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consumo

- Publicada em 12 de Novembro de 2018 às 00:20

e-Commerce mira internauta sênior


FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Nos últimos dois anos, nenhum grupo cresceu mais em número de perfis no Facebook do que o de idosos. Até agosto, 7,4 milhões de pessoas com 60 anos ou mais - um quarto do total de idosos brasileiros - estavam conectadas à rede social. Um crescimento de 56% desde 2016. Os estados que possuem a maior participação de perfis 60 dentro do Facebook são Rio de Janeiro, com 8,3%; Rio Grande do Sul, com 8%; e São Paulo, com 7,4%.
Nos últimos dois anos, nenhum grupo cresceu mais em número de perfis no Facebook do que o de idosos. Até agosto, 7,4 milhões de pessoas com 60 anos ou mais - um quarto do total de idosos brasileiros - estavam conectadas à rede social. Um crescimento de 56% desde 2016. Os estados que possuem a maior participação de perfis 60 dentro do Facebook são Rio de Janeiro, com 8,3%; Rio Grande do Sul, com 8%; e São Paulo, com 7,4%.
Os dados são de um levantamento da consultoria SeniorLab. A popularização dos smartphones foi um propulsor dessa maior participação, que, segundo a pesquisa, tem como principal motivação o relacionamento com parentes e amigos. E caminha lado a lado com o avanço dessa parcela da população no e-commerce.
A tecnologia tem se tornado uma grande aliada na busca de qualidade de vida, informação, relacionamento, comunicação e integração. O Facebook foi descoberto e se tornou um grande ponto de encontro dos 60 . Desde conteúdo jornalístico e curadoria de informações a relações sociais. "Tudo ao alcance dos olhos e ouvidos na telinha dos smartphones, computadores e tablets - nessa ordem", comenta o publicitário Martin Henkel, diretor da SeniorLab mercado & consumo 60 , responsável pelo estudo.
A descoberta, diz o especialista, serve de alerta quanto aos cuidados e à atenção que as marcas precisam dar a esse canal. Impensável até três anos atrás, a rede já conquistou um quarto da população 60 do País. Até o mês de agosto deste ano, eram 7,4 milhões de perfis nesta faixa etária. Um crescimento de 56% de 2016 para cá. O Facebook tem quase 120 milhões de perfis no Brasil, e, destes, 6,2% já são de 60 . Nenhum segmento cresceu tanto em participação.
Rodrigo Amantea, professor de Marketing e coordenador da Educação Executiva do Insper, observa que, para os idosos, a rede social funciona como um grande conector de experiências e pessoas. "Enquanto para os milleniuns a rede social é a porta de saída para o mundo, para os idosos é uma forma de trazer para dentro de casa amigos e parentes, estreitar laços, compartilhar memórias e vencer medos em relação ao uso da internet", Henkel, fundador da SeniorLab, consultoria especializada no consumidor sênior.
Prova dessa adaptação é que praticamente metade (49%) dos idosos que estão no Facebook já comprou pela web. "É um público que não só posta foto, mas já experimenta relações com aplicativos de transporte e streaming de música", complementa Henkel.
Teresinha Ferreira Barbosa, de 76 anos, entrou no Facebook por influência da filha. Ela não se diz viciada, como a colega de classe Margarida Maria de Lima, de 73, que acessa sua conta desde que acorda. Ambas fazem curso de informática em uma escola especializada.
"Sou uma pessoa curiosa e adoro ler as mensagens que as pessoas me mandam. Uma vez, resolvi postar que tinha realizado uma biópsia. Em menos de três minutos, uma sobrinha que mora na Itália comentou. Várias pessoas me deram força, e isso me fez sentir mais forte até esperar o resultado", comenta Margarida, que frequenta as aulas há três anos.

Estatuto do Idoso aumentou conhecimento sobre direitos

Documento trouxe, de forma inédita, princípios da prioridade absoluta às pessoas com mais de 60 anos

Documento trouxe, de forma inédita, princípios da prioridade absoluta às pessoas com mais de 60 anos


