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Empresas & Negócios

- Publicada em 13 de Outubro de 2020 às 03:00

Pandemia reconfigura indústria de entretenimento e mídia no mundo

Fenômeno do isolamento social ocasionado pelo coronavírus mudarem hábitos dos consumidores

Fenômeno do isolamento social ocasionado pelo coronavírus mudarem hábitos dos consumidores


Federico PARRA/afp/jc
Os hábitos do consumidor podem levar uma vida inteira para serem formados, mas um evento como o lockdown provocado pela pandemia pode mudar tudo em poucos meses. De acordo com o Global Entertainment & Media Outlook 2020-2024, da PwC, a pandemia da Covid-19 acelerou e amplificou as mudanças no comportamento dos consumidores, impulsionando a ruptura digital e forjando pontos de transformação da indústria que não seriam alcançados por muitos anos.
Os hábitos do consumidor podem levar uma vida inteira para serem formados, mas um evento como o lockdown provocado pela pandemia pode mudar tudo em poucos meses. De acordo com o Global Entertainment & Media Outlook 2020-2024, da PwC, a pandemia da Covid-19 acelerou e amplificou as mudanças no comportamento dos consumidores, impulsionando a ruptura digital e forjando pontos de transformação da indústria que não seriam alcançados por muitos anos.
A digitização, uma das principais forças que moldam todas as indústrias, foi intensificada pelo distanciamento social e pelas restrições à mobilidade. Como resultado, a indústria do entretenimento e mídia em 2020 se tornou mais remota, mais virtual, mais transmitida sob demanda, mais personalizada e - pelo menos por enquanto - mais centrada no cenário doméstico do que qualquer previsão feita no início do ano.
A pandemia fez com que o crescimento da indústria global de entretenimento e mídia fosse interrompido de forma abrupta - forçando também o desenvolvimento da pesquisa por mais três meses, de modo a tratar adequadamente dos impactos provocados pela Covid-19. Em meio a uma recessão global, 2020 terá a queda mais acentuada na receita de E&M nos 21 anos de história da pesquisa, com um declínio de 5,6% em relação a 2019 - mais de US$ 120 bilhões em termos absolutos. Em 2009, o último ano em que a economia mundial encolheu, os gastos globais com E&M caíram apenas 3,0%.
Esse fenômeno também foi observado no Brasil: a recessão sobre a indústria de entretenimento e mídia em 2020 é esperada em 6,5% em relação a 2019, representando um declínio de US$ 2,5 bilhões apenas nesse ano. Apesar disso, as expectativas são positivas e a indústria E&M deverá se recuperar nos próximos 5 anos, com crescimento anual médio esperado de 2,47% com lastro principalmente na transformação digital.
Embora ainda sintam-se os impactos na economia global, a previsão da PwC mostra que a trajetória de crescimento da indústria continua forte. Nos últimos anos, à medida que as experiências de mídia se tornaram cada vez mais centrais nas vidas das pessoas, o crescimento global de E&M geralmente ultrapassou o PIB. Da mesma forma, após os desafios de 2020, é esperado que o setor de E&M reassuma seu melhor desempenho, crescendo 6,4% os gastos para 2021.
Como é o caso da economia em geral, os desafios enfrentados pela indústria de E&M não são compartilhados de forma igualitária pelo setor. As dificuldades são mais eminentes em segmentos literalmente fechados pela Covid-19: música ao vivo, cinema e feiras. Os gastos com publicidade, por exemplo, terão queda de 13,4%. Já a transição dos jornais impressos para o digital foi acelerada em vários anos, reduzindo as receitas de impressão.
Como resultado, segmentos de E&M estão sendo transformados muito antes do que havia sido projetado. Um exemplo é a bilheteria do cinema versus vídeo sob demanda por assinatura (SVOD). Em 2015, a receita de bilheteria era três vezes maior que o SVOD, o qual, agora, ultrapassará a da bilheteria em 2020 e deve aumentar nos próximos cinco anos, atingindo mais do que o dobro em 2024.
Do outro lado da balança estão os segmentos mais atingidos. Com muitos cinemas fechados e lançamentos de filmes atrasados, as estimativas da PwC são que as receitas do cinema em todo o mundo cairão quase 66% este ano. E não é provável que o terreno perdido seja recuperado; a previsão é que em 2024 essa receita fique abaixo do nível de 2019.
Outro impacto relacionado à Covid-19 é que o declínio contínuo e global da compra de jornais e revistas acelerou drasticamente em 2020, com as receitas caindo em mais de 14%, sendo as mais atingidas as revistas de variedades. Dessa forma, o digital oferece uma ponta de esperança: em 2023, essas publicações verão sua receita global de publicidade digital ultrapassar a da publicidade impressa. Ainda assim, algumas mídias "tradicionais" se mantiveram, apesar dos efeitos da Covid-19 e da aceleração digital.
 
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