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Reponsabilidade Social

- Publicada em 08 de Setembro de 2020 às 00:00

Ksa Rosa luta pela sobrevivência de catadores

Prédio passa por reformas graças ao auxílio de acadêmicos de Arquitetura da Ufrgs, e já tem nova fachada

Prédio passa por reformas graças ao auxílio de acadêmicos de Arquitetura da Ufrgs, e já tem nova fachada


/Divulgação/Ksa Rosa
Maristoni Lima Moura passou quase 15 dos seus 48 anos lutando por melhores condições de vida e trabalho para os catadores de lixo reciclável em Porto Alegre. A fundadora do coletivo Ksa Rosa agora vê, mais uma vez, com incerteza o futuro desses trabalhadores na Capital. A vontade de prestar esse auxílio surgiu quando, ainda no início da vida adulta, Maristoni veio para a Capital participar de ocupações em movimentos de massa. Abalada pelo contato com os impactos das drogas em seus companheiros de ativismo, a historiadora sentiu que ali era o campo de atuação onde poderia fazer a diferença.
Maristoni Lima Moura passou quase 15 dos seus 48 anos lutando por melhores condições de vida e trabalho para os catadores de lixo reciclável em Porto Alegre. A fundadora do coletivo Ksa Rosa agora vê, mais uma vez, com incerteza o futuro desses trabalhadores na Capital. A vontade de prestar esse auxílio surgiu quando, ainda no início da vida adulta, Maristoni veio para a Capital participar de ocupações em movimentos de massa. Abalada pelo contato com os impactos das drogas em seus companheiros de ativismo, a historiadora sentiu que ali era o campo de atuação onde poderia fazer a diferença.
Foi na Voluntários da Pátria onde a Ksa Rosa tomou vida. Atualmente, no número 1.039, o coletivo busca auxiliar catadores de recicláveis que possuem problemas com drogas e álcool. Lá moram a família de Maristoni e de outros três carrinheiros que encontraram no local um refúgio.
Entre eles está Eliandro Oliveira, de 36 anos, que conheceu a Ksa quando estava em situação de rua após sair do sistema penal e trabalhando como autônomo com reciclagem. "Se não fosse a Ksa Rosa, eu não sei nem se eu estaria vivo, diante de tudo o que eu já vivi. Ali, além de se reabilitar, tu consegue se reestruturar financeiramente e pessoalmente". Ele tem como objetivo atual construir uma vida mais segura para si e para seu filho de 15 anos.
A desintoxicação dos que procuram a ajuda da Ksa é feita com o auxílio do CAPS IV - Centro de Atenção Psicossocial inaugurado em 2019, no bairro Floresta, para atender dependentes químicos de álcool e drogas. Após um processo de cerca de 20 dias no CAPS, os catadores são encaminhados para dar continuidade ao tratamento na Ksa. Mas, para prosseguir, precisam cumprir algumas regras.
O coletivo não permite o uso de drogas ou álcool dentro e fora da casa e solicita a participação de todos com a coleta de material que será vendido para a manutenção do local. É preciso ainda participar das reuniões semanais proporcionadas pelo coletivo para que haja contato interpessoal entre os moradores. A Ksa também auxilia outros catadores. Todos os domingos, são feitos e distribuídos cafés da manhã para os que estiverem circulando em frente à casa. A iniciativa é realizada desde dezembro de 2014.
Entre as fontes de renda, além da venda de reciclados, estão a confecção de sabão, artesanatos, bijuterias, sacolas reutilizáveis e máscaras com matéria prima reciclada. O coletivo teve sua renda diminuída em cerca de 65% com a pandemia. Além da redução no poder aquisitivo, os catadores têm ainda que lidar com a exposição direta ao lixo descartado de forma incorreta, que em algumas ocasiões pode estar contaminado.
A SKA luta também para garantir a atuação dos catadores, proibidos por lei de circular na Capital com veículos de tração animal (VTA) e de tração humana (VTH). A discussão já tomou diversos rumos, e atualmente, está vigente uma prorrogação, aprovada em 2017, que permite a atuação dos profissionais com os veículos de tração humana até o dia 11 de setembro. Uma nova medida prevendo a prorrogação por mais quatro anos foi protocolada em fevereiro na Câmara de Vereadores, mas ainda não foi apreciada. Caso nenhuma medida seja aprovada, os catadores ficarão impossibilitados de operar na legalidade nas ruas de Porto Alegre.

Saiba como ajudar

Para auxiliar na manutenção das atividades do coletivo, com comida, roupas e insumos, você pode entrar em contato pelo telefone 98644-4363 ou pelo e-mail: [email protected] para agendamentos de cole de materiais.