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Empresas & Negócios

- Publicada em 13 de Agosto de 2018 às 01:00

Vinte anos após a privatização: nossas crianças não serão educadas com orelhões

Eduardo Navarro, Presidente Executivo da Vivo

Eduardo Navarro, Presidente Executivo da Vivo


VIVO/DIVULGAÇÃO/JC
Não há dúvidas que nos últimos 20 anos o setor de telecomunicações contribuiu fortemente para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Prova disso é que, segundo dados da Anatel e Telebrasil, há mais celulares que brasileiros (o número de aparelhos equivale a 105% da população no País), 93% têm telefonia fixa em residências e 42% dos domicílios contam com banda larga fixa.
Não há dúvidas que nos últimos 20 anos o setor de telecomunicações contribuiu fortemente para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Prova disso é que, segundo dados da Anatel e Telebrasil, há mais celulares que brasileiros (o número de aparelhos equivale a 105% da população no País), 93% têm telefonia fixa em residências e 42% dos domicílios contam com banda larga fixa.
Há conectividade, mais pessoas interagindo, mas os benefícios deste avanço ainda precisam chegar em novos espaços, especialmente nas salas de aula. Precisamos debater como a sociedade pode, e deve, ter um papel ainda mais relevante na construção de uma educação de qualidade e, principalmente, mais digital e acessível.
Há quem defenda que a escola deve ser um espaço em evolução e o processo de aprendizagem uma oportunidade para inovar. Eu me somo a eles, com a certeza de que a inovação está intrinsecamente ligada à transformação na educação das crianças, ao fazer com que se organizem e pensem diferente, com as ferramentas e metodologias adequadas. Acredito na educação como meio para melhorar o futuro das pessoas. É mesmo a base de tudo, em especial em um mundo em acelerada transformação.
Tenho a convicção de que a revolução digital veio para ficar e vai continuar influenciando a forma como as pessoas se relacionam, consomem serviços, como a sociedade interage. E, principalmente, como as nossas crianças são educadas para enfrentar com êxito esta nova realidade.
Para que isso aconteça é preciso deixar o passado para trás e evoluir. O presente já é digital. E quando trazemos isso para o universo da educação, eu chamo de inovação educativa. Vamos deixar as paredes das salas de aula de lado e ter mais imaginação. Apenas por meio de metodologias inovadoras que novos formatos de educação serão inspirados.
E, hoje, o setor de telecomunicações é um dos grandes motores dessa transformação. A conectividade faz a nossa vida ficar mais produtiva e, por meio de serviços inovadores e ampliação do acesso ao digital, somos capazes de melhorá-la.
Mas para levar os benefícios da conectividade para uma educação de mais qualidade para crianças e jovens de todo o Brasil - e de forma rápida - precisamos da ajuda de todos e, principalmente, do governo que precisa também fazer sua parte. Do ponto de vista setorial, todo o marco regulatório brasileiro foi pensado 20 anos atrás, quando havia uma necessidade de universalizar um serviço - quando as pessoas só aspiravam ter um telefone fixo, pois este era o único serviço disponível. Por isso, na época, a lei foi feita para viabilizar às famílias um telefone fixo em casa e para aqueles que não tinham, havia à disposição na rua um telefone público (o chamado orelhão).
Isso mudou. O serviço mudou. Não vivemos mais como há 20 anos. É preciso olhar para a frente, para o futuro. Hoje, praticamente todas as pessoas têm um telefone celular. Ninguém mais usa o orelhão. O acesso fixo que as pessoas têm em casa é para internet e não mais voz.
Porém, a regulamentação não acompanhou o ritmo da modernidade. Ainda somos obrigados a garantir um telefone público em casa esquina, mesmo quando registramos que metade deles não foi utilizado nem uma única vez num período de seis meses! A cada dia que passa, estamos desperdiçando tempo e dinheiro em serviços que ninguém mais usa e deixamos de investir em novos serviços que podem melhorar a qualidade da educação por meio das novas plataformas digitais já disponíveis.
Sei que ainda há muito mais por fazer, sim, e que o setor de telecomunicações encontra, hoje, alguns obstáculos que impedem que esse avanço seja feito de forma mais rápida e mais determinada, e de forma mais abrangente ainda no setor da educação. Tais obstáculos têm dificultado o desenvolvimento do País.
A carga tributária, por exemplo, é muito alta - equivalente a quase 50% do valor do serviço prestado. É necessário evoluir o entorno regulatório para revolucionar a infraestrutura do País. O atraso na mudança da legislação pode ser irrecuperável. Assim como os orelhões obsoletos e as salas de aula convencionais, é necessário se livrar de conceitos que já não se aplicam ao cenário atual.
Mesmo com todos os obstáculos, o setor quer evoluir, fazer a transformação digital e levar a conectividade para todos, de Norte a Sul do País. Já estamos fazendo a nossa parte e estamos contribuindo para o desenvolvimento de setores da economia como cidadania (eleições eletrônicas, documentos digitais), saúde (cirurgias remotas), segurança pública (inteligência para as forças policiais), além da agricultura e pecuária (internet das coisas no campo). Desde a privatização 20 anos atrás, o setor de telecom já investiu valores corrigidos em torno de R$ 1 trilhão, tornando os serviços ainda mais acessíveis à população Brasileira.
É até compreensível que o setor de telecomunicações seja criticado pela adequação de seus investimentos, mas nunca por ter deixado de fazer os investimentos necessários. Para o Brasil digital do futuro acontecer, amplamente conectado, é preciso investir. Com investimentos nas tecnologias certas, modernas e aderentes, conseguiremos garantir uma melhor qualidade de serviço para toda a população, incluindo as crianças nas escolas. Com isso, o desenvolvimento econômico e social - nossa prioridade por meio da transformação digital - será de fato conquistado. Como saímos do discurso e começamos a colocar em prática é a grande questão. Entendo que a confiança e a crença de que seremos todos capazes de avançar, juntos, são primordiais, lutando e trabalhando firme para construir esse País que queremos.
Presidente Executivo da Vivo
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