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Empresas & Negócios

- Publicada em 16 de Dezembro de 2019 às 03:00

Brasil exporta mais soja para China

Em 2017, quando não havia guerra comercial, mercado chinês comprou US$ 20,3 bilhões em grãos do País

Em 2017, quando não havia guerra comercial, mercado chinês comprou US$ 20,3 bilhões em grãos do País


/nishimura1123m por Pixabay/Divulgação/JC
As exportações de soja para a China neste ano já renderam cinco vezes mais ao Brasil do que as vendas de aço para os Estados Unidos. Segundo dados do Ministério da Economia, de janeiro a outubro, o mercado brasileiro exportou US$ 3,4 bilhões em aço aos americanos, enquanto a venda de soja aos chineses chegou a US$ 17,8 bilhões.
As exportações de soja para a China neste ano já renderam cinco vezes mais ao Brasil do que as vendas de aço para os Estados Unidos. Segundo dados do Ministério da Economia, de janeiro a outubro, o mercado brasileiro exportou US$ 3,4 bilhões em aço aos americanos, enquanto a venda de soja aos chineses chegou a US$ 17,8 bilhões.
De 2008 a 2018, é possível observar uma diferença ainda mais vigorosa. As exportações de aço para os EUA praticamente não mudaram de patamar, passando de US$ 3,5 bilhões para US$ 4,3 bilhões. Já as vendas de soja para Pequim escalaram de US$ 5,3 bilhões, em 2008, para US$ 27,3 bilhões no ano passado, alta de US$ 22 bilhões em 10 anos.
A China é o principal destino dos produtos brasileiros e responde, hoje, por 26,7% do total das exportações do País. Os EUA, por sua vez, aparecem em segundo lugar, responsáveis por 12% das vendas brasileiras. A discrepância da tabela que compara aço e soja, porém, ganhou novas proporções quando Donald Trump anunciou que os EUA vão impor tarifas ao aço e ao alumínio que chegam do Brasil e da Argentina. A medida, justificada artificialmente pelo republicano como resposta a intervenções que os países estariam fazendo no câmbio, foi recebida com surpresa tanto no Brasil como nos EUA.
Integrantes do governo Jair Bolsonaro ainda tentam reverter o anúncio, enquanto atores do setor privado brasileiro destacaram analistas para fazer as contas sobre qual negócio é mais vantajoso ao Brasil. Não há dúvidas de que, numericamente, a resposta aponta para a potência asiática, mas a ordem no Planalto é equilibrar os pratos e trabalhar para manter o alinhamento aos americanos e a boa relação com os chineses.
O cálculo de Trump ao anunciar a taxação sobre produtos brasileiros e argentinos foi majoritariamente eleitoral. Ele faz aceno aos agricultores de estados considerados chave para a eleição de 2020 que têm sido prejudicados com a guerra comercial entre EUA e China. Desde julho de 2018, quando o republicano estabeleceu tarifas sobre produtos chineses, as exportações agrícolas dos Estados Unidos para a China despencaram. Os chineses suprem a demanda importando do Brasil e da Argentina.
Em 2017, quando não havia guerra comercial, a China comprou US$ 20,3 bilhões em soja brasileira. No ano seguinte, já sob a disputa entre as duas potências, o número chegou a US$ 27,3 bilhões. A produção brasileira de commodities agrícolas e minerais, como soja, petróleo bruto, minério de ferro e carne bovina, tem avançado sobre o mercado chinês nos últimos dois anos.
Para os EUA, a maior parte das exportações brasileiras vem do aço. Em 2018, o Brasil exportou 13,9 milhões de toneladas do produto, 42,2% para americanos. Em março do ano passado, Trump já havia estabelecido tarifa sobre aço e alumínio do Brasil, mas o governo Bolsonaro tinha conseguido reverter o cenário e acredita poder fazer o mesmo agora.
 
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