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Empresas & Negócios

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2021 às 03:00

Brasil começa a despertar para importância do consumo consciente

Público passa a fiscalizar os próprios hábitos, tanto em casa quanto nas compras

Público passa a fiscalizar os próprios hábitos, tanto em casa quanto nas compras


freepik/divulgação/jc
João Pedro Rodrigues
Todos os dias, consumimos alimentos, água, energia elétrica e diversos outros produtos, como roupas ou aparelhos eletrônicos. A história de um bem, no entanto, não começa quando ele chega nas nossas mãos e nem termina quando ele não está mais conosco.

Todos os dias, consumimos alimentos, água, energia elétrica e diversos outros produtos, como roupas ou aparelhos eletrônicos. A história de um bem, no entanto, não começa quando ele chega nas nossas mãos e nem termina quando ele não está mais conosco.

A produção de um celular, por exemplo, requer uma grande quantidade de água para ser realizada, e, depois disso, ele ainda precisa ser transportado para as lojas, o que gera a emissão de gases de efeito estufa pelo seu transporte. Além disso, entram nesta conta as condições de trabalho que a empresa oferece para a produção dos aparelhos, por exemplo.

Por isso, é cada vez mais comum que essas questões sejam levantadas antes de bater o martelo na hora da compra. Como o produto foi fabricado? Qual o impacto ambiental da produção? Como a mão de obra foi remunerada? É uma compra necessária? Brasileiros têm começado a se perguntar isso com o passar do tempo, além de também fiscalizar seus próprios hábitos dentro de casa, separando o lixo e economizando recursos como água e energia.

Em 2013, por exemplo, o lixo era separado para reciclagem no domicílio de 47% dos brasileiros, volume que cresceu oito pontos percentuais nos últimos seis anos e chegou a 55% em 2019, de acordo com o Perfil do Consumidor 2020, divulgado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). A Região Sul é a que possui o maior percentual de domicílios que separam o lixo (66%), empatada na margem de erro com a região Sudeste (64%). Fernanda Iwasaka, do Instituto Akatu, destaca, entretanto, que a mudança de comportamento ocorre lentamente. "É importante lembrar que o consumo consciente está muito relacionado ao hábito", ressalta.

Assim como a pesquisa do Instituto Akatu, o Indicador de Consumo Consciente (ICC) de 2019 do Conselho Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) junto do SPC Brasil, que visa acompanhar as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas, também avaliou o consumidor brasileiro. Para o ICC, ele está na condição de consumidor em transição: 57,6% dos entrevistados correspondem a este perfil, enquanto 29,3% podem ser considerados conscientes e 13,1% pouco ou nada conscientes. Em 2015, foram 51,2% considerados consumidores em transição, 21,8% conscientes e 27% pouco ou nada conscientes. Há variações dependendo da renda, idade e escolaridade.

Coordenador de energia e consumo sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite também acredita que a preocupação da população em relação a esta pauta tem crescido. Acostumado a auxiliar os consumidores através da disponibilização de informações nas plataformas online do Idec, ele percebe um maior interesse das pessoas quanto às questões ambientais na hora da compra de um produto.

"Chegamos em uma situação em que é preciso defender o consumidor de greenwashing", exemplifica. A expressão que significa "maquiagem verde" ou "lavagem verde" se refere às marcas que criam uma falsa aparência de sustentabilidade, sem necessariamente aplicá-la na prática. "Estando no lado fraco da corda, o consumidor não tem como questionar o tipo de informação que lhe é passado, então nós questionamos isto por eles também", completa.

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