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Empresas & Negócios

- Publicada em 24 de Fevereiro de 2020 às 03:00

Brasil perde talentos para outros países

Desempenho ruim deve-se à falta de capacidade de criar, reter e atrair pessoal capacitado

Desempenho ruim deve-se à falta de capacidade de criar, reter e atrair pessoal capacitado


FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
O Brasil está ficando para trás e pode perder o bonde da revolução digital se não agir depressa. Sem mão de obra qualificada para atender as novas exigências do mercado, voltou a cair no ranking da chamada competitividade global de talentos criado pela Insead, uma das principais escolas de administração do mundo. Ficou em 80º lugar entre as 132 nações analisadas na edição deste ano.
O Brasil está ficando para trás e pode perder o bonde da revolução digital se não agir depressa. Sem mão de obra qualificada para atender as novas exigências do mercado, voltou a cair no ranking da chamada competitividade global de talentos criado pela Insead, uma das principais escolas de administração do mundo. Ficou em 80º lugar entre as 132 nações analisadas na edição deste ano.
Trata-se de uma queda de oito posições em comparação com índice de 2019, o que confirma a tendência negativa dos últimos anos. As notas do Brasil pioraram em cinco dos seis pilares do indicador. "O mundo está se desenvolvendo, e o Brasil não está conseguindo acompanhar", afirmou o professor associado da Insead, Felipe Monteiro, que é um dos responsáveis pela elaboração do índice.
A explicação para o desempenho ruim está sobretudo na falta de capacidade do Brasil de criar, reter e atrair novos talentos. Com uma diferença de apenas um ano entre as pesquisas, o item "fuga de cérebros" saltou da 45ª para a 70ª posição. Isso significa que os trabalhadores mais preparados estão deixando o País por oportunidades melhores lá fora. Talvez pelo fato de a "empregabilidade" no mercado brasileiro ser ruim.
O indicador ficou com a 123ª. posição, após atingir uma nota medíocre de 27,91 em 100. O mesmo aconteceu com o item "relevância do sistema educacional para a economia", em que o Brasil teve nota 15,86 e despencando para o 126º lugar, seu pior resultado. Os dados divulgados nesta quarta-feira pela Insead no Fórum Econômico Mundial (FEM) de Davos mostram que cresce a passos largos a distância entre o Brasil e outras economias. É verdade que se repetem entre as nações em desenvolvimento a falta de capacidade de reter talentos e de produzir mão de obra qualificada.
Mesmo assim, o Brasil perdeu feio para os países do BRICS. A despeito da sua dificuldade de atrair e reter cérebros, a China, a segunda maior economia do mundo e uma das que mais crescem, vai se posicionando no grupo que a Insead chama de campeões (onde estão os países ricos), ainda com um pé entre aqueles que estão despontando, assim como a Índia. O Brasil foi colocado no universo das nações que estão ficando para trás.
Na Suíça e nos Estados Unidos, no topo do ranking, respectivamente, a situação é bem diferente. Os suíços são hoje os que mais atraem talentos e os americanos, os que mais preparam profissionais capacitados. O curioso sobre situação brasileira é que os investimentos em inovação e qualificação têm crescido e as universidades estão bem avaliadas em comparação ao resto do mundo.
Para Monteiro, estes investimentos não estão sendo capazes de preparar os novos profissionais para os desafios do mercado. "O problema é menos no investimento. Está mais no resultado. Ou seja, o país pode estar investindo nas coisas erradas", destacou. Ele afirma que o crescimento econômico é importante, mas que é fundamental que o país se abra para o resto do mundo para atrair o que há de melhor lá fora.
"Quanto mais competitivo for o cenário econômico, quanto mais o trabalho for de alto valor agregado, mais importante será você contar com as melhores pessoas, mais capacitadas, e, ao mesmo tempo, seguir mantendo esses profissionais no seu país", disse.
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