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Empresas & Negócios

- Publicada em 11 de Abril de 2021 às 20:34

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Especialista em Finanças pela Universidades de Columbia (EUA) e Universidade de Brasília (UNB)
Especialista em Finanças pela Universidades de Columbia (EUA) e Universidade de Brasília (UNB)
No final do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) modificou as regras relativas a investimentos no exterior. Agora, ficou muito mais fácil a negociação do chamado BDR (Brazilian Depository Receipt) por qualquer pessoa física no país. Essa classe de ativos era antes restrita a um seleto grupo de investidores qualificados.
O BDR é um certificado representativo de ações ou títulos de empresas listadas no exterior. Funciona assimE, uma instituição depositária compra determinado ativo, mantém em sua custódia e emite um "recibo" correspondente a esses valores mobiliários sob sua guarda. E esses "recibos" podem ser livremente negociados na Bolsa de Valores em outros mercados, no nosso caso, na B3.
O ativo originário que servirá como lastro para esse BDR é negociado no exterior, como, por exemplo, na tradicional Bolsa de Nova York, ou na Nasdaq, especializada no setor de tecnologia. Esse "recibo" garantirá ao seu detentor os direitos que ele teria caso fosse o proprietário direto daquelas ações, como dividendos, por exemplo.
Essa nova alternativa de investimento permitirá ao brasileiro ter exposição a ativos globais de empresas consagradas nos mais pujantes, dinâmicos e desenvolvidos mercados econômicos do planeta. A título comparativo, na Bolsa brasileira (B3), existem aproximadamente 300 empresas listadas, enquanto no mercado norte-americano (Nova York e Nasdaq) existem por volta de 6 mil companhias de capital aberto, com valor total de mercado acima de US$ 20 trilhões de dólares!
Com isso, o pequeno investidor brasileiro, sem precisar abrir conta lá fora e lidar com complexas burocracias (câmbio, imposto, etc), poderá investir nos mais variados setores econômicos de países desenvolvidos. Terá exposição a setores mais promissores ou a moeda mais forte e estável. Poderá aplicar os seus recursos, por exemplo, em empresas inovadoras de tecnologia, como a TESLA, de Elon Musk, ou em companhias tradicionais, como a gigante farmacêutica Pfizer.
Essa nova possibilidade de investimentos ajudará a quebrar a resistência do brasileiro em investir fora do país. Somos ávidos consumidores de produtos importados, como carros, telefones e computadores, mas, quando se trata de investimentos no exterior, não temos a mesma desenvoltura.
É importante frisar que o mercado de capitais no Brasil ainda engatinha se comparado a praças mais desenvolvidas e maduras, como a americana ou a europeia. Isso se traduz, na prática, em termos menos opções de ativos, menor liquidez, maior volatilidade e número mais reduzido de serviços e profissionais especializados.
Da mesma forma, sabemos que o Brasil possui vários riscos políticos e econômicos típicos de países emergentes. Como consequência, há muito mais incertezas e instabilidades para o investidor médio. A diversificação de mercados (geográfica, econômica, política e cambial) permite ao investidor pátrio "fugir" ou mitigar esses riscos dos trópicos.
Nesse momento, por exemplo, diversos países desenvolvidos já implementaram programas amplos de vacinação. Isso trará recuperação econômica mais rápido e poderá impulsionar a valorização das ações de empresas nesses mercados. Caso o brasileiro invista em BDRs, poderá também "participar" desse momento promissor lá fora.
A aplicação nesses certificados poderá ser feita por meio de sua própria conta na corretora aqui no Brasil. Atualmente, já existem aproximadamente 700 BDRs listados na Bolsa de Valores brasileira.
Aliás, muitas instituições aqui no Brasil começaram a montar uma carteira recomendada de BDRs, assim como já faziam para ações brasileiras e fundos imobiliários. Alguns exemplos de BDRs: Facebook, Amazon, Johnson & Johnson, Microsoft, Alphabet (Google), Nike, Disney, Alibaba.
Essa salutar mudança na legislação brasileira a respeito de BDRs representa uma oportunidade e democratização de acesso ao mercado internacional de capitais para todos os investidores. A facilidade permitirá ao investidor brasileiro realizar mais eficiente diversificação de investimentos e exposição a ativos estrangeiros. Diminuindo, assim, riscos da sua carteira de investimentos e permitindo maiores retornos no longo prazo.
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