Em um artigo publicado em fevereiro de 2016 na extinta Carta de Conjuntura da FEE (Fundação de Economia e Estatística, hoje DEE), o pesquisador em Ciência Política Tarson Núñez já mostrava a força que os jogos digitais representavam para a economia do Rio Grande do Sul. De acordo com ele, "essa indústria é importante não somente devido à sua capacidade de geração de emprego e renda, mas também pela vocação de promover a inovação tecnológica, que transborda para os mais diferentes setores da economia: arquitetura e construção civil, marketing e publicidade, áreas de saúde, educação, defesa, treinamento e capacitação".
Há tempos, o poder público percebeu a importância da cadeia produtiva de games. Em 2013 e em 2018, o então Ministério da Cultura e a Unesco realizaram duas edições do Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais. Na segunda edição, apurou-se 375 empresas desenvolvedoras no País, número 164% superior ao censo anterior, quando havia 142. Em 2013, o BNDES passou a patrocinar o já citado BIG Festival e, em 2014, promoveu um estudo sobre políticas públicas voltadas ao setor de jogos.
Nesse relatório, o banco já apontava a falta de competitividade e inovação no segmento no Brasil, além de pouca propriedade intelectual local. Entre as soluções sugeridas estavam a geração de um ambiente de negócios que permita o crescimento sustentado, bem como a promoção do acesso a financiamento que possibilitasse a expansão das empresas e da competitividade internacional do setor. Dois anos mais tarde, a entidade aprovou, por meio do BNDES Procult, um financiamento de R$ 1,5 milhão à Aquiris, iniciativa até então inédita para uma empresa de games, para elaboração do plano de negócios da companhia.