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Comércio exterior

- Publicada em 11 de Maio de 2022 às 18:51

Exportações do agronegócio gaúcho têm alta de 66% no primeiro trimestre de 2022

O Rio Grande do Sul exportou US$ 3,4 bilhões entre fevereiro e março de 2022

O Rio Grande do Sul exportou US$ 3,4 bilhões entre fevereiro e março de 2022


couleur/pixabay/divulgação/jc
Os recordes nas safras de trigo e soja registrados no Rio Grande do Sul em 2021 reverberaram em ótimos números para as exportações do agronegócio gaúcho no primeiro trimestre de 2022. Os dois produtos foram os principais responsáveis pela alta de 65,9% no comércio exterior do setor no período na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Em números absolutos, entre janeiro e março, o Estado exportou um total de US$ 3,4 bilhões – US$ 1,3 bilhão a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
Os recordes nas safras de trigo e soja registrados no Rio Grande do Sul em 2021 reverberaram em ótimos números para as exportações do agronegócio gaúcho no primeiro trimestre de 2022. Os dois produtos foram os principais responsáveis pela alta de 65,9% no comércio exterior do setor no período na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Em números absolutos, entre janeiro e março, o Estado exportou um total de US$ 3,4 bilhões – US$ 1,3 bilhão a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre os principais setores exportadores do agronegócio, tiveram resultados positivos no período o complexo soja (US$ 770,5 milhões; +144,2%), cereais, farinhas e preparações (US$ 737,9 milhões; +201,4%), carnes (US$ 553,4 milhões; +7,5%), fumo e seus produtos (US$ 493,2 milhões; +37,4%) e produtos florestais (US$ 299,7 milhões; +24,6%).
“O Estado está com um mercado internacionalmente bastante aquecido. As exportações de soja e trigo vêm muito bem. O trigo teve safra recorde no ano passado, é natural que se exporte bastante. Vemos grande aceitação do nosso trigo no mercado externo, o que é muito positivo. E a soja, historicamente, é muito forte”, explica o analista de relações internacionais da Farsul, Renan Hein dos Santos.
Entre os principais destinos das exportações gaúchas, a União Europeia (UE) superou a China no período e recebeu 19,8% de tudo o que o agronegócio do RS vendeu no trimestre. O país asiático vem na segunda posição (17,7%), seguido da Arábia Saudita (5,1%), Indonésia (4,7%) e Estados Unidos (4,7%).
“Não é que a União Europeia esteja importando muito mais, mas a China reduziu as segurou um pouco as importações de soja e de carne suína. O rebanho (de porcos) deles ainda não se recuperou da peste suína, por isso compram menos soja, e estão importando mais carne bovina”, relata Santos.
A demanda europeia para o agro gaúcho ainda não demonstrou, no primeiro trimestre, reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia ao leste do continente. A tendência, contudo, é que os impactos do conflito venham a ser percebidos nos próximos meses. “A Ucrânia é o celeiro da Europa. Se espera que naturalmente haja uma maior demanda”, diz o analista.
O trigo vive grande momento no Estado nos últimos anos. No setor de cereais, farinhas e preparações, a alta nos números se deve à elevação justamente nas vendas deste cereal de inverno (mais US$ 470,2 milhões; +383,6%). O volume exportado do trigo no primeiro trimestre chegou a 1,97 milhão de toneladas, o maior de toda a série histórica iniciada em 1997. Com demanda em alta e oferta limitada, os preços médios do produto subiram 39,3% em relação ao mesmo período de 2021. "A partir de março, com o avanço da ofensiva russa na Ucrânia e a consequente restrição de oferta no Mar Negro, as cotações voltaram a subir rapidamente, favorecendo ainda mais as exportações do RS, que colheu uma safra recorde em 2021", destaca Sérgio Leusin Jr.
As primeiras informações sobre as vendas externas do setor em 2022 foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (11) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG) no boletim "Indicadores do Agronegócio do RS". Elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Jr. e Rodrigo Feix, o documento contempla ainda os dados sobre o emprego formal no campo nos três primeiros meses do ano.
A guerra na Europa entre dois dos principais exportadores de trigo do mundo gera destaque ao Brasil enquanto fornecedor do cereal. “Tudo converge para uma safra muito estimulada. Já ouvimos de diversas autoridades, desde embaixador dos Estados Unidos no Brasil até embaixador da China, repetir que o Brasil é um importante player no mercado mundial de alimentos. O mundo enxerga o Brasil assim hoje. Uma prova é o relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) dizendo que não pode faltar fertilizantes no Brasil, se não vamos ter uma crise mundial de alimentos”, afirma Santos.

Emprego formal no campo gaúcho tem saldo positivo

Período do ano de maior contratação de mão de obra no campo, o primeiro trimestre em 2022 registrou um saldo positivo de 21.291 empregos formais no estado. A diferença entre o número de admissões e de desligamentos no período ficou pouco abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (26.473). Entre janeiro e março, o agronegócio foi o responsável por 37,8% do saldo de empregos gerados no Rio Grande do Sul, que teve um total de 56.337 empregos formais.
Entre os tradicionais segmentos do agronegócio, o setor conhecido como "depois da porteira", formado especialmente por atividades agroindustriais, liderou a criação de postos, com um saldo de 14.131 vagas, puxado pela fabricação de produtos do fumo (9.909 vagas). Na indústria de abate de carnes, principal setor empregador do agronegócio gaúