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- Publicada em 13 de Abril de 2020 às 03:00

Sem barreiras para combater a pandemia

Criada na França, em 1971, a Médicos sem Fronteiras mantém ativas cerca de 500 iniciativas de auxílio humanitário em todo o planeta; atualmente, com destaque para o coronavírus

Criada na França, em 1971, a Médicos sem Fronteiras mantém ativas cerca de 500 iniciativas de auxílio humanitário em todo o planeta; atualmente, com destaque para o coronavírus


/OLMO CALVO/MSF/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Lesina
Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia devido à ascensão do novo coronavírus, a preocupação com a sobrecarga nos sistemas de saúde atravessou fronteiras e atingiu todas as regiões. Embora a Covid-19 já tenha atingido mais de 100 países, as organizações que priorizam a vida e o bem-estar da população também atravessaram essas fronteiras na tentativa de minimizar os danos causados pela doença.
Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia devido à ascensão do novo coronavírus, a preocupação com a sobrecarga nos sistemas de saúde atravessou fronteiras e atingiu todas as regiões. Embora a Covid-19 já tenha atingido mais de 100 países, as organizações que priorizam a vida e o bem-estar da população também atravessaram essas fronteiras na tentativa de minimizar os danos causados pela doença.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma dessas iniciativas que voltou seus esforços para o combate à pandemia nos mais de 70 países em que atua. No Brasil, onde a entidade mantém um escritório desde 2006, o projeto atualmente se concentra no monitoramento da evolução do Covid-19 e na situação do sistema de saúde do País. “Nesse primeiro momento, além de observar e analisar o crescimento da pandemia aqui, o nosso foco está em se preparar para respondê-la, mas sem deixar de lado os projetos já existentes”, conta o infectologista Antonio Flores, parceiro do MSF em Porto Alegre.
Desde 1991 o MSF atua em território brasileiro, quando chegou para auxiliar no combate à epidemia de cólera na Amazônia. Hoje, o projeto se mantém atuante no reforço dos sistemas de saúde mais prejudicados, relacionado, principalmente, com a questão dos refugiados em território brasileiro.
Conforme explica a entidade, o Brasil possui um sistema público de saúde abrangente e com profissionais qualificados, fazendo com que a atuação no território brasileiro possa ser mais focada a casos específicos. Assim, o grupo prevê ações localizadas para as cidades de São Paulo – foco de casos do novo coronavírus no País –, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além dessas, em Boa Vista, a instituição já atua em conjunto com as unidades básicas de saúde desde o ano passado, com o objetivo de amenizar o impacto do aumento na demanda por atendimento no sistema público.
Criado na França, em 1971, com o objetivo de levar saúde às pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias ou falta de acesso à assistência médica e nutricional, atualmente o MSF mantém ativos cerca de 500 projetos ligados a esses princípios ao redor do mundo. “O foco do MSF sempre foi as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social e que tem o acesso dificultado aos sistemas de saúde”, explica Flores, afirmando também que a organização tem se voltado também aos cuidados com os profissionais que atuam na linha de frente no combate à pandemia.
Além do Brasil, o grupo está voltando seus esforços para além dos projetos já existentes e tem atuado em conjunto com os departamentos de saúdes oficiais, auxiliando no planejamento e na execução de um plano de resposta à pandemia.
Na Itália, país com maior número de óbitos causado pelo Covid-19, o auxílio do MSF se deu no reforço de anestesistas, enfermeiros, logísticos e infectologistas em pelo menos quatro hospitais na região da Lombardia – epicentro do surto em território italiano. Segundo comunicado da MSF-Itália, o principal objetivo é proteger os profissionais da saúde contra a infecção pelo novo coronavírus. A atuação é semelhante à realizada pela organização na Espanha, segundo país com maior número de óbitos.
Em outros países da Europa, como França e Bélgica, o MSF tem auxiliado a detectar e gerenciar os casos de Covid-19 entre as populações mais vulneráveis, caso dos migrantes, pessoas em situação de rua e menores desacompanhados. Na Grécia, o grupo montou um plano de emergência no campo de refugiados de Moria, na qual a superlotação cria um ambiente propício para a disseminação da doença.
Em regiões de conflitos, o MSF busca se preparar para atender diretamente a população, visto que em muitos desses locais eles são a única forma de acesso da população a cuidados médicos. Na Síria, exemplo desse caso, os membros do grupo já estão atendendo casos de Covid-19. Na Líbia e no Afeganistão as equipes da organização estão atuando no aconselhamento técnico e no treinamento de enfermeiros e médicos para prepará-los no combate à pandemia.
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