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Empresas & Negócios

- Publicada em 08 de Setembro de 2020 às 03:00

Lucro das empresas de capital aberto tem queda

Agronegócio e pesca tiveram  aumento de lucro em relação ao primeiro semestre de 2019

Agronegócio e pesca tiveram aumento de lucro em relação ao primeiro semestre de 2019


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/divulgação/JC
Passados pouco mais de cinco meses desde que o Ministério da Saúde declarou o "estado de transmissão comunitária" do novo coronavírus, a avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, enfim, uma base mais sólida para lhe dar sustentação. Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato mais fiel sobre a extensão do estrago.
Passados pouco mais de cinco meses desde que o Ministério da Saúde declarou o "estado de transmissão comunitária" do novo coronavírus, a avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, enfim, uma base mais sólida para lhe dar sustentação. Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato mais fiel sobre a extensão do estrago.
Se, de um lado, os balanços mostram que as previsões mais pessimistas de muitos analistas não se confirmaram, de outro revelam que a pandemia não deixou de castigar duramente a maior parte das grandes empresas do País. segundo estudo feito pela Economatica, empresa de dados de mercado, as companhias não financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.
Os ganhos caíram do montante de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. "Foi uma queda dramática", diz Evandro Buccini, diretor de gestão de recursos da Rio Bravo, empresa de investimentos fundada pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central.
O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados de Petrobras, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam grande distorção nos dados, elas foram excluídas da amostra.
Se fossem incluídas na pesquisa, o resultado consolidado do primeiro semestre seria ainda pior. O lucro de R$ 8,9 bilhões viraria um prejuízo de R$ 76,7 bilhões. Mas, mesmo sem elas na conta, o resultado mostra um quadro sombrio.
Uma queda desta magnitude nos lucros das grandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeito perverso no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos da metade dos brasileiros em idade de trabalho estava ocupada no segundo trimestre, no período crítico da crise. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde o início da série, em 2012. Um contingente de 77,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar - 10,5 milhões a mais do que no primeiro trimestre - estava fora do mercado.
A taxa de desemprego, que era de 10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teve ligeira redução no início de agosto, para 13,3%, dado mais recente do IBGE. Em três meses, um batalhão de 2,8 milhões de pessoas juntou-se ao exército de desempregados do País, elevando o total a 12,6 milhões.
O efeito da pandemia nas empresas, porém, não foi homogêneo. Dos 20 ramos de atividade considerados no levantamento, 11 conseguiram fechar no azul e 9 ficaram no vermelho. Dois setores tiveram até aumento de lucro em relação ao primeiro semestre de 2019, o do agronegócio e pesca, com alta de 12,9%, e o de máquinas industriais, com crescimento de 11,9%. Mas empresas têxteis, de papel e celulose, siderúrgicas e de veículos e autopeças acusaram pesadas perdas.
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