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Empresas & Negócios

- Publicada em 15 de Março de 2021 às 03:00

Um ano de espera e incógnita para o setor de eventos

Realização de eventos movimenta uma ampla cadeia de fornecedores, gerando centenas de milhares de empregos no Rio Grande do Sul; proibição de aglomerações afetou o setor em cheio

Realização de eventos movimenta uma ampla cadeia de fornecedores, gerando centenas de milhares de empregos no Rio Grande do Sul; proibição de aglomerações afetou o setor em cheio


/CESAR LOPES/PMPA/JC
Fernanda Crancio
Um ano se passou desde o registro do primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul, confirmado em 10 de março de 2020. Três dias depois, o governo gaúcho assinava decreto relativo ao enfrentamento da disseminação do novo coronavírus, com orientações para a suspensão de viagens e dicas de prevenção. Na sequência, vieram ações restritivas, que implicaram, entre outras medidas, na proibição de eventos.
Um ano se passou desde o registro do primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul, confirmado em 10 de março de 2020. Três dias depois, o governo gaúcho assinava decreto relativo ao enfrentamento da disseminação do novo coronavírus, com orientações para a suspensão de viagens e dicas de prevenção. Na sequência, vieram ações restritivas, que implicaram, entre outras medidas, na proibição de eventos.
De lá para cá, uma ampla mobilização pela retomada gradual e responsável das atividades de entretenimento, turismo e lazer foi travada, mas o recrudescimento da pandemia no Estado congelou qualquer expectativa de retorno aos profissionais do segmento, que mobiliza no Rio Grande do Sul mais de 340 empresas e gera cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos, com uma ampla cadeia de fornecedores.
Fortemente impactado pela necessidade de isolamento social, o setor de eventos foi um dos primeiros a paralisar atividades e iniciou, já em março de 2020, a busca por estratégias que sensibilizassem autoridades para criar alternativas viáveis e seguras ao mercado, como a elaboração de protocolos que permitissem a reabertura de acordo com as exigências de cada bandeira do modelo do distanciamento controlado do governo do Estado.
A realização de eventos-teste parecia o caminho para a retomada gradual, mas um revés acertou em cheio o setor no início deste ano, com a piora nos indicadores da pandemia e, desde fevereiro de 2021, a adoção da bandeira preta, em virtude da alta em internações e óbitos, lotação de UTIs e nova variante do coronavírus no Estado.
"Parece batido, mas fomos os primeiros a parar e seguiremos sendo os últimos a voltar, diante do cenário da Covid. Não temos mais ilusão, 2021 será outro ano perdido para os eventos. Na melhor das hipóteses, podemos pensar em algum tipo de atividade mais para o final do ano, mas, hoje, voltar parece impossível, não há perspectiva", desabafa o vice-presidente da Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos (Agepes), Alexandre Graziadio.
O impacto da inatividade do setor em 2020 afeta um segmento que movimenta anualmente mais de R$ 2 bilhões no Rio Grande do Sul, e fatura, em todo o Brasil, cerca de R$ 209 bilhões por ano. No País, segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), o prejuízo da paralisação da cadeia de eventos supera R$ 90 bilhões. "Os cofres públicos podem deixar de arrecadar, em 2021, R$ 4,65 bilhões em impostos federais, se nada for feito", destaca o presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior.
São mais de 561 mil empresas impedidas de operar e sem perspectiva de se manterem ativas, uma vez que os serviços dependem de aglomerações, o que deve ser evitado na pandemia. "Não é um setor que possa esticar seus serviços, ou seja, o que tinha a oferecer se perdeu em 2020, e ele faturou zero no último ano", comenta a especialista em competitividade empresarial do Sebrae, Amanda Paim.
Como consequência, a ampla rede de fornecedores de eventos, a maioria formada por microempresas, não teve outra alterativa além de fechar as portas no ano passado, diante da total falta de receita.
Segundo Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios do Sebrae/RS, lançada em janeiro de 2021, de 12% das empresas que não estavam funcionado no Estado, 19% decidiram fechar definitivamente, sendo as principais razões relacionadas à falta de clientes e de capital de giro, além da incapacidade de reposicionamento do negócio. Desses empreendimentos, 65% são do setor de serviços, que agrega empreendedores da área de eventos.
Presidente do Porto Alegre e Região Metropolitana Convention e Visitors Bureau, Adriane Hilbig comenta que alguns meses atrás havia uma perspectiva mais clara do que agora sobre o futuro do segmento, diante do agravamento da pandemia e o aumento das restrições. Por conta da falta de norte, ela aponta que o setor de eventos seguirá vivenciando uma incógnita. "Existia um projeto otimista de retorno para 2021, que não está se confirmando, pois o comportamento das pessoas continua sendo a grande arma a favor e também contra a melhora da situação da pandemia", avalia Adriane, referindo-se às aglomerações que afetam a piora dos indicadores no Rio Grande do Sul.
 
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