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Empresas & Negócios

- Publicada em 21 de Dezembro de 2020 às 03:00

Paisagem verde do tabaco ganha novos contornos e cores

matéria especial fumo e tabaco - hortifruti e vegetais

matéria especial fumo e tabaco - hortifruti e vegetais


/hortifruti bernardy/divulgação/jc
A Covid-19 provocou uma alta na procura por alimentos saudáveis e contribuiu para a valorização e o aumento das exportações de proteína animal e grãos, pela demanda externa. Esses fatores, somados às estratégias mundiais para controle do tabaco e à mudança no perfil das famílias de produtores, faz a paisagem verde do tabaco ganhar novos contornos e cores. Cresce o espaço dedicados a outros cultivos e à criação animal.

A Covid-19 provocou uma alta na procura por alimentos saudáveis e contribuiu para a valorização e o aumento das exportações de proteína animal e grãos, pela demanda externa. Esses fatores, somados às estratégias mundiais para controle do tabaco e à mudança no perfil das famílias de produtores, faz a paisagem verde do tabaco ganhar novos contornos e cores. Cresce o espaço dedicados a outros cultivos e à criação animal.

Os dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) evidenciam a transformação econômica dos produtores filiados à instituição. Na safra 2017/2018, o tabaco respondeu por 53% da receita nas propriedades, participação que caiu para 49% nos dois ciclos seguintes. Já a produção vegetal, após alcançar 24% da renda em 2018/2019 com safra cheia, passou para 19% no atual ciclo em razão do mau tempo. O destaque neste ano foi a expansão do setor de proteína animal, que chegou a 32% da receita na atividade rural (veja quadro).

Segundo o presidente da Afubra, Benicio Albano Werner, o aumento de representatividade do setor de proteína animal neste ano, que alcançou quase um terço dos rendimentos, é explicado pela expansão do mercado de carnes, especialmente para exportações. Por outro lado, a estiagem impactou o volume da safra de grãos e a qualidade do tabaco. "Faltou chuva na terminação de folha (de fumo), o que reduziu qualidade e, consequentemente, receita", explica o dirigente.

"Para o agricultor se preservar de intempéries e garantir a segurança da propriedade, é necessário diversificar. Antes, muitos agricultores não produziam alimentos nem para consumo interno, e esse cenário está mudando", detalha Marines Bock, supervisora da Emater da microrregião de Santa Cruz do Sul e coordenadora do termo de parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) para diversificação ao tabaco. E complementa: "independentemente de cenário, falamos para o produtor ter várias fontes de renda. Seja agrícola ou não, como turismo, artesanato, ou mesmo fora da propriedade, quando um membro da família trabalha na cidade, por exemplo".

Além de proteger contra quebra de safra ou dificuldade comercial, a pulverização de rendimentos também ajuda em épocas de catástrofes e garante maior flexibilidade para aproveitar aumento de demanda de determinados produtos no curto prazo. Foi o caso deste ano. A pandemia fez com que as pessoas ficassem mais preocupadas com a origem do que vai parar em sua mesa, o que levou os agricultores a aumentarem a produção de alimentos.

Marines explica que há uma procura maior por feiras e os mercados locais estão priorizando comprar de produtores de sua região, especialmente hortifrutigranjeiros. "Está em expansão a criação de pequenos aviários e a legalização de agroindústrias", conta, detalhando que só o Vale do Rio Pardo chegou a 100 agroindústrias formalizadas. "A diversificação cresceu e a tendência é ser cada vez maior. Em determinada época, somente os técnicos falavam sobre diversificação. Hoje, as próprias fumageiras estimulam", destaca a técnica da Emater.

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