o PF das Ruas entrega, em média, 850 refeições na região do Viaduto Imperatriz Leopoldina


LUIZA PRADO/JC
Todos os sábados, por volta das 9h30min, um grupo de voluntários se reúne debaixo do viaduto Imperatriz Leopoldina, no bairro Farroupilha, em Porto Alegre. Em tempos de pandemia, uma aglomeração tão cuidadosa quanto necessária. Afinal, é das mãos deles que, pouco tempo depois, em torno de 850 pessoas recebem uma refeição que, muitas vezes, é a única à qual terão acesso em dias. "Temos pessoas de todas as idades que chegam lá. Em um dos últimos sábados, um senhor de 85 anos passou mal quando comeu. Eu fui ajudá-lo e ele me disse que há três dias comia apenas café e pão. Então, quando caiu a comida no estômago dele, ele passou mal. Sempre digo que parece pouco para mim, alcançar uma marmita a alguém, mas para aquela pessoa que está com fome, é muito."
Todos os sábados, por volta das 9h30min, um grupo de voluntários se reúne debaixo do viaduto Imperatriz Leopoldina, no bairro Farroupilha, em Porto Alegre. Em tempos de pandemia, uma aglomeração tão cuidadosa quanto necessária. Afinal, é das mãos deles que, pouco tempo depois, em torno de 850 pessoas recebem uma refeição que, muitas vezes, é a única à qual terão acesso em dias. "Temos pessoas de todas as idades que chegam lá. Em um dos últimos sábados, um senhor de 85 anos passou mal quando comeu. Eu fui ajudá-lo e ele me disse que há três dias comia apenas café e pão. Então, quando caiu a comida no estômago dele, ele passou mal. Sempre digo que parece pouco para mim, alcançar uma marmita a alguém, mas para aquela pessoa que está com fome, é muito."
O relato é de Rose Carvalho, uma das coordenadoras do grupo PF das Ruas. Foi em 2016 que a analista de crédito, de 47 anos, junto das amigas Jane Richter, 66, e Mari Bernat, 48, resolveu ajudar quem precisava. Com mais dois voluntários, decidiram distribuir cachorros-quentes e escolheram os arredores do Parque da Redenção pelo alto número de pessoas em situação de rua que transitam na região. "No primeiro sábado, entregamos cinquenta, e avisamos que voltaríamos no próximo. Depois disso, um falou para o outro, em conversas entre eles. Na semana seguinte, já tinham cem pessoas. Foi a primeira vez que entregamos uma marmita mesmo, com arroz, feijão e massa. Em agosto, completamos cinco anos", conta Rose.
Antes de março do ano passado, o grupo chegou a servir mais de 1,2 mil refeições em um único dia. Entretanto, o momento delicado, que provocou caos na saúde, castigou também, com força semelhante, pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade. De lá para cá, o número de assistidos aos sábados caiu, mas a demanda por ajuda se apresentou em outras frentes. O PF das Ruas passou a entregar também cestas básicas em comunidades carentes da Capital, com o intuito de amenizar a situação em locais que a renda foi duramente impactada.
"Na pandemia, o número de pessoas que pegavam as refeições diminuiu. Alguns dos assistidos, que eram andarilhos, buscaram alguém da família. Outros, infelizmente, morreram. E, além disso, muitos grupos surgiram para ajudar, entregando refeições em lugares próximos e evitando que essas pessoas precisassem se deslocar até onde estávamos. Então, resolvemos levar a ajuda até comunidades mais distantes. No início, distribuímos marmitas, mas vimos que havia famílias em situação de miséria, que precisavam de mais do que isso e pediam alimentos. Por isso, começamos a montar as cestas", explica.
Por mês, mais de cem cestas básicas são entregues em cinco comunidades da cidade. Além das refeições e das sacolas de alimentos, nos períodos de inverno, o PF arrecada e entrega cobertores e o que chama de "kit de inverno", composto por meias, toucas, mantas e luvas. Quando há disponíveis itens de higiene, resultado de doações para o grupo, eles são distribuídos também.
Atualmente, o grupo é composto por 150 voluntários e as três amigas que coordenam a iniciativa. Embora entenda a importância de se colocar a mão na massa, Rose destaca que o número de colaboradores está, por enquanto, no limite. "Neste momento, por exemplo, não podemos reunir mais de 30 voluntários no viaduto. E, ainda assim, com esse número e com todos fazendo o possível para respeitar os protocolos de saúde, seguidamente, somos denunciados por provocar aglomerações. E não é uma ou duas denúncias, são dezenas. Não julgamos essa postura, mas não estamos fazendo festa ou reunindo pessoas por um motivo desnecessário. Então, hoje, temos mais voluntários do que condições de aproveitá-los. Ou seja, o que precisamos, agora, é de doações", aponta.
Os alimentos doados são estocados em um pequeno espaço alugado, próximo ao viaduto Imperatriz Leopoldina. O grupo não possui uma sede e a dinâmica de produção das refeições passa pela cozinha dos voluntários. É, literalmente, de pouco em pouco que as ações do PF das Ruas se concretizam. "Cada um cozinha aquilo que pode cozinhar e leva sua panela, por exemplo, com dez quilos de feijão, de arroz ou massa. Lá, no local, juntamos os alimentos, aquecemos, montamos e distribuímos. Tem alguns voluntários que não têm carro, então, eles nos ajudam apenas servindo", conta Rose.

Saiba como ajudar

Semanalmente, o PF das Ruas divulga em suas redes sociais os alimentos que precisa para compor a montagem das marmitas. Para colaborar, é possível entrar em contato pelo telefone (51) 99847-2398, pelo Instagram (@pf_das_ruas) e pelo Facebook (facebook.com/pfdasruas).