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Empresas & Negócios

- Publicada em 16 de Setembro de 2019 às 01:23

Solarium leva design brasileiro para o mundo

Ana Cristina finca a bandeira da Solarium, ainda neste mês, em Lisboa, Portugal

Ana Cristina finca a bandeira da Solarium, ainda neste mês, em Lisboa, Portugal


MARCO QUINTANA/JC
Cristine Pires
Sempre com o pé na estrada e com o passaporte na mão, a arquiteta Ana Cristina de Souza Gomes não se cansa de buscar inspiração pelo mundo para fazer da Solarium Revestimentos, empresa que fundou quando tinha 50 anos, uma referência no mercado. Na presidência da companhia, Ana Cristina segue com o mesmo espírito empreendedor e hoje, mais de duas décadas depois, finca a bandeira da Solarium, ainda neste mês, em Lisboa, Portugal. A companhia já está presente nos Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai, além de contar com escritórios em diferentes estados brasileiros e dois parques fabris, um em Guaíba (RS) e outro em São Bernardo do Campo (SP).
Sempre com o pé na estrada e com o passaporte na mão, a arquiteta Ana Cristina de Souza Gomes não se cansa de buscar inspiração pelo mundo para fazer da Solarium Revestimentos, empresa que fundou quando tinha 50 anos, uma referência no mercado. Na presidência da companhia, Ana Cristina segue com o mesmo espírito empreendedor e hoje, mais de duas décadas depois, finca a bandeira da Solarium, ainda neste mês, em Lisboa, Portugal. A companhia já está presente nos Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai, além de contar com escritórios em diferentes estados brasileiros e dois parques fabris, um em Guaíba (RS) e outro em São Bernardo do Campo (SP).
Entre os diferenciais da empresa, que nasceu em Porto Alegre, está o foco no design brasileiro, que é exportado para inúmeros países. Atualmente, 13 designers brasileiros assinam Solarium – entre eles Ana Maldonado, Arthur Casas, Guto Indio da Costa, Heloisa Crocco, Renata Rubim, Roberto Riscala, Zanini de Zanine e Rodrigo Ohtake.
Empresas & Negócios - Qual o perfil da Solarium hoje, com base em na expertise de 22 anos de mercado?
Ana Cristina de Souza Gomes - A Solarium cresceu rapidamente como empresa, depois amadureceu. No início, como nosso produto é pesado, utilizamos a tática de colocar diversas unidades pelo Brasil, ficando mais próximos do cliente, e assim diminuindo os custos de frete. Mas, com o tempo e a experiência, fomos desenvolvendo novos produtos, peças que demandaram máquinas importadas e muito caras para fabricar. Neste momento, percebemos que que esses equipamentos necessitavam de uma produção muito alta para serem viáveis – deste modo diminuímos nossas unidades e ficamos com duas fábricas no Brasil, Rio Grande do Sul, em Guaíba, e São Paulo, em São Bernardo do Campo. Nos outros estados brasileiros, temos escritórios de venda, o que dá hoje cerca de 120 funcionários espalhados pelo País. Além de atendermos todo o mercado interno, estamos presentes nos Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai. Neste mês de setembro, estamos abrindo uma representação em Lisboa, Portugal.
Empresas & Negócios - Quais foram as principais mudanças e desafios da empresa neste período?
Ana Cristina - A Arquitetura, como muitas das áreas que trabalham com arte em si, é muito guiada pelas tendências, pela moda no segmento. E o nosso grande desafio é sempre saber antes para onde seguem as ideias dos arquitetos. Temos de nos antecipar e inovar, pensando sempre à frente. Outro grande desafio é buscar sempre novas tecnologias para fabricar cada vez melhor e com produtos de qualidade, mas sem abrir mão das inovações que fazem a qualidade Solarium.
Empresas & Negócios - De que forma as oscilações e crises econômicas afetam o nicho de produtos premium? Como lidar com esses fatores?
Ana Cristina - As crises econômicas fazem parte da vida dos empresários em geral. Mas nunca se viu uma crise tão profunda e tão longa como a atual crise na economia brasileira. O que começou em 2014 segue, e continua cada vez mais complicado. Todos pensamos que este ano seria melhor, mas o Brasil continua travado. E, para complicar, estamos no setor que mais sofreu, que é o da construção civil. Como se fosse pouco, agora temos a ameaça de uma recessão mundial, complicando ainda mais um cenário que já estava conturbado. Mas acreditamos que um dia isso vai mudar. Investimos na construção de uma fábrica nova em Guaíba na virada do ano de 2017 para 2018, e estamos renovando maquinário e investindo em novos equipamentos na unidade de São Bernardo do Campo (SP). Apostamos que a crise irá perder força em 2020 e precisamos estar preparados para acelerar quando for o momento certo.
