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Responsabilidade Social

- Publicada em 10 de Maio de 2021 às 03:00

Campanha arrecada doações para diaristas que perderam o emprego

Distribuição de cestas básicas da Campanha de Apoio a Diaristas do Movimento de Mulheres Olga Benario

Distribuição de cestas básicas da Campanha de Apoio a Diaristas do Movimento de Mulheres Olga Benario


Movimento de Mulheres Olga Benario/Divulgação/JC
Sobreviver durante a pandemia tem sido um desafio para as mulheres que trabalham como diaristas ou autônomas nos serviços de limpeza. A necessidade de isolamento para conter a propagação da Covid-19 fez com que muitas delas tenham perdido os seus empregos durante o último ano, deixando-as sem nenhum tipo de renda.
Sobreviver durante a pandemia tem sido um desafio para as mulheres que trabalham como diaristas ou autônomas nos serviços de limpeza. A necessidade de isolamento para conter a propagação da Covid-19 fez com que muitas delas tenham perdido os seus empregos durante o último ano, deixando-as sem nenhum tipo de renda.
Foi pensando nesta situação que o Movimento de Mulheres Olga Benario, que luta pela emancipação de mulheres vítimas de violência, desenvolveu, em 2020, a Campanha de Apoio a Diaristas, iniciativa que foi renovada no início deste ano a fim de garantir a continuidade das arrecadações de cestas básicas, medicamentos e outros itens de higiene como máscaras e álcool em gel para doação. Desde que começou, a iniciativa já arrecadou cerca de R$ 75 mil para a compra dos produtos, beneficiando em torno de 500 mulheres.
A campanha teve o seu início devido à experiência própria de uma das coordenadoras do movimento, que perdeu o emprego como diarista e, de uma hora para outra, viu sua renda chegar a zero. Percebendo que essa era uma situação comum a muitas outras mulheres, o grupo decidiu agir. “Muitas mulheres ficaram sem ter o que dar para os seus filhos. É uma situação bem grave”, avalia Luiza Alves, que também faz parte da coordenação.
Em 2021, a pandemia no Brasil piorou. Só no RS já são quase 1 milhão de infectados, sendo que mais de 25 mil pessoas perderam suas vidas. Além disso, segundo uma estimativa da prefeitura de Porto Alegre, o número de pessoas morando nas ruas da Capital passou de 3,8 mil no último ano, um aumento de 38% em relação a 2019.
Essa realidade motivou não somente a continuidade da campanha em 2021, como também a sua maior abrangência. A iniciativa passou a atender a todas as mulheres que perderam alguma renda durante a pandemia e que buscam ajuda junto ao movimento. No entanto, apesar de já ter atendido a outras localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, o grupo prioriza o atendimento à Capital.
Luiza conta que a demanda tem sido grande e que, mesmo com o apoio de diversas campanhas solidárias, é impossível dar conta de tudo. “O auxílio emergencial não dá para pagar nada. As pessoas estão vivendo uma situação muito extrema. Nós percebemos que outras trabalhadoras informais também não tinham como se manter. Então, nós também as englobamos na campanha”, complementa.
Hoje, o valor do auxílio varia entre R$ 150 e R$ 375. Já a cesta básica de Porto Alegre, no mês de fevereiro, por exemplo, registrou o valor de R$ 632,67, sendo um dos três mais altos do Brasil. O custo ficou atrás apenas de Florianópolis (R$ 639,81) e São Paulo (R$ 639,47), de acordo com a última Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A meta, no momento, é alcançar os R$ 80 mil. Isso não significa, porém, que depois disso a campanha irá encerrar. Desde o ano passado, várias metas vêm sendo criadas à medida que as anteriores são atingidas, e a ideia é seguir dessa forma.
Além das doações em dinheiro, muitas pessoas têm doado alimentos. Alguns apoiadores têm feito, até mesmo, postos de coleta para arrecadar produtos e contribuir com a campanha. “As doações diminuíram muito no geral. Como a situação das pessoas piorou, elas têm doado menos”, lamenta a coordenadora. “Por isso, reforçamos que qualquer valor ou qualquer kg de alimento já é uma grande ajuda”.
A distribuição das doações é feita à medida que o grupo recebe pedidos de ajuda em suas páginas de Facebook e Instagram, seja das próprias mulheres ou de apoiadores que conhecem e indicam comunidades que estão passando por necessidades. Além disso, também há a possibilidade das mulheres irem até a Casa de Referência Mulheres Mirabal em Porto Alegre, que faz parte do movimento, para receberem os produtos.
A coordenadora conta que a recepção das mulheres é sempre muito boa. Para além da distribuição dos materiais, há a preocupação em conversar com elas sobre a situação do País em meio à pandemia e em explicar os seus direitos, como em relação ao auxílio emergencial. “Sabemos que nós não vamos acabar com a fome no Brasil, mas também sabemos que vamos ajudar algumas pessoas e que podemos lutar para que essas mulheres garantam os seus direitos. É a principal política do nosso movimento”,completa.

