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Tecnologia

- Publicada em 22 de Junho de 2020 às 03:00

Automação preocupa profissionais

Pesquisa da PwC em 11 países mostra que ainda há muito a ser feito em qualificação para o ambiente digital

Pesquisa da PwC em 11 países mostra que ainda há muito a ser feito em qualificação para o ambiente digital


/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
As pessoas com menos oportunidades de aprender novas habilidades digitais e com menores níveis de escolaridade têm mais medo do impacto da automação em seus empregos. Esses dados fazem parte de nova pesquisa da PwC, realizada entre 22 mil pessoas em 11 países, baseando-se na análise da firma sobre o impacto da automação nos empregos.
As pessoas com menos oportunidades de aprender novas habilidades digitais e com menores níveis de escolaridade têm mais medo do impacto da automação em seus empregos. Esses dados fazem parte de nova pesquisa da PwC, realizada entre 22 mil pessoas em 11 países, baseando-se na análise da firma sobre o impacto da automação nos empregos.
Enquanto 53% dos trabalhadores entrevistados acreditam que a automação irá mudar ou tornar seu trabalho obsoleto nos próximos dez anos (apenas 28% consideram isso improvável), a maioria (61%) enxerga o impacto da tecnologia no seu dia a dia de maneira positiva e 77% das pessoas se mostraram dispostas a aprender novas habilidades ou passar por uma reciclagem completa no intuito de melhorar sua empregabilidade.
No entanto, as atitudes - e a oferta de oportunidades de capacitação - variam de acordo com o nível de escolaridade e localização dos entrevistados. Há também disparidades de gênero e idade. As pessoas com maior grau de escolaridade são as mais otimistas em relação à tecnologia e suas perspectivas de emprego - embora acreditem que seu trabalho atual provavelmente passará por mudanças. Por outro lado, mais de um terço (34%) dos adultos sem escolaridade ou formação pós-secundária dizem que não estão aprendendo nenhuma habilidade na área digital se comparados a 17% dos formandos. Esses trabalhadores são menos propensos a receber qualquer tipo de capacitação por parte de seus empregadores (38% não têm essas oportunidades, comparando com 20% dos trabalhadores pós-graduados). Eles também estão mais preocupados com o impacto da tecnologia em seus empregos, com 17% se dizendo nervosos ou com medo.
Não é apenas a educação que exerce influência nas oportunidades e nas atitudes. Em grupos demográficos distintos, os dados mostram que pessoas com mais oportunidades de aprendizado têm maior probabilidade de enxergar o impacto da tecnologia de maneira positiva. Os homens são os mais propensos a isso e também são mais abertos a aprender novas habilidades (80% dos homens contra 74% das mulheres). Da mesma forma, jovens de 18 a 34 anos são mais otimistas sobre o futuro digital do que qualquer outro grupo etário.
Eles também estão recebendo mais oportunidades de treinamento. Por exemplo, 69% dos jovens entre 18 e 34 anos sentem-se favoráveis sobre o impacto da tecnologia em seu trabalho, na comparação com 59% dos indivíduos entre 35 e 54 anos e 50% dos que têm mais de 55 anos. Apenas 18% dos jovens entre 18 e 34 anos afirmam não ter oportunidades de aprender novas habilidades no universo digital. Para aqueles entre 35 e 54 anos e os que têm mais de 55 anos, os números variam entre 29% e 38%, respectivamente.

Comparações entre países

A China e a Índia são, de longe, os países onde os profissionais são mais otimistas em relação ao impacto da tecnologia, embora sejam os mais propensos a acreditar que seus empregos passarão por mudanças. Os trabalhadores dessas regiões estão obtendo mais oportunidades de qualificação: 97% e 95%, respectivamente. Por outro lado, os do Reino Unido e da Austrália dizem ter menos oportunidades e tendem a enxergar o impacto da tecnologia de forma menos positiva.
Se as pessoas vivem em áreas rurais ou urbanas, isso também influencia suas atitudes. Nas áreas urbanas, 67% dos habitantes acreditam que suas perspectivas de trabalho vão melhorar com a tecnologia (48% são das áreas rurais) e 80% estão recebendo oportunidades de qualificação de seus empregadores, em comparação com 60% dos trabalhadores residentes nas comunidades rurais.
A pesquisa foi feita a partir de um estudo da PwC que mostra que 30% dos empregos estarão em risco por causa da automação por volta de 2030, com base em análises feitas em 29 países. Enquanto isso, a edição 2019 da pesquisa CEO Survey da PwC mostra que a disponibilidade de habilidades é uma das principais preocupações entre 79% dos CEOs.

Impacto da mudança preocupa 45% dos brasileiros

No Brasil, o estudo da PwC apontou que o uso crescente da tecnologia e o impacto da automação sobre o mercado de trabalho são motivo de apreensão para 45% dos pouco mais de dois mil entrevistados para a pequisa. Segundo o levantamento, 53% dos brasileiros acreditam que a automação irá modificar significativamente ou tornar seu trabalho obsoleto nos próximos dez anos - mesmo percentual identificado em nível global. Entre os brasileiros com escolaridade até o ensino médio, essa percepção chega a 67%.
Os maiores temores incluem o de que a tecnologia torne o emprego redundante (50%), além da incerteza sobre o futuro (43%). Mas também foram mencionados o medo de não possuir as habilidades exigidas no futuro (26%) e a preocupação de não ser capaz de aprender as habilidades necessárias (23%).
Por outro lado, 65% dos brasileiros entrevistados responderam que as novas tecnologias e a automação trarão oportunidades. Sobre os aspectos positivos do avanço tecnológico no trabalho, 46% acreditam que haverá um aumento da produção e 44% disseram que o trabalho será mais interessante. Mais tempo livre disponível para o lazer foi citado como um dos benefícios por 34% dos entrevistados. Para 94% dos consultados, a tecnologia irá melhorar a rotina de trabalho diária (fazendo-os mais eficientes, por exemplo).
A requalificação está entre as preocupações de 92% dos adultos brasileiros (no mundo, 77% das pessoas se mostraram dispostas a aprender novas habilidades ou passar por uma reciclagem no intuito de melhorar a empregabilidade). No Brasil, este aprendizado está sendo realizado por conta própria (81%), ou a partir da iniciativa de seus empregadores (20%). Com a chegada das novas tecnologias ao ambiente de trabalho, 97% afirmam aproveitar essa oportunidade para usá-las ou entendê-las.
A preocupação com a requalificação é maior na faixa de 18 a 34 anos. Dentre os motivos que aumentariam o interesse por um treinamento de habilidades digitais, o principal é o potencial de aumentar os salários (27%), seguido pelo aumento de empregabilidade (24%) e pela possibilidade de incorporar o treinamento ao dia a dia de trabalho, sem comprometer tempo adicional (18%).