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Empresas & Negócios

- Publicada em 24 de Setembro de 2018 às 01:00

Mudanças de comportamento em tempos exponenciais

Luís Felipe Maldaner, CEO do Tecnosinos

Luís Felipe Maldaner, CEO do Tecnosinos


TECNOSINOS/DIVULGAÇÃO/JC
Estamos assistindo ao advento de um tempo em que a velocidade se tornou parâmetro de competitividade e de ganhos em market share. Alguns chamam a isto que estamos vivendo de tempos exponenciais. Por que "exponenciais"? Primeiro, porque a velocidade multiplicou-se ao invés de somar-se.
Estamos assistindo ao advento de um tempo em que a velocidade se tornou parâmetro de competitividade e de ganhos em market share. Alguns chamam a isto que estamos vivendo de tempos exponenciais. Por que "exponenciais"? Primeiro, porque a velocidade multiplicou-se ao invés de somar-se.
Segundo, porque empresas passaram a ter seu valor multiplicado rapidamente sem ter um patrimônio consistente ou sem ser uma grande empresa de manufatura. As cinco maiores empresas em valor de mercado nos Estados Unidos hoje são fornecedoras de sistemas de tecnologia e não tem mais que 20 anos de existência. Isso é exponencialidade.
Pelo lado da demanda há mudanças radicais acontecendo. O consumidor está, cada vez mais, interessado na experiência de consumo e não no ato de possuir. A turma dos milleniuns tem preocupações diferentes, como a preservação do meio-ambiente, por exemplo, e não quer carregar a responsabilidade da posse e nem arcar com o custo da propriedade.
Para que possuir um carro, com todo o custo que ele envolve, como seguro (cada vez mais oneroso), IPVA, revisões periódicas, custo de estacionamento e de manutenção em geral, quando pode-se simplesmente chamar um carro pelo aplicativo e pagar a corrida com cartão de crédito? Possuir uma casa na praia é coisa das antigas, quando se pode, pelo aplicativo alugar uma casa, usufruir e escolher um novo destino a cada veraneio.
Num mundo em transformação é preciso ter um olhar severo sobre a oferta. Como as empresas devem se comportar tendo em mente a velocidade com que a inovação chega ao mercado? Certamente, será preciso repensar as organizações, tanto nos seus sistemas de produção, quanto de gestão. O lado da oferta terá que levar em conta a implantação das novas tecnologias que conduzirão ao novo patamar de produção chamado indústria 4.0.
Adicionalmente, essa geração que está chegando ao mercado de trabalho tem ambições e expectativas diferentes. O modelo anterior de ter um emprego na mesma empresa por toda a vida não está presente no mindset da geração milleniun. Com isso, as empresas poderão ter uma evasão de talentos maior do que o esperado. O que fazer, então? Difícil dizer ou ter uma receita para isso. O certo é que a gestão do conhecimento se torna cada vez mais fundamental. As organizações estão permeadas de conhecimento tácito que vai junto com o talento que se perde. A solução nesse caso está associada a manualização dos processos e procedimentos, procurando mitigar ao máximo esse risco da perda do conhecimento.
Um terceiro aspecto nesses tempos exponenciais é relativo ao que os néo-gurus apregoam aos quatro ventos: a perda de empregos. Se olharmos para os períodos das mudanças nos paradigmas tecnoeconômicos, sempre houve alteração na composição dos empregos, dependendo das novas tecnologias que surgiram. Por exemplo, hoje um operador de uma colheitadeira deve ter uma formação adequada para poder utilizar toda a tecnologia embarcada nessa máquina.
O que muda, na verdade, é o perfil do profissional que os novos tempos requerem. Espírito crítico, capacidade de conviver e entender culturas diferentes, pensamento e visão global e habilidades sócio-ambientais são requisitos fundamentais para os profissionais que querem se manter no mercado.
Em resumo, não há fórmulas mágicas. Acompanhar o comportamento dos consumidores, mais tendentes à experiência de consumo do que a possuir bens, bem como estar atualizado com as novas tecnologias que poderão melhorar a eficiência empresarial, são providências fundamentais para a sobrevivência nesses novos tempos.
CEO do Tecnosinos
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