Empresas & Negócios - Uma das apostas da empresa é o projeto Grandes Nomes, que valoriza os designers brasileiros. Como é desenvolvida essa iniciativa e qual o retorno ela tem para a Solarium?
Ana Cristina - A Solarium foi um sonho, onde eu, como arquiteta, apostei sempre no design. A ideia inicial seria fazer da Solarium um ponto de referência de produtos de qualidade e de design, portanto, nada mais natural do que escolher nomes de arquitetos ou designers que sigam a mesma linha de pensamento e que acrescentem na nossa gama de produtos. Pensamos em como cada um desses profissionais podem colaborar para a marca. E como a marca pode colaborar com eles também, claro. É interessante vermos como isso vai se desenvolvendo com o passar do tempo, é ótimo tanto para o designer escolhido quanto para a empresa. Todos saem ganhando.
Empresas & Negócios - A Solarium desenvolve produtos diferenciados e exclusivos. Como formar esse portfólio?
Ana Cristina - A Solarium lança todos os anos, durante a Expo Revestir - maior feira de arquitetura da América Latina, que acontece todo o ano em março, em São Paulo - a nova linha a ser comercializada. Em 2019, tivemos dois cobogós (elemento vazado utilizado como peça decorativa ou fachada) assinados pelo designer Zanine de Zanini, duas linhas de parede conceituadas pelo arquiteto Rodrigo Otake. Também lançamos uma nova cor de pisos para áreas molhadas e apresentamos mais um tamanho inovador para pisos, com 120 com x 120 cm. Para a feira do próximo ano, já estamos com novos designers escolhidos e o material está sendo pilotado.
Empresas & Negócios - A empresa tem um departamento de engenharia especializado na formatação de produtos para clientes corporativos. Como é desenvolvido esse trabalho, a exemplo dos recentes prestados para Itaú e Pão de Açúcar?
Ana Cristina - A Solarium tem um departamento de desenvolvimento de novos produtos, um engenheiro encarregado dos desenvolvimentos e um laboratório para testes internos. Para os testes definitivos, contratamos a Falcão Bauer, que é o laboratório com o maior renome no Brasil. Trabalhamos direto com os setores de engenharia das empresas, auxiliando na utilização dos nossos produtos e sugerindo inovações, quando for o caso.
Empresas & Negócios - É preciso trabalhar também com pós-venda neste nicho de mercado?
Ana Cristina - Certamente. O pós-venda é importantíssimo. Por exemplo, sempre que vendemos piso elevado ou fachada ventilada, enviamos alguém da nossa equipe para acompanhar o início das obras e dar suporte, se necessário. O acompanhamento é feito de perto durante todas as etapas.
Empresas & Negócios - A Solarium tem presença forte no mercado externo, com showroom no Peru, Uruguai e Estados Unidos, além das exportações para países como a África do Sul. Quais são os principais desafios de logística para que os produtos cheguem a esses locais?
Ana Cristina - A Solarium já tem expertise em embalar e exportar para qualquer lugar do mundo. O que é difícil, muitas vezes, é a demora do processo, principalmente se o cliente tem pressa. Como não temos um centro de distribuição em todos estes lugares, a exportação é feita sob encomenda, o que acarreta um prazo de cerca de 40 dias até o recebimento do produto. O único lugar onde temos um centro de distribuição é em Miami, o que facilita muito e encurta este período.
Empresas & Negócios - E no caso do mercado interno, há desafios logísticos?
Ana Cristina - Internamente, o problema, dependendo da região, são as estradas. Quando colocamos uma fábrica em Recife, pensamos que as vendas para Belém sairiam dali. Mas nos enganamos. As estradas são péssimas. Assim, o produto sai sempre de São Paulo. Com a fábrica que tivemos em Brasília aconteceu algo parecido. Fizemos uma venda grande para Palmas, no Tocantins, que fica cerca de 800 quilômetros de distância. Mas não pudemos enviar de Brasília, porque, como na capital federal não existem outras empresas, o volume de frete era muito pequeno – e consequentemente inviável.
Empresas & Negócios - Por atuar no mercado terciário da construção civil, o setor de pisos e revestimentos é o último a sentir a melhora do mercado. Qual a sua percepção hoje da economia brasileira levando em conta o desempenho da Solarium?
Ana Cristina - A Solarium tem lojas que a representam em todo o Brasil. E o que os lojistas nos trazem é que este ano foi muito pior até agora do que 2018, que já foi ruim. Mas nós vemos que os lançamentos estão acontecendo, que os escritórios de arquitetura têm com mais projetos, e que a confiança começa a voltar. Ainda é um movimento muito lento, mas está acontecendo. Nos últimos três meses, nossas vendas cresceram e também tem crescido o número de orçamentos. Portanto, estamos apostando num ano de 2020 bem melhor.
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