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Empresas & Negócios

- Publicada em 10 de Dezembro de 2018 às 01:00

Nova gestão da Calçados Bibi aposta em expansão


LUIZE SILVA/DIVULGAÇÃO/JC
Pedro Carrizo
Uma composição de luzes coloridas piscam a cada novo passo de uma criança. Os calçados dos pequenos, já há algum tempo, também fazem parte da brincadeira. Neles são estampados castelos, dragões, heróis, heroínas e todos os artifícios lúdicos que encantam as crianças e as colocam com os dois pés cravados na infância.
Uma composição de luzes coloridas piscam a cada novo passo de uma criança. Os calçados dos pequenos, já há algum tempo, também fazem parte da brincadeira. Neles são estampados castelos, dragões, heróis, heroínas e todos os artifícios lúdicos que encantam as crianças e as colocam com os dois pés cravados na infância.
Pioneira na fabricação de calçados infantis, a Bibi Calçados completa sete décadas de atenção ao público mirim no próximo ano. Fundada em 1949, na cidade de Parobé, no Rio Grande do Sul, a Bibi ainda mantém a sede no Estado e abastece boa parte dos locais de venda no Brasil com a fábrica gaúcha. O segundo centro de produção localiza-se na Bahia, na cidade de Cruz das Almas.
Em 2018, a empresa também celebra a primeira década em que adotou a estratégia de franquias. Há 10 anos, a Bibi investiu em lojas próprias, complementando a distribuição dos calçados nos estabelecimentos multimarcas e tornando-se pioneira no Brasil como marca infantil no setor calçadista que adotou a estratégia de franchising
"As franquias já representam 40% do faturamento total da Bibi Calçados, e ainda buscamos abrir mais seis novas lojas até o ano que vem, em países estrangeiros", diz a diretora de franquias e futura presidente da Bibi Calçados, Andrea Kohlrausch.
O aniversário de 70 anos da Bibi será de nova gestão na empresa calçadista. A partir de abril de 2019, o empresário Marlin Kohlrausch, presidente da Bibi Calçados há 30 anos, termina seu mandato e deixa o posto vago para que sua filha, Andrea, assuma o comando da empresa. Ela será a primeira mulher a presidir a Calçados Bibi.
Atualmente, a marca possui 110 estabelecimentos próprios, ações em mais de 3 mil lojas multimarcas e, de acordo com a futura presidente, a estratégia é usar os próximos anos para investir na expansão das franquias em países da América do Sul. Até dezembro, será aberta a primeira operação na Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. Já existem lojas no Peru e, para além do franchising, a Bibi também exporta para os cinco continentes, em países como Emirados Árabes, Hong Kong, Estados Unidos e Inglaterra, entre outros.
Empresas&Negócios - Em sua futura gestão, qual será a principal estratégia de mercado?
Andrea Kohlrausch - Assumo a terceira geração recebendo uma empresa saudável em todas as frentes de negócios e com o propósito de tornar a Bibi uma marca global de desejo. Nosso intuito é tornar a marca ainda mais competitiva, tanto no Brasil quanto no exterior, e integrar a equipe com uma nova dinâmica que continuará seguindo as diretrizes, os valores e o código de conduta e ética, explorando o propósito para criança ser criança. Vamos evoluir o legado deixado pelo Marlin (Kohlrausch).
Empresas&Negócios - A internacionalização através do franchising está entre os planos futuros?
Andrea - No final do ano passado e no começo deste ano, começamos a levar o modelo de franquias para o exterior, apresentando para os parceiros de longa data, que já eram importadores de nossos produtos. Acredito que, no ano que vem, vamos explorar ainda mais o mercado internacional, para que ele seja o fôlego em períodos de crise no Brasil. Focaremos, primeiramente, em países sul-americanos, por uma questão de calendário de mix de produtos, e também porque não precisa de tanta antecedência: a logística é mais facilitada para reposições. Abrimos a terceira loja no Peru neste ano, projetamos inaugurar mais seis em outros países sul-americanos, ao longo do ano que vem, e a primeira loja Bibi na Bolívia sai até dezembro, em Santa Cruz de la Sierra.
