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Empresas & Negócios

- Publicada em 22 de Julho de 2019 às 03:00

Projetos Kombina e Desfoka promovem brincadeiras e expressões artísticas pelo Estado

Há cinco anos, veículo percorre estradas carregando arte, museu e jogos para o público infantil

Há cinco anos, veículo percorre estradas carregando arte, museu e jogos para o público infantil


MARIANA CARLESSO/JC
Eduardo Lesina
A montagem da primeira Kombi em terras brasileiras completa 62 anos em 2019. Em 2 de setembro de 1957, o modelo produzido pela Volkswagen saiu da linha de montagem pela primeira vez no Brasil. 56 anos após o dia, que acabou sendo batizado como Dia da Kombi, a produção do veículo foi interrompida no País, tornando o Brasil o último a fabricar o carro. Embora não seja mais fabricada por aqui, é em uma Kombi que arte e cultura são transportadas ao redor do Rio Grande do Sul.
A montagem da primeira Kombi em terras brasileiras completa 62 anos em 2019. Em 2 de setembro de 1957, o modelo produzido pela Volkswagen saiu da linha de montagem pela primeira vez no Brasil. 56 anos após o dia, que acabou sendo batizado como Dia da Kombi, a produção do veículo foi interrompida no País, tornando o Brasil o último a fabricar o carro. Embora não seja mais fabricada por aqui, é em uma Kombi que arte e cultura são transportadas ao redor do Rio Grande do Sul.
Há cinco anos, o projeto Kombina já rodou milhares de quilômetros em mais de 200 municípios do Rio Grande do Sul e seis municípios no interior do Uruguai. Idealizado pela educadora e escritora Christina Dias, o veículo cultural percorre as estradas gaúchas carregando suas instalações de arte, minimuseu, brinquedos e jogos, biblioteca e elementos simbólicos que buscam reforçar a cultura popular.
Chris Dias, como é conhecida a idealizadora do ponto de cultura móvel, conta que o projeto da Kombina surgiu das suas experiências como escritora: "Eu comecei a perceber que as crianças estavam cada vez mais distantes do 'ler' e desse envolvimento com a arte".
Essa relação entre os universos da literatura e da arte na vida de Chris foi somada à sua proximidade com a educação, que acabou transbordando para o projeto. "Voltei a estudar e percebi que a arte era acionada pelo mesmo botão do brincar", analisa a escritora. Foi dessa reflexão que uma Kombi passou a percorrer cidades e preencher espaços com brinquedos da cultura popular, buscando oferecer um ambiente para que as pessoas possam se expressar através do "brincar" e, consequentemente, aproximarem-se da arte.
O trabalho de união entre teatro, música, poesia, literatura, oficinas de artes e o "brincar" realizado nas três kombis do projeto ampliou-se com o lançamento de uma outra iniciativa, independentemente aos veículos, mas que não os apaga: o Desfoka. Como explica Chris, o Desfoka, lançado no dia 4 de julho, surgiu pela necessidade de expandir o espaço da kombi e aprofundar as questões artísticas do projeto. "A gente está mudando o formato e também tentando servir de inspiração para que todo mundo entre nessa. É um convite para que as pessoas desfoquem dos seus formatos." A proposta contou com uma experiência-piloto, no início do ano, em Bento Gonçalves, mas teve seu início oficial no espaço da Kombina em Porto Alegre.
A criação do Desfoka não caracteriza uma continuação da Kombina, mas sim uma ampliação do trabalho produzido nas kombis, com a intenção de favorecer mais públicos, uma vez que a kombi não entra em determinados espaços. "Todos esses novos formatos que a gente tem chegam muito além da kombi, porque, por mais que ela rodasse, ela era mais limitada", explica a escritora. Atualmente, a Kombina e o Desfoka compõe um selo literário, um selo musical - com o qual está gravando seu primeiro álbum -, uma peça de teatro, um espetáculo de música, uma livraria que circula (na ideia de um "booktruck") e um curso de capacitação.
A livraria móvel, ou "booktruck", segue a ideia de penetração de espaços culturais da Kombina, que entra nas feiras que também acompanham o propósito dessas feiras que também são móveis e "desfocadas". Já o projeto Kombina Semente apresenta-se como um curso para interessados em construir um ambiente que compartilha arte e criatividade para formação de brincadores e mediadores de leitura. As aulas são esporádicas, no formato de uma escola aberta, na qual a Kombina faz o chamamento para elas no espaço da Kombina ou nos espaços em que são convidados. O curso tem 20 horas por aula e oferece material de estudo e certificado de conclusão.
O espaço da Kombina, localizado no bairro Floresta na Capital, abriu seu recinto ao público pela primeira vez com o lançamento do Desfoka. "Os formatos estão sendo desafiados, então acho que a gente está tentando desafiar as nossas próprias formas de produzir", conta Chris, relacionando o propósito do projeto com o acréscimo do ambiente físico da Kombina aos veículos já conhecidos do público.
Nos cinco anos de existência, a Kombina coleciona projetos de diferentes frentes culturais no seu histórico. Desde uma oficina de escrita criativa para jovens no projeto Revolução Falada - que gerou um livro de poesias e performances de leitura -, a temática Kombi Karlos (Comunidade Cultural Carlos Urbim), uma homenagem ao escritor Carlos Urbim e que conta com um livro escrito à mão por ele, a poesia está muito presente no trabalho produzido por Chris. Urbim também esteve presente no projeto "Karavana da Kombina", que uniu o brasileiro e a poetisa uruguaia Juana de Ibarbourou em um encontro ficcional entre os autores, tanto no Rio Grande do Sul quanto no interior do Uruguai.
 
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