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Empresas & Negócios

- Publicada em 16 de Setembro de 2019 às 03:00

Cooperar ajuda a crescer

Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre atua abrigando histórias de superação através da inclusão laboral

Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre atua abrigando histórias de superação através da inclusão laboral


CLAITON DORNELLES /JC
Eduardo Lesina
O cooperativismo teve seus conceitos e propósitos definidos no Congresso de Praga em 1948. Desde então, os valores de desenvolvimento socioeconômicos e colaborativos norteiam as iniciativas que seguem esse modelo. Uma ramificação desse pensamento, com foco na questão social, o cooperativismo especial - ou social - nasceu na Itália e ganhou força no Brasil no final da década de 1990. É nesse contexto que a Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre (Coopersocial) atua, abrigando histórias de superação através da inclusão laboral.
O cooperativismo teve seus conceitos e propósitos definidos no Congresso de Praga em 1948. Desde então, os valores de desenvolvimento socioeconômicos e colaborativos norteiam as iniciativas que seguem esse modelo. Uma ramificação desse pensamento, com foco na questão social, o cooperativismo especial - ou social - nasceu na Itália e ganhou força no Brasil no final da década de 1990. É nesse contexto que a Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre (Coopersocial) atua, abrigando histórias de superação através da inclusão laboral.
Há 24 anos, o número 711 da rua Santa Terezinha, no bairro Farroupilha da capital gaúcha, foi transformado em um ambiente que proporciona atividades ocupacionais para pessoas adultas com deficiência, visando potencializar a independência pessoal dos seus cooperados, como são chamados. O prédio, de propriedade municipal, era utilizado pela Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado no Rio Grande do Sul (Faders), como sede do Centro Ocupacional de Porto Alegre (Copa) e oferecia cursos profissionalizantes objetivando a inserção dos estudantes no mercado de trabalho.
Quando o Copa encerrou suas atividades, um grupo de familiares sentiu a necessidade de proporcionar aos ex-alunos da instituição a aplicação do conhecimento que era aprendido nos cursos. E foi esse processo que deu origem à fundação da Coopersocial. Segundo a atual secretária e ex-presidente da cooperativa, Sônia dos Reis, os alunos faziam os cursos do Copa, mas apresentavam dificuldades em se inserirem ou se manterem na ativa.
"Na época da criação da cooperativa, o discurso da inclusão não tinha tanta força quanto agora", explica Sônia. Ela também explica que mesmo com o passar do tempo e com uma promoção das políticas inclusivas, alguns cooperados ainda apresentam dificuldades para a permanência em empregos fora da organização.
A edificação, que mantém as salas e corredores característicos da antiga escola, expõe um ambiente de aprendizado e de valorização da autoestima através das atividades laborais. O funcionamento dessas atividades dentro da instituição varia conforme a demanda. Comumente, as empresas contatam a Coopersocial, levam as tarefas a serem feitas até o prédio para, então, os cooperados executarem o serviço contratado, sob a supervisão e orientação dos voluntários. Após a realização das atividades, de forma semi-artesanal, as empresas retornam à cooperativa para o recolhimento da produção realizada.
Atualmente, na área de produção, a cooperativa atua na fabricação de fraldas, absorventes geriátricos e sacos de lixos. Além disso, a entidade presta serviços para empresas contratantes, como montagem de conjuntos, que variam conforme as demandas das contratantes, colagens de etiquetas, dobraduras de materiais gráficos, etiquetagem e seleção de material, selagem e contagem - também variáveis pelas demandas da empresa.
Além das atividades voltadas para a produção, os cooperados também recebem reforço pedagógico, uma vez que grande parte deles estuda no contraturno das ações na cooperativa. Dentro das práticas da Coopersocial, há aulas de biodança e de atividades cotidianas, com o intuito de alcançar a ocupação socializada e a independência pessoal. "Buscamos trazer o trabalho como forma de exercício da cidadania e da socialização", conta Sônia.
Com uma diretoria voluntária, formada pelos familiares dos cooperados, a instituição também participa de programas de arrecadação de fundos, como o projeto Tampinha Legal que transforma as "tampinhas" em recursos para entidades assistenciais. Para o programa, os trabalhadores da cooperativa separam o material plástico arrecadado e os direciona para a entidade reguladora.
A instituição se mantém devido aos trabalhos realizados pelos cooperados, doações, tanto de familiares que mantém a cooperativa, como de empresas contratantes dos serviços prestados e de pessoas físicas que buscam a Coopersocial para fazer outra doação. Nesse sentido, Sônia conta que muitas pessoas buscam a entidade para contratar os serviços para uma doação a uma segunda entidade e acabam "ajudando duas vezes".
Dentro do quadro de cooperados, a maioria recebe um benefício público, que possibilita uma renda garantida e os auxilia a seguir na cooperativa. Pelos produção realizada dentro da cadeia produtiva da instituição, eles também recebem uma parte simbólica do montante arrecadado, dividido igualmente entre todos os participantes das atividades, como forma de reforçar a independência e autonomia proporcionada pela ocupação.
 
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