Empresas&Negócios - Existem outros modelos, fora o de franquias, que sejam viáveis para alavancar a internacionalização da Bibi?
Andrea - Já investimos há algum anos no mercado chinês. Somos ainda formigas, mas crescemos a cada ano. A Calçados Bibi também vende seus produtos no mercado internacional através de Cross Border, em canais multimarcas e outras plataformas on-line na China, como Tmall, Taobao e Mei.com. Como o crescimento das vendas neste mercado tem sido constante, buscamos expandir a atuação por meio da venda direta pelo e-commerce, lançado em 2018, com uma coleção desenvolvida exclusivamente para este canal, com cerca de 20 produtos. Desde outubro, as vendas já estão sendo feitas também pelo aplicativo Little Red Book (Xiaohongshu), uma plataforma focada na venda de produtos importados de moda e beleza, que são enviados individualmente do vendedor ao comprador. O canal tem o público-alvo que interessa bastante à marca. Estamos falando de mais de 60 milhões de usuários na China, em que a grande maioria é formada por mulheres da classe média, entre 25 e 35 anos. Atualmente, exportamos para cerca de 70 países.
Empresas&Negócios - Como a Calçados Bibi pensa o e-commerce no mercado brasileiro?
Andrea - Pensamos no e-commerce como uma ferramenta de apoio ao nosso franqueado no atendimento aos clientes, servindo como um prateleira infinita e sempre atualizada em complemento à loja física. Este foi um ano em que fizemos investimentos no e-commerce no Brasil e hoje já se pode comprar pelo computador e retirar em qualquer loja da Bibi. A gente entende a ferramenta como forma de integrar o mundo virtual e o físico. Acreditamos que o cliente enxerga a marca, independentemente da plataforma em que ela está. Por isso, o e-commerce serve muito mais para o fraqueado não perder a venda, mesmo sem o produto no estoque físico.
Empresas&Negócios - O Estado sofreu, em 2018, uma forte crise na indústria calçadista, que provocou demissões em massa. A Bibi teve que fazer cortes para seguir operando. Como a empresa encarou essa realidade?
Andrea - Vínhamos crescendo acima da média mesmo nos anos de 2015, 2016 e 2017. Não deixamos de abrir novas lojas, mas claro que tivemos que olhar internamente e fazer pequenos ajustes no sentido de buscar espaços passíveis de redução de custos. A Bibi sentiu uma trava maior do consumidor devido à recessão econômica. A greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo também frearam os investimentos neste ano. Muito varejo fechou as portas, principalmente no varejo multimarcas, mas seguimos firmes e otimistas em relação ao próximo ano. Passadas as eleições e as incertezas políticas, já estão sendo assinalados novos investimentos no Brasil e empresários brasileiros que buscam abrir franquias da Bibi.
Empresas&Negócios - Mesmo que o mercado internacional seja uma das prioridades da marca, qual o papel da fábrica em Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para o desenvolvimento da Calçados Bibi?
Andrea - A fábrica em Parobé vai além de ser nossa matriz, quando a marca foi fundada, em 1949. É também nosso centro tecnológico, de desenvolvimento de produto e de administração da Bibi Calçados. Mesmo que busquemos o mercado internacional, a nossa sede será no Rio Grande do Sul, e a base para o desenvolvimento dos calçados infantis também. A cidade de Parobé e o Rio Grande do Sul como todo servem, muitas vezes, como incubadoras de projetos novos. Já usamos diversas vezes este território como piloto para novos produtos e estratégias de mercado. Quando abrimos o processo de franquias, testamos primeiro próximo à fábrica em Parobé e vimos, então, que o franchising era possível. Por tudo isso, o centro de desenvolvimento da Bibi seguirá no Estado.
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