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Automotor

- Publicada em 23 de Julho de 2019 às 15:47

Ford teve papel crucial nas missões espaciais da Nasa

Em associação com a Philco, montadora projetou o centro de controle de Houston (EUA)

Em associação com a Philco, montadora projetou o centro de controle de Houston (EUA)


FORD/DIVULGAÇÃO/JC
A chegada do homem à Lua está fazendo 50 anos e, entre as curiosidades desse feito histórico, há a fundamental atuação da Ford na missão da Apollo 11, cujo módulo lunar pousou no dia 20 de julho de 1969. A construção e manutenção do centro de controle da missão teve participação direta da montadora.
A chegada do homem à Lua está fazendo 50 anos e, entre as curiosidades desse feito histórico, há a fundamental atuação da Ford na missão da Apollo 11, cujo módulo lunar pousou no dia 20 de julho de 1969. A construção e manutenção do centro de controle da missão teve participação direta da montadora.
A história começa com a Philco, fundada em 1892 para fabricar lâmpadas de arco de carbono, antes de iniciar a produção de baterias, rádios e televisores. Em 1953, seus engenheiros inventaram o transistor de barreira de superfície – o primeiro transistor de alta frequência que permitiu o desenvolvimento de computadores de alta velocidade.
Esse esforço para miniaturizar e aperfeiçoar o transistor levou a Philco a trabalhar com as Forças Armadas dos Estados Unidos e a Nasa. Mas, em 1960, dificuldades financeiras levaram a companhia a procurar um comprador.
“A Ford queria expandir sua oferta de produtos para além da indústria automobilística e foi atraída pelas tecnologias inovadoras da Philco. Adquiriu a empresa em 1961 e transformou sua Divisão Aeronotronica em uma nova organização, a Philco-Ford”, conta Ted Ryan, gerente de arquivos e patrimônio da Ford.
Em 1963, a Philco-Ford enfrentou gigantes da tecnologia, como IBM, RCA, Lockheed, Hughes Aircraft e AT&T, na disputa para desenvolver o centro de controle do novo Centro Espacial Tripulado em Houston e, mesmo vista como um “azarão”, foi escolhida como fornecedora principal do projeto.
“Sem a fusão com a Ford, a empresa provavelmente não teria sido considerada para o trabalho, devido à magnitude dos recursos de engenharia necessários”, lembra Walter LaBerge, gerente da então Philco-Ford Houston Operations.
As responsabilidades do trabalho da Philco-Ford eram imensas, desde o projeto dos sistemas de hardware e software para a solução de problemas que nunca haviam sido enfrentados antes, até a fabricação, instalação e testes do centro de controle, incluindo a ligação e gerenciamento de dados dos pontos de rastreamento remoto da Nasa.
“Em suma, o que a Nasa precisava para garantir um pouso na Lua nos anos 1960 era uma grande capacidade de tomada de decisão assistida por computador, que ninguém tinha quando a Philco-Ford recebeu o contrato”, registra um documento da empresa da época.
O centro de controle da missão foi concluído em cerca de dois anos – a tempo de monitorar a missão Gemini 3, em março de 1965 – e tornou-se totalmente funcional alguns meses depois, quando todas as operações foram transferidas do Cabo Kennedy para o Centro Espacial Tripulado em Houston.
Além de projetar e construir o centro de controle, a Philco-Ford forneceu equipes de suporte técnico e engenharia durante a construção e as operações. O projeto passou por atualizações para cada missão, que exigiram até dois milhões de mudanças na fiação.
Outros dados da empreitada continuam impressionando, mesmo 50 anos depois: o centro de controle da missão abrigou o maior conjunto de equipamentos de transmissão de televisão do mundo; mais de 96 mil quilômetros de cabos foram instalados e supervisionados para as operações; mais de 1.500 dados diferentes de telemetria – da saúde dos astronautas aos resultados dos testes de voo – eram enviados ao centro simultaneamente.
A Philco-Ford participou de todas as missões Apollo, mas duas se destacam pela complexidade. A Apollo 8 foi a primeira espaçonave a orbitar a Lua e retornar à Terra, o que trouxe grandes desafios para o centro de controle, pois os sinais e os dados seriam perdidos quando a nave ficasse atrás da Lua durante a órbita. Havia a preocupação de como o sinal seria recuperado, porém, o equipamento funcionou perfeitamente e até permitiu aos astronautas fazer várias transmissões do espaço.
Em julho de 1969, a Apollo 11 foi o foco do mundo. A natureza inédita da missão deixou ainda mais complexo o trabalho da Philco-Ford e da equipe de controle. Os astronautas realizaram experimentos e coletaram material da superfície lunar. Também lançaram um equipamento construído em parceria pela Nasa, Philco-Ford e IBM para monitorar as condições ambientais - após o retorno bem-sucedido dos astronautas, em 24 de julho de 1969, o aparelho permaneceu na Lua e continuou transmitindo dados durante um ano.
O trabalho da Philco-Ford no centro de controle da Nasa seguiu quando as missões Apollo deram lugar ao Skylab, à Apollo-Soyuz e ao Ônibus Espacial. Rebatizada como Ford Aerospace and Communications Corporation em 1976, a empresa passou a fornecer também serviços de comunicação por satélite.
No início dos anos 1980, a Ford Aerospace havia construído mais da metade dos satélites de comunicação em órbita. Em 1990, a Ford abandonou a indústria aeroespacial com a venda da Ford Aerospace para a Loral Corporation.
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