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Empresas & Negócios

- Publicada em 03 de Agosto de 2020 às 03:00

Negócios em saúde na pandemia: novos problemas, novas oportunidades

Ramiro Martins
Ramiro Martins, CEO da startup Fácil Consulta
Ramiro Martins, CEO da startup Fácil Consulta
Não venho trazer dados ou o falar do impacto da pandemia em nossa economia. Meu objetivo é tentar, nesse momento de tanta incerteza, olhar enquanto empreendedor em saúde para as oportunidades que estão surgindo e refletir a respeito delas. Pois em tempos de crise, novos problemas surgem, e isso é matéria-prima para que novas empresas e negócios se criem.
Há três meses não estávamos acostumados com o "home office", perdíamos uma hora por dia, ou mais, indo e voltando do trabalho, e essa mudança afetou, basicamente, todos os nossos hábitos. Na área da saúde não foi diferente, a pandemia impactou radicalmente a forma como cuidamos da saúde, desde consultas médicas, exames, cirurgias, até acompanhamentos psiquiátricos e psicológicos. Porém, diferente de outros setores, a saúde não espera e os cuidados são uma necessidade básica.
Nesse contexto, a grande mudança ocorrida no Brasil foi a regularização e liberação provisória da "Telemedicina", o que não é surpresa em um país onde o 3º setor em startups é o de saúde e bem-estar, portanto bem integrado à tecnologia. Isso permitiu a manutenção dos cuidados com a saúde, sem desrespeitar a quarentena. Essa medida foi fundamental para conciliar os cuidados com as boas práticas de prevenção da pandemia. Como consequência, surgiram outros problemas que também geram oportunidades, como: necessidade de digitalização, ferramenta de "streaming" para a realização de consultas, prontuário eletrônico, receituário digital, assinatura eletrônica, dentre outras.
A maioria das empresas (principalmente startups) foi pega de surpresa, o que gerou uma euforia pelo medo de perder a "oportunidade", pois aquilo iria "mudar o jogo". E realmente vai, porém, tudo ainda é muito recente, alguns podem até ter feito barulho no início, mas, em médio prazo, a grande maioria das soluções vai desaparecer. A oportunidade vai exigir muita capacidade de adaptação e foco de quem resolver "abraçá-la".
Nesse sentido, o maior desafio nesse momento é quanto à tomada de decisão, e aí surge uma pergunta: Mudar ou não mudar? Na prática, não tem regra, o que acontece é que cada empresa está em um momento e vive uma realidade.
Para tomar essa decisão, uma primeira pergunta que devemos fazer é se essa oportunidade está alinhada com a visão do negócio, ou se vai impactar diretamente o "core business" da empresa. Se for o caso, sim, você deve focar nela, pois é uma questão de adaptação para sobreviver, e não só de oportunidade. Se não for esse o caso, essa pode ser tanto a oportunidade de lançar uma nova vertical de negócio (em um mercado que está nascendo), como também um grande erro estratégico que pode custar caro.
Assim, em momentos de grande incerteza como esse, precisamos pensar muito bem em cada movimento, não podemos ser afobados, e nem conservadores demais. Mas aqui está a vantagem de ser uma startup, pois tudo pode ser testado. E esse processo é importante, pois também dá confiança para o empreendedor saber onde está pisando, se é uma oportunidade ou uma armadilha.
O fato é que novos problemas surgiram e, consequentemente, novas oportunidades. Muitas das soluções que serão criadas não vão ser temporárias e o mercado de saúde passará por mudanças permanentes, o que vai ser ótimo, pois tanto os pacientes como os profissionais da saúde vão ganhar com isso. Para finalizar, acho que sempre é importante ter claro onde queremos chegar, e se estamos ou não caminhando para esse destino. Como empreendedor, não vou deixar aqui uma dica, mas dizer o que estamos fazendo: refletir (mas não muito), testar e testar de novo, administrar riscos e tomar decisões.
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