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Empresas & Negócios

- Publicada em 05 de Novembro de 2018 às 01:00

Persistência e pé no chão são a base do sucesso da Anselmi

Maria de Lourdes Anselmi começou a empresa em 1981 em Farroupilha

Maria de Lourdes Anselmi começou a empresa em 1981 em Farroupilha


ANGELO DAL BÓ/DIVULGAÇÃO/JC
Tatiana Prunes
Foi em 1981 que Maria de Lourdes Anselmi começou, em Farroupilha, uma empresa que é hoje referência em tricô, na América do Sul. Com o crescimento do volume da produção, ao longo dessas três décadas, a Anselmi mudou sua sede por três vezes, estando atualmente em um parque fabril com 14 mil metros quadrados, distribuídos em setores de criação, tecelagem, costura e tinturaria própria e que é considerada uma das mais modernas do mundo. Mas o começo, ao contrário do que a consolidada empresa aparenta, foi desanimador. Conforme a diretora da Anselmi, Maria de Lurdes, o início foi sofrido. "Iniciei com o que corresponde hoje a R$ 1 mil, confeccionando 15 camisas de tecido, mas eu não contava, no entanto, com a dificuldade que enfrentaria para vender os produtos". Trabalhando, paralelamente, para três malharias, sem dinheiro ou experiência, a obstinação e a vontade de abrir o próprio negócio não a deixaram desistir.
Foi em 1981 que Maria de Lourdes Anselmi começou, em Farroupilha, uma empresa que é hoje referência em tricô, na América do Sul. Com o crescimento do volume da produção, ao longo dessas três décadas, a Anselmi mudou sua sede por três vezes, estando atualmente em um parque fabril com 14 mil metros quadrados, distribuídos em setores de criação, tecelagem, costura e tinturaria própria e que é considerada uma das mais modernas do mundo. Mas o começo, ao contrário do que a consolidada empresa aparenta, foi desanimador. Conforme a diretora da Anselmi, Maria de Lurdes, o início foi sofrido. "Iniciei com o que corresponde hoje a R$ 1 mil, confeccionando 15 camisas de tecido, mas eu não contava, no entanto, com a dificuldade que enfrentaria para vender os produtos". Trabalhando, paralelamente, para três malharias, sem dinheiro ou experiência, a obstinação e a vontade de abrir o próprio negócio não a deixaram desistir.
JC Empresas & Negócios -Como nasceu a Anselmi?
Maria de Lourdes Anselmi - Eu morava no Interior e, aos 17 anos, me mudei para Farroupilha, com muita vontade de montar o meu próprio negócio. Quando cheguei na cidade a única coisa que eu sabia fazer era trabalhar e respeitar, porque foi o que meus pais me ensinaram, as noções básicas passadas por uma família. Não tinha experiência, mas fui atuar com as malharias, com base num curso de corte e costura que fiz aos 13 anos. Estudei até a quinta série e fui criada na colônia então o conhecimento era muito pouco e não tinha dinheiro, também. Era tudo difícil, sem conhecimento e sem dinheiro. Ao longo dos três anos que segui trabalhando para as malharias, juntei um dinheirinho e consegui fazer 15 camisas. Comecei com camisas de tecido e foi onde apliquei todo o valor, o que corresponderia hoje a R$ 1 mil. Mas aí veio o desafio: vou vender para quem, aonde? Então peguei uma sacolinha, fui para o Centro e visitei lojas, não consegui vender nenhuma peça, e voltei para casa frustrada. Sem me desvincular das malharias, em um determinado dia voltando de uma delas, encontrei uma senhora, de Porto Alegre, que era revendedora. Ela foi até minha casa, mostrei meus produtos e foi quando consegui realizar a minha primeira venda. Lembro, na época, que ela me disse que me enviaria uma carta, pois na época não dispunha de telefone. A carta chegou na semana seguinte, apresentando pedido com, inclusive, referências de cor e tamanho. Então meu começo foi assim, sempre sofrido. Esses dias me perguntaram qual era minha estratégia e que deu certo até agora. A minha estratégia foi sempre buscar fazer tudo de forma correta, cuidar de todos, do funcionário ao cliente, e trabalhar muito.
Empresas & Negócios - Anselmi, hoje, é uma marca conhecida em todo o continente, qual foi o caminho?
Maria de Lourdes - Alcançamos este reconhecimento de forma bem gradativa. Sempre buscando trabalhar com o nosso melhor e também surpreendendo o cliente com o produto em sua excelência, oferecendo um bom atendimento, contentar a todos. Fazer o melhor, esse sempre foi o meu caminho, então o resultado foi se definindo com base em muito trabalho, dedicação, viagens ao exterior, pesquisas e conhecimento. Sou muito curiosa, inquieta e estou sempre buscando o aperfeiçoamento. Esse é o meu perfil.
Empresas & Negócios - A Anselmi trabalha com modelos para os comerciais que estão em bastante evidência, como foi tomada essa decisão?
Maria de Lourdes - Isso acontece há cerca de 15 anos. Mas eu te diria uma coisa, que nada adianta colocar um artigo numa atriz atraente, se este artigo não é aceito ou interessante. É tudo um conjunto, é preciso ter bom marketing, produto e atendimento, porque é como numa engrenagem, se algum dentinho não está bem, ela não gira. Se o produto não agrada pode fazer o quiser que não vai funcionar.
Empresas & Negócios - Como manter os produtos sempre atualizados, modernos, com variedades e em dia com a moda?
Maria de Lourdes - Além das malhas, nós temos a linha casa, estamos fazendo tênis de tricô e também calça jeans. Nós compramos o tecido para a confecção das calças, de cor natural e tingimos a peça depois de ela pronta, o que nos proporciona produzir com a cor do momento. É uma logística que nos permite atender o mercado de forma muito rápida. Que a gente saiba, não existe malharia, no Brasil, que possua tinturaria própria, tornando isso o grande diferencial da Anselmi. Nós trazemos fios da Índia, da China, da Itália e da Turquia e a importação é sempre um processo muito demorado. Como compramos a matéria-prima na cor crua, produzimos e colocamos no estoque tudo no tom natural tingindo posteriormente conforme a necessidade e demanda. Ou seja, muita pesquisa, viagens e, principalmente, a tinturaria interna nos proporciona atingir uma enorme agilidade no desenvolvimento das cores do momento.
Empresas & Negócios - Está nos planos da Anselmi se tornar franquia?
Maria de Lourdes - Ainda não temos essa intenção. Possuímos duas lojas próprias, dois outlet, mas por enquanto não pretendemos nos tornar franquia. A loja é nossa e qualquer intercorrência é conosco e se for franquia a coisa começa a complicar. Hoje nós estamos com uma produção de cerca de 50 mil peças/mês e vendemos para lojas multimarcas da Argentina e Região Sul do País, além de São Paulo e Minas Gerais.
Empresas & Negócios - Como empresária, o que dizer sobre a atual situação política econômica do Brasil?
Maria de Lourdes - Percebo que alguns empresários ficam atormentado com a política, apegados ao governo. No meu ponto de vista, se queremos um País melhor, temos que começar por nós. Estamos passando por um momento muito difícil, presenciando acontecimentos complicados. Então acredito que somos nós é que temos que tentar fazer o nosso melhor. Outro grande problema que eu vejo em alguns empresários é não gerenciar com parcimônia o seu patrimônio. Sobra um dinheiro e já vai comprar um carro, por exemplo. Nós, na Anselmi, temos um princípio de administração que se baseia na realidade, com o pé no chão. Na abertura de um negócio, se sair tudo errado, qual é o tamanho do estrago? Deve haver, portanto, um planejamento com responsabilidade para não perder todo o fundo.
Empresas & Negócios - Há planos de expansão?
Maria de Lourdes - Nós estamos procurando, nos dedicando sempre para não ser a maior empresa no ramo de tricô, mas sim a melhor. A nossa produção é feita mediante pedidos para as marcas Banana Café, Ambicione e Stefano Anselmi (moda masculina). Também temos a pronta entrega que atende as multimarcas e a loja on-line. Portanto, oferecemos todos os canais de venda e estão abertos e atentos ao mercado. E a equipe está em plena sintonia, todos puxando para o mesmo lado, em harmonia e com planejamento, preocupados em fazer o melhor.
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