/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Ver uma pessoa com mais de 60 anos ter prioridade na fila do supermercado, de bancos, no ônibus ou em outros locais se tornou mais comum no País. Por vezes ainda desrespeitado, o direito dos idosos de ter prioridade em diferentes serviços, entre outras garantias, ficou amplamente conhecido depois do Estatuto do Idoso, que completou 15 anos de vigência em outubro deste ano. O estatuto também aumentou o conhecimento e a percepção dos idosos sobre seus direitos.
"O idoso, hoje, sabe que não pode ser uma voz passiva, que tem direitos assegurados, isso está muito mais disseminado pela população como um todo. E não é só em relação a ter preferência na fila ou ter uma vaga para encostar o carro. Isso melhorou, mas acho que as pessoas se sentem mais empoderadas e cientes dos seus direitos", diz Alexandre Kalache, epidemiologista especializado em envelhecimento.
Na Câmara dos Deputados, 147 projetos de lei que mudam ou aprimoram alguns pontos do Estatuto do Idoso estão sob análise. A maioria trata de mobilidade, acesso à moradia, saúde, direitos humanos e questões relacionadas a trabalho, emprego e assistência social. Segundo a Secretaria da Subcomissão do Idoso, os projetos mais viáveis poderão compor um relatório com recomendações para apreciação dos parlamentares da próxima legislatura.
Criado pela Lei nº 10.741, em 1 de outubro de 2003, quando o Brasil tinha 15 milhões de idosos, o estatuto trouxe, de forma inédita, princípios da proteção integral e da prioridade absoluta às pessoas com mais de 60 anos e regulou direitos específicos para essa população. "Foi a primeira legislação que, de fato, passa a regular os direitos humanos das pessoas idosas. Trabalho na área de envelhecimento há quase 40 anos, e, na época, éramos um dos países que não tínhamos uma legislação que permitisse penas e sanções administrativas para aqueles que praticassem maus-tratos e violência", relata Laura Machado, representante da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria na Organização das Nações Unidas (ONU) e membro do conselho do HelpAge Internacional.
A partir do estatuto, pela primeira vez, negligência, discriminação, violência de diferentes tipos, inclusive a financeira, e atos de crueldade e opressão contra o idoso foram criminalizados e, hoje, são passíveis de punição. Kalache, que também é presidente do Centro Internacional de Longevidade, acrescenta que, apesar de não estar totalmente implementado, o estatuto impede o retrocesso de direitos já garantidos pela Constituição ou outras políticas transversais de proteção aos idosos.
"Por termos um estatuto do idoso, tivemos, recentemente, a reversão da decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que voltou atrás daqueles 40% de coparticipação nos planos de saúde, porque houve muitas críticas da sociedade civil, conselhos e outras entidades que disseram que isso não pode ser feito sem uma escuta, um diálogo", comenta Kalache.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Rogério Ulson, lembra que a implementação do estatuto, fruto de mobilização da sociedade, representou uma mudança de paradigma, "já que amplia o sistema protetivo desta camada da sociedade, caracterizando verdadeiras ações afirmativas em prol da efetivação dos direitos da pessoa idosa".
Em âmbito internacional, integrantes de organizações brasileiras estão articulando junto à ONU para a aprovação de uma Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa Idosa. As organizações também esperam que o Congresso Nacional aprove a Convenção Interamericana dos Direitos das Pessoas Idosas, instrumento que foi aprovado por países da América Latina, em 2015, na Organização dos Estados Americanos (OEA).
A pesquisadora Laura Machado enfatiza que a ratificação da Convenção Interamericana seria um passo importante para atualizar a política de proteção dos idosos e avançar em relação às metas estabelecidas no Plano Internacional de Madri para o Envelhecimento, de 2002, do qual o Brasil é signatário.
A iniciativa de uma convenção internacional tem o apoio do governo federal. "Significa uma mudança de paradigma da perspectiva biológica e assistencial para visão social dos direitos humanos, visando eliminar todas as formas de discriminação. É reconhecer, também, que as pessoas, à medida que envelhecem, devem desfrutar de vida plena, com saúde, segurança e participação ativa na vida econômica, sociocultural e política de suas sociedades", declara o secretário Ulson.

Mudança de perfil amplia potencial de consumo

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Com mais de 30 milhões de idosos, o Brasil começa a discutir o potencial de consumo dessa fatia relevante da população. A base não é apenas quantitativa, mas qualitativa, aponta levantamento feito pelo Instituto Ipsos, que mostra que esse público exibe grande vitalidade nos meios digitais, destaca Diego Pagura, diretor do instituto. 

"O idoso é mais ativo. Em cada 10, três trabalham, seis têm conta bancária e oito estão conectados à internet. O gasto dos maiores de 60 anos em compras digitais é de
R$ 587,00, 28% acima da média geral."

A pesquisa do Ipsos ouviu mais de 18 mil pessoas de mais de 18 anos em nove regiões metropolitanas do País, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, em 2017. E mostra que os maiores de 60 anos já gastam 18% mais com acesso à internet.
"Não há mais como ignorar esse público. A população brasileira está envelhecendo, e o mercado e as marcas começam a voltar seus olhos para esse público. Uma grande fatia deles usa a internet, e a dificuldade digital de muitos desta faixa etária não vai durar. Produtos e serviços terão de ser cada vez mais adaptados, inclusive pela força de consumo desse segmento."