Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 14 de Janeiro de 2019 às 01:00

O fôlego curto do seguro-desemprego

Trabalhadores que são demitidos têm direito a receber multa de 40% sobre o valor do FGTS

Trabalhadores que são demitidos têm direito a receber multa de 40% sobre o valor do FGTS


/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
A maior parte dos trabalhadores brasileiros que recebem seguro-desemprego só consegue manter por dois meses e meio o mesmo padrão de vida que tinham antes de ser demitida, segundo cálculos de economistas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

A maior parte dos trabalhadores brasileiros que recebem seguro-desemprego só consegue manter por dois meses e meio o mesmo padrão de vida que tinham antes de ser demitida, segundo cálculos de economistas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Caso o trabalhador tenha sido demitido sem justa causa, ele tem direito a receber uma multa sobre os 40% dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de poder sacar o dinheiro guardado do FGTS. Esses recursos, somados ao seguro-desemprego, poderiam prolongar o sustento da família por quatro meses, segundo a Fipe.

Como a maioria das pessoas costuma cortar os gastos quando perde o emprego, esse colchão acumulado até poderia chegar a cinco meses. Dados do Ministério do Trabalho apontam que, até agosto, a maior parte dos trabalhadores que estavam cadastrados no seguro-desemprego recebia entre 1,5 e dois salários-mínimos - uma faixa de renda que vai de R$ 1.431,00 a R$ 1.908,00. A maioria dos beneficiários também era de homens e tinha o Ensino Médio completo.

O economista da instituição, Eduardo Zylberstajn, lembra que, em épocas normais de desemprego, o seguro ajuda a garantir a sobrevivência das famílias por um período razoável. Só que, com a recessão, os brasileiros ficaram desempregados por um período mais longo, o que obrigou o trabalhador a cair na informalidade até encontrar uma nova vaga.

Levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em parceria com o Dieese, ligado aos sindicatos, apontava no primeiro semestre que um trabalhador da Grande São Paulo levava, em média, 47 semanas - pouco menos de um ano - procurando qualquer oportunidade de emprego, formal ou informal. Esse é o dobro do tempo que se levava para voltar ao mercado antes da recessão.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação no País ficou em 11,6% nos trimestre móvel encerrado em novembro. O percentual é o mais baixo desde junho de 2016, mas ainda assim representa mais de 12 milhões de brasileiros desempregados. O IBGE também anunciou que o número de brasileiros que trabalham sem carteira assinada subiu 498 mil em um trimestre. Com isso, cerca de 11,7 milhões estão nessa situação.

Mesmo que os dados mais recentes mostrem que a desocupação teve queda em novembro e o mercado de trabalho já tenha começado a reagir, a perda de postos de trabalho nos últimos anos deve deixar cicatrizes profundas em diversas casas. A família de Erivaldo Leite, de 33 anos, teve de se virar com o seguro-desemprego quando ele foi demitido de uma fábrica de equipamentos eletrônicos em Jundiaí (SP). Sem um emprego formal, ele viu as contas de luz, água e condomínio se empilharem.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO