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Empresas & Negócios

- Publicada em 09 de Setembro de 2018 às 22:24

Instituto Rui Spohr vai fomentar pesquisa em moda

Projeto do empresário visa preservar o acervo da marca, além de fomentar a pesquisa na área da moda

Projeto do empresário visa preservar o acervo da marca, além de fomentar a pesquisa na área da moda


FABIO MATTOS/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
Após viver tempos áureos da alta-costura e vincular seu nome à história e à cultura do Estado, o costureiro, chapeleiro, consultor de moda e empresário, Rui Spohr (pseudônimo de Flávio Henneman Spohr), fechou recentemente sua loja, no bairro Moinhos de Vento, para lançar o Instituto Rui Spohr, que, com aprovação na Lei Rouanet, visa preservar o acervo da marca, além de fomentar a pesquisa na área da moda. Sempre acompanhado de sua esposa e sócia, Dóris Spohr, Rui marcou sua carreira assinando o guarda-roupa particular de personalidades como a atriz e cantora Bibi Ferreira. Natural de Novo Hamburgo, escolheu Porto Alegre como reduto de sua arte. Iniciou sua carreira aos 22 anos, sendo o primeiro brasileiro a estudar moda profissionalmente em Paris, em 1952.
Após viver tempos áureos da alta-costura e vincular seu nome à história e à cultura do Estado, o costureiro, chapeleiro, consultor de moda e empresário, Rui Spohr (pseudônimo de Flávio Henneman Spohr), fechou recentemente sua loja, no bairro Moinhos de Vento, para lançar o Instituto Rui Spohr, que, com aprovação na Lei Rouanet, visa preservar o acervo da marca, além de fomentar a pesquisa na área da moda. Sempre acompanhado de sua esposa e sócia, Dóris Spohr, Rui marcou sua carreira assinando o guarda-roupa particular de personalidades como a atriz e cantora Bibi Ferreira. Natural de Novo Hamburgo, escolheu Porto Alegre como reduto de sua arte. Iniciou sua carreira aos 22 anos, sendo o primeiro brasileiro a estudar moda profissionalmente em Paris, em 1952.
JC Empresas & Negócios - Ao longo dos anos, seu nome, a grife e a empresa se fundiram em um só ícone. Com o fechamento da loja no Moinhos de Vento, as atividades comerciais da marca foram encerradas definitivamente?
Rui Spohr - Sim. Agora o foco é o Instituto Rui Spohr. Vivemos outros tempos, os valores da alta costura não são os valores da marca Rui, que não se adequam a essa realidade. Cuidados de acabamento, escolha de tecidos, mão de obra especializada, atendimento personalizado, acompanhamento da cliente, esmero, criatividade e modelos únicos atingem valores que a cultura de consumo atual não entende. Já há muito tempo que percebemos que a alta costura como conceito já não existia mais.
Empresas & Negócios - Qual principal característica deste novo conceito?
Spohr - A moda hoje tem uma visão de efemeridade. O clássico é visto como velho, antigo, não usável. A marca Rui produziu roupas para serem usadas por 20, 30, 40 anos ou mais. Isso é alta costura, isso é sustentabilidade. O atemporal, o reutilizável, hoje é anticomercial. Você é levado a acreditar que tem de comprar sempre, mudar seu guarda-roupa a cada ano, e até a cada estação. Isso é totalmente contra o que pregamos, o que oferecemos. Fizemos uma moda de qualidade e perene. Isso, paradoxalmente, não tem espaço hoje.
Empresas & Negócios - O que falta à indústria da moda para ter mais qualidade?
Spohr - Mão de obra especializada. Hoje, quem sabe costurar peças com plicê ou fazer bordados são senhoras da terceira idade. Corremos o risco de que este tipo de trabalho desapareça por falta de novos profissionais. Não há modelistas e, quem está atuando, cobra muito. Trata-se de um excelente mercado para ser explorado. Quem quer trabalhar com moda precisa saber algo além da informática.
Empresas & Negócios - Como será o processo de catalogação, higienização e preservação do acervo da marca? Quantas peças entram no catálogo?
Spohr - É um trabalho extenso que começa envolvendo pesquisa, organização e catalogação do conjunto a ser exposto gratuitamente para o público. Este processo será realizado com equipe técnica e ambiente adequado por um período extenso de tempo, para garantir que as peças sejam bem tratadas e organizadas. O projeto prevê a locação de depósito para armazenamento do acervo que não estiver exposto, criando assim a reserva técnica adequada da exposição, além de diversos custos de compra de material específico para restauração, limpeza, armazenamento e conservação, bem como a mão de obra necessária.
Empresas & Negócios - Em que fase se encontra o projeto?
Spohr - Estamos em fase de captação. O projeto de preservação do acervo e exposição está aprovado na Lei Rouanet do Ministério da Cultura e enquadra-se no artigo 18, o que permite a dedução de 100% do valor do patrocínio no imposto devido. Pessoas Jurídicas tributadas pelo Lucro Real, podem direcionar até 4% do imposto de renda devido e Pessoas Físicas que declarem o Imposto de Renda no formulário completo podem direcionar até 6% do imposto devido. Mas esse é um processo lento e difícil. A economia e a política do País não ajudam. Passamos por crises, por greves, Copa e agora eleições. É preciso perseverar e seguir tentando apoios, adesões. Por enquanto, a sede provisória do instituto será em nosso endereço na Miguel Tostes, 125. Ali também vamos locar outras salas para empresas de moda, costura e áreas correlatas para movimentar o espaço enquanto aguardamos a possibilidade de ter um local maior e mais adequado.
Empresas & Negócios - Quais as principais histórias que serão resgatadas e preservadas pelo acervo?
Spohr - O acervo Rui se divide em quatro coleções: objetos, textos, iconografia e têxtil. No grupo de objetos temos, basicamente, materiais em metal, madeira e tecido. A coleção textual se constitui de documentos em suporte papel de diversas origens, como por exemplo, recortes de jornal, livros, cadernos, revistas, folders, folhas avulsas, pastas. Na área iconográfica, croquis em papel, esboço com lápis grafite e pastel, além de fotografias preto e branco, bem como coloridas, abrangendo o período que vai da década de 1940 até os dias atuais.
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