Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 24 de Junho de 2019 às 03:00

Inovações do País ganham destaque global

Embrapii possui R$ 1,5 bilhão para financiar novos projetos nacionais

Embrapii possui R$ 1,5 bilhão para financiar novos projetos nacionais


/JOSÉ PAULO LACERDA/DIVULGAÇÃO/JC
Em meio a dados que mostram o atraso do Brasil na inserção tecnológica, um grupo de empresas se destaca no desenvolvimento local de projetos inovadores. Alguns deles têm potencial de ser referência global, como o nanosatélite criado pela Visiona (joint venture entre Embraer e Telebrás) em parceria com o Senai Cimatec.
Em meio a dados que mostram o atraso do Brasil na inserção tecnológica, um grupo de empresas se destaca no desenvolvimento local de projetos inovadores. Alguns deles têm potencial de ser referência global, como o nanosatélite criado pela Visiona (joint venture entre Embraer e Telebrás) em parceria com o Senai Cimatec.
Vários projetos foram apresentados na semana passada no congresso de inovação realizado em São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comum, eles têm apoio financeiro da Embrapii, entidade vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que participa com um terço dos custos de desenvolvimento dos projetos selecionados. A entidade tem R$ 1,5 bilhão para esse apoio, ao longo de seis anos.
FlatFish
Em desenvolvimento desde 2013, o minissubmarino autônomo FlatFish, na versão conceito, atua em uma profundidade de até 300 metros para inspecionar tubulações e equipamentos de uso na exploração marítima de petróleo. A versão oficial, que já está a caminho, poderá operar a mais de 3 mil metros de profundidade, informa Diego Russo Juliano, engenheiro da Shell. A empresa é responsável pelo projeto em parceria com o Senai Cimatec e a Saipem do Brasil. A nova versão é a que vai para o mercado em 2020.
O robô ficará a maior parte do tempo em uma "garagem" subaquática ou, quando necessário, em uma plataforma ou navio. O FlatFish tem equipamentos para fotos e vídeos, inclusive com capacidade para imagens em 3D, e fará a coleta de dados. Da "garagem", o submarino poderá transmitir as informações aos sistemas que serão acompanhados diariamente por operadores na superfície. A Saipem poderá comercializar os serviços para diversos países.
Robô Snake
Simular os movimentos de um braço, com a agilidade de uma cobra, é a missão do Robô Snake. Desenvolvido para atividades como inspeção de solda, aplicação de cola e soldagem a laser em partes de difícil acesso, o equipamento deve ser usado primeiro na linha de produção de carros. A demanda partiu da General Motors que, há três anos, procurou a Embrapii e o Instituto Senai de Inovação para a parceria. O equipamento deve ser liberado para uso comercial em dois anos.
"A novidade não é o robô, mas o mecanismo que dá agilidade para simular movimentos do braço, como ombro, cotovelo e pulso", diz Carlos Sakuramoto, gerente de tecnologia e inovação da GM. Outro diferencial em relação a robôs similares é a maior capacidade de carga, de 15 quilos na ponta (mão). Ele pode substituir de dois a quatro robôs convencionais. Ainda não está definido o responsável pela produção, mas o Snake pode ser usado por várias empresas, e a GM receberá royalties pela tecnologia.
Nanossatélite
O primeiro satélite feito por empresas brasileiras será lançado ao espaço em 2020 e ficará em órbita a 600 quilômetros da Terra. Um satélite de grande porte, normalmente usado na área de comunicação, fica a 36 mil quilômetros. O nanossatélite, ou VCUB, é um projeto da Visiona (joint venture entre Embraer e Telebrás) e Senai Cimatec, e tem ainda a parceria da Opto Space, empresa do grupo Akaer que desenvolveu uma câmera com tecnologia inovadora no mundo para ser acoplada ao equipamento.
"A imagem será como olhar de Campinas (SP) um carro estacionado no Rio de Janeiro", compara João Paulo Campos, presidente da Visiona. A empresa foi criada em 2012 para trabalhar no desenvolvimento de satélites. O VCUB poderá monitorar desmatamentos, queimadas, além de uso meteorológico e de defesa.
Consultório portátil
Testado recentemente no atendimento de índios em uma aldeia no Paraná, o consultório odontológico portátil está em processo de certificação para lançamento. Hoje, custaria cerca de R$ 300 mil, segundo Persio Farah Serednicki, responsável pela área de vendas da Lactec, unidade da Embrapii sem fins lucrativos e autossustentável. O equipamento reúne todas as atividades necessárias para o tratamento de dentes, com exceção do raio X. Leve, ele fica condicionado em uma mala rígida e cabe no porta-malas do carro.
Para funcionar, o consultório portátil pode ser ligado ao cinzeiro do automóvel ou tomada de 127 volts. É equipado com um tablet que controla os equipamentos e teve parte do desenvolvimento patrocinado pela D'Express, empresa formada por um grupo de dentistas de Curitiba (PR).
Fontes renováveis
O grupo de perfumaria e cosméticos O Boticário está em busca de corantes naturais que não sejam derivados de animais. O objetivo é encontrar em fungos, bactérias e microalgas a matéria-prima especialmente para produtos de cor vermelha e rosa. Boa parte das empresas utilizam corantes sintéticos ou extraídos da cochonilha - inseto que, ao ser esmagado, solta um composto avermelhado.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO