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Empresas & Negócios

- Publicada em 05 de Novembro de 2018 às 01:00

Cultivo de oliveiras no Rio Grande do Sul

Carlos Rodrigues Py é engenheiro agrônomo

Carlos Rodrigues Py é engenheiro agrônomo


ARQUIVO PESSOAL/CARLOS RODRIGUES PY/DIVULGAÇÃO/JC
Atualmente, o Rio Grande do Sul tem em torno de 6.500 hectares de oliveiras cultivados por 330 produtores e possui diversas indústrias de azeite de oliva.
Atualmente, o Rio Grande do Sul tem em torno de 6.500 hectares de oliveiras cultivados por 330 produtores e possui diversas indústrias de azeite de oliva.
Entidades como a Embrapa e a Secretaria da Agricultura ingressaram nos processos de pesquisa e assistência técnica ao setor. Além disto, os produtores criaram o Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva) visando a defesa de seus interesses.
Ainda deve-se destacar que dispomos hoje de uma produção de mudas de excelente qualidade, fator fundamental para o êxito da exploração.
Outro fator importante diz respeito a uma linha de crédito do Bndes (ABC Oliveira) que financia este investimento com taxa de juros de 6% ao ano com quatro anos de carência e 12 anos de prazo total.
Em termos de mercado mundial devemos destacar que o Brasil é um dos maiores importadores de azeite de oliva, superado apenas pelos EUA e, em algumas safras, pela China. Segundo dados do IOOC (International Olive Oil Council, organismo sediado em Madrid) na safra 2017/2018 o Brasil importou 70 mil toneladas de azeite de oliva e os Estados Unidos 305,5 toneladas. Nossas importações de azeite de oliva cresceram de 1990 a 2013 em 440% enquanto que, em azeitonas de mesa aumentaram 170% (dados do IOOC).
O consumo brasileiro de azeite de oliva cresceu em 15 anos de 0,14 litros/habitante/ano para 0,35 litros. No entanto este consumo é ainda insignificante comparado com os consumos da Espanha (9 ls/ano) de Portugal (12 ls/ano) e da Grécia (21 ls/ano), segundo informa o IOOC.
Em favor da produção nacional ainda devemos considerar um fator muito importante que é o prazo entre a colheita da azeitona e a elaboração do azeite. Este prazo curto redunda em melhoria na qualidade do azeite. Esta é uma das razões da excelente qualidade do azeite produzido em nosso Estado o que é comprovado pelos prêmios já obtidos em exposições internacionais. Também devemos, em termos de consumo, evoluir nos critérios de escolha do azeite já que atualmente buscamos apenas baixos teores de acidez o que não significa um azeite de boa qualidade.
Com relação a clima para produção de oliveiras, o nosso Estado, assim como parte de Santa Catarina e todo o Uruguai estão situados entre as mesmas latitudes dos países mediterrâneos (maiores produtores). Com relação a clima é fundamental considerar que a oliveira não tolera excesso de umidade no ar (neblinas, p.ex.). Com relação a temperatura o ideal é que oscile entre 10 e 30Cº embora suporte temperaturas abaixo de zero.
A precipitação pluviométrica deve situar-se em torno de 1.000mm/ano.
No que diz respeito a solos, é fundamental o uso de solos bem drenados com 6,5 de pH e zero de alumínio.
O investimento para implantação de um pomar de oliveira situa-se em torno de R$ 10 mil/hectare (preparo do solo, calagem, adubações, mudas, tutores, mão de obra etc.). A partir do segundo ano existem custos de readubações, tratamentos fitossanitários e podas e a partir do terceiro ou quarto anos, devem ser acrescidos os custos de colheita. O retorno do capital investido, variável de caso a caso, situa-se em torno do sétimo ano com um potencial de produção que pode atingir 20 kg/árvore ou mais, sendo que a densidade de plantio recomendada é de 286 plantas/hectare (espaçamento de 5m x 7m).
Com relação a produção de azeite pode-se calcular, em média, 15 litros de azeite para cada 100 kg de azeitonas.
Concluindo, podemos afirmar que o cultivo de oliveiras, a industrialização do azeite de oliva e, futuramente, as diversas indústrias que deverão surgir para utilizar os resíduos da extração do azeite na fabricação de cremes, sabonetes, etc., podem representar para o Rio Grande do Sul, uma importante fonte de receita e de emprego de mão de obra.
Carlos Rodrigues Py é Engenheiro Agrônomo
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