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- Publicada em 24 de Agosto de 2020 às 03:00

Pandemia estimula o trabalho voluntário

Projeto Ouvir,da Parceiros Voluntários, mobiliza pessoas a ouvir idosos em distanciamento sociall

Projeto Ouvir,da Parceiros Voluntários, mobiliza pessoas a ouvir idosos em distanciamento sociall


/montagem/freepik.com/jc
João Pedro Rodrigues
A pandemia do novo coronavírus tem movimentado uma série de ações solidárias no Estado. Seja através da produção e distribuição de alimentos ou máscaras ou pela arrecadação e conserto de notebooks para pessoas em situação de vulnerabilidade social, as iniciativas têm sido um dos poucos pontos positivos dessa crise sanitária e vêm contribuindo com aqueles que mais precisam neste momento.
A pandemia do novo coronavírus tem movimentado uma série de ações solidárias no Estado. Seja através da produção e distribuição de alimentos ou máscaras ou pela arrecadação e conserto de notebooks para pessoas em situação de vulnerabilidade social, as iniciativas têm sido um dos poucos pontos positivos dessa crise sanitária e vêm contribuindo com aqueles que mais precisam neste momento.
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem estado em uma região de destaque no País quanto a esse tipo de atuação. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no ano passado, a região Sul do Brasil teve a maior taxa de realização de trabalho voluntário em 2018, com um percentual de 4,9% do total de pessoas de 14 anos ou mais, mantendo uma média de cerca de 5,03% desde 2016, ficando somente atrás da região Norte.
Este espírito solidário se manteve durante a pandemia. Para José Alfredo Nahas, superintendente da ONG Parceiros Voluntários, organização sem fins lucrativos que busca cocriar soluções de impacto positivo em diferentes territórios, as pessoas, na crise, têm apresentado uma maior disponibilidade para ajudar.
Nahas diz ter percebido muitas delas que nunca fizeram trabalho voluntário começando a participar de ações em comunidades locais. "Entendo que muita pessoas, nesse momento, têm se sensibilizado mais para as necessidades do outro. A expectativa é que esse comportamento se internalize de tal forma que depois o processo tenha continuidade".
No entanto, o especialista destaca que é preciso esclarecer o que é a atividade. O trabalho voluntário é aquele em que a pessoa disponibiliza o seu tempo, seu conhecimento e sua emoção de uma forma contínua, mantendo uma regularidade no processo. Um exemplo disso, realizado na pandemia, é o Projeto Ouvir, desenvolvido pela Parceiros Voluntários e que tem como objetivo mobilizar pessoas a ouvir idosos em distanciamento social por meio de videochamadas realizadas semanalmente.
Com autorização dos familiares, eles são informados de que o voluntário entrará em contato nos dias e horários previamente acordados. O idoso assistido pelo projeto recebe instruções de assuntos que não deverão ser abordados pelos voluntários, o que estabelece uma dinâmica segura para ele.
Dessa forma, segundo o superintendente da organização, os jovens compartilham conhecimentos para "tirar" esses idosos do isolamento. Para ele, o projeto é a síntese do novo momento vivido pela entidade. "Nosso tempo pede cocriação e o encontro de soluções conjuntas para problemas sociais, e o Projeto Ouvir ilustra muito bem isso".
Assim, o meio digital tem sido uma alternativa para que as atividades de voluntariado continuem. Nahas conta, também, que uma das ações que tem sido realizadas é a de voluntários que estão ensinando outras pessoas a tocarem um instrumento através de aulas on-line. "A pandemia não pode ser uma justificativa para você não fazer um trabalho voluntário", afirma.
Para garantir a regularidade destes trabalhos, é preciso que as pessoas tenham o voluntariado como uma cultura. Por isso, é necessário desenvolver nelas uma responsabilidade social enquanto indivíduo. O superintendente diz que esse é o maior desafio do processo. Mais do que despertar a vontade de se tornar um voluntário, é fazer com que a pessoa permaneça engajada. Sem um engajamento, há desistências.
"Com a experiência, nós começamos a entender que o voluntário precisava ser preparado. Não adiantava só mandar ele fazer uma ação. Ele precisava também entender que o papel dele era importante", explica. Em razão disso, a Parceiros Voluntários, como uma organização que procura desenvolver ações de impacto social para comunidades, costuma realizar reuniões de conscientização com os parceiros participantes.
Agora, a poucos dias do Dia Nacional do Voluntariado, comemorado em 28 de agosto, a data é um fomento à atividade. Isso porque ela é uma oportunidade para que as pessoas pensem a respeito da possibilidade de praticar um trabalho voluntário, sensibilizando-as para a causa.
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