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Empresas & Negócios

- Publicada em 31 de Dezembro de 2018 às 01:00

Produção local de orgânicos em alta

Parceria entre Sebrae-RS e startup leva produtos sem agrotóxicos para consumidores

Parceria entre Sebrae-RS e startup leva produtos sem agrotóxicos para consumidores


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Pedro Carrizo
O mercado de produtos orgânicos cresce em todo o Brasil, mesmo que ainda esteja bem longe de disputar espaço com a indústria de processados e congelados. O aumento na busca por alimentos naturais, sem agrotóxicos ou conservantes, tem incentivado esse fenômeno.
O mercado de produtos orgânicos cresce em todo o Brasil, mesmo que ainda esteja bem longe de disputar espaço com a indústria de processados e congelados. O aumento na busca por alimentos naturais, sem agrotóxicos ou conservantes, tem incentivado esse fenômeno.
Assim, pouco a pouco, a relação entre consumidores e comida ganha novos espaços e conceitos, dando ao ato de "comer bem e saudável" o status de prioridade. Surfando na mesma onda, produtores locais, micro e pequenas indústrias de orgânicos e agricultura familiar conquistam novas oportunidades no mercado alimentício, gerando renda para suas famílias e democratizando o consumo de produtos sem agrotóxicos.
Por uma questão de praticidade, muitas vezes, os supermercados convertem-se na principal fonte de alimentação da população nos grandes centros urbanos. E as gôndolas de produtos pré-prontos são as mais disputadas. Pensando em fortalecer o ciclo de produtos orgânicos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) realiza, desde 2017, a capacitação de micro e pequenos produtores do segmento, a fim de fomentar o acesso ao mercado para esses empresários.
O projeto, denominado Orgânicos RS, começou com 25 empresas, que não usam pesticidas em suas produções, e será finalizado agora, no final de dezembro, "com a intenção de que os produtores conquistem, a partir deste encerramento, a autonomia para conquistar novas parcerias e, assim, gerar renda para suas famílias", diz Jociane Ongaratto, gestora de projetos do Sebrae-RS. De acordo com ela, as micro e pequenas empresas que acessaram a ação tiveram um aumento médio de faturamento de 47%, enquanto o mercado de orgânicos cresceu de 32% a 34%.
Atualmente, parte desses produtores capacitados pelo Sebrae-RS participam da nova edição da Caixa Misteriosa, iniciativa desenvolvida pela startup gaúcha Cozinhe-me, que explora o ineditismo e a curiosidade dos consumidores, ao mesmo tempo em que alerta para a importância do consumo saudável. "Fomos identificando diversas ações que impulsionassem a venda dos micro e pequenos empresários e conscientizassem para a questão dos orgânico"s, conta Jociane, acrescentando que a iniciativa da Cozinhe-me caiu como uma luva.
A nova edição, batizada de Organic Food, pode ser adquirida nas páginas virtuais da Cozinhe-me, lembrando que os condimentos só são revelados quando a encomenda chega ao consumidor. Até lá, impera o mistério. O que pode ser revelado é que a caixa contém produtos orgânicos, de indústrias locais, com a descrição sobre esses produtos e um passo a passo para o preparo de uma receita surpresa, além de contar com uma lista de músicas para ouvir enquanto cozinha e sugestões de bebidas para a harmonização com o prato.
A premissa do projeto é incentivar o consumo de alimentos artesanais e orgânicos, produzidos localmente, com ingredientes para as pessoas cozinharem a própria comida. "Buscamos proporcionar uma experiência de cozinha para o consumidor final. Uma experiência tão boa que ele possa seguir consumindo orgânicos e se dê conta de como a Região Metropolitana da Capital está cheia de produtores locais", ressalta Paulo Renato Rizzardi, um dos fundadores do Cozinhe.me e parceiro do projeto.
Segundo informações da prefeitura, Porto Alegre é a segunda capital com maior área rural do Brasil, com direito a produção de vinhos, frutas, agricultura agroecológica, plantas alimentícias não convencionais e muitas outras culturas - localizadas, em maioria, na Zona Sul e no Extremo Sul.
Conectar-se com toda essa rede de alimentos local, segundo Rizzardi, é o primeiro passo para a democratização dos orgânicos: "Ainda é caro comer bem e sem agrotóxicos, porque a população, em geral, só encontra no supermercado a fonte de alimento. O que é uma contradição, olhando para Porto Alegre, que tem o ecossistema completo da alimentação".
Esta será a nona edição da Caixa Misteriosa e não vai acabar por aí. A partir da próxima temporada, a Cozinhe-me também irá seguir a sazonalidade dos produtos que irão compor o mix surpresa, a fim de aumentar a conscientização para o ciclo da comida e o consumo menos agressivo. "Por isso o projeto é tão importante, porque incentiva a população a comer bem e também promove recursos para os micro e pequenos produtores de orgânicos", enfatiza o fundador da startup.
 
Pedro Carrizo
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