Saiba como contribuir

Campanha de Apoio a Diaristas do Movimento de Mulheres Olga Benario distribui cestas básicas às trabalhadoras

Campanha de Apoio a Diaristas do Movimento de Mulheres Olga Benario distribui cestas básicas às trabalhadoras


/Movimento de Mulheres Olga Benario/Divulgação/JC
Sobreviver durante a pandemia tem sido um desafio para as mulheres que trabalham como diaristas ou autônomas nos serviços de limpeza. A necessidade de isolamento para conter a propagação da Covid-19 fez com que muitas delas tenham perdido os seus empregos durante o último ano, deixando-as sem nenhum tipo de renda.
Foi pensando nesta situação que o Movimento de Mulheres Olga Benario, que luta pela emancipação de mulheres vítimas de violência, desenvolveu, em 2020, a Campanha de Apoio a Diaristas, iniciativa que foi renovada no início deste ano a fim de garantir a continuidade das arrecadações de cestas básicas, medicamentos e outros itens de higiene como máscaras e álcool em gel para doação. Desde que começou, a iniciativa já arrecadou cerca de R$ 75 mil para a compra dos produtos, beneficiando em torno de 500 mulheres.
A campanha teve o seu início devido à experiência própria de uma das coordenadoras do movimento, que perdeu o emprego como diarista e, de uma hora para outra, viu sua renda chegar a zero. Percebendo que essa era uma situação comum a muitas outras mulheres, o grupo decidiu agir. "Muitas mulheres ficaram sem ter o que dar para os seus filhos. É uma situação bem grave", avalia Luiza Alves, que também faz parte da coordenação.
Em 2021, a pandemia no Brasil piorou. Só no Rio Grade do Sul, já são quase 1 milhão de infectados, sendo que mais de 25 mil pessoas perderam suas vidas. Além disso, segundo uma estimativa da prefeitura de Porto Alegre, o número de pessoas morando nas ruas da Capital passou de 3,8 mil no último ano, um aumento de 38% em relação a 2019.
Essa realidade motivou não somente a continuidade da campanha em 2021, como também a sua maior abrangência. A iniciativa passou a atender a todas as mulheres que perderam alguma renda durante a pandemia e que buscam ajuda junto ao movimento. No entanto, apesar de já ter atendido a outras localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, o grupo prioriza o atendimento à Capital. Luiza conta que a demanda tem sido grande e que, mesmo com o apoio de diversas campanhas solidárias, é impossível dar conta de tudo.
"O auxílio emergencial não dá para pagar nada. As pessoas estão vivendo uma situação muito extrema. Nós percebemos que outras trabalhadoras informais também não tinham como se manter. Então, também as englobamos na campanha", complementa.
Hoje, o valor do auxílio varia entre R$ 150 e R$ 375. Já a cesta básica de Porto Alegre, no mês de fevereiro, por exemplo, registrou o valor de R$ 632,67, sendo um dos três mais altos do Brasil.
O custo ficou atrás apenas de Florianópolis (R$ 639,81) e São Paulo (R$ 639,47), de acordo com a última Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A meta, no momento, é alcançar os R$ 80 mil. Isso não significa, porém, que depois disso a campanha irá encerrar. Desde o ano passado, várias metas vêm sendo criadas à medida que as anteriores são atingidas, e a ideia é seguir dessa forma.
Além das doações em dinheiro, muitas pessoas têm doado alimentos. Alguns apoiadores têm feito, até mesmo, postos de coleta para arrecadar produtos e contribuir com a campanha. "As doações diminuíram muito no geral. Como a situação das pessoas piorou, elas têm doado menos", lamenta a coordenadora. "Por isso, reforçamos que qualquer valor ou qualquer kg de alimento já é uma grande ajuda".
A distribuição das doações é feita à medida que o grupo recebe pedidos de ajuda em suas páginas de Facebook e Instagram, seja das próprias mulheres ou de apoiadores que conhecem e indicam comunidades que estão passando por necessidades. Além disso, também há a possibilidade das mulheres irem até a Casa de Referência Mulheres Mirabal em Porto Alegre, que faz parte do movimento, para receberem os produtos.
A coordenadora conta que a recepção das mulheres é sempre muito boa. Para além da distribuição dos materiais, há a preocupação em conversar com elas sobre a situação do País em meio à pandemia e em explicar os seus direitos, como em relação ao auxílio emergencial. "Sabemos que nós não vamos acabar com a fome no Brasil, mas também sabemos que vamos ajudar algumas pessoas e que podemos lutar para que essas mulheres garantam os seus direitos. É a principal política do nosso movimento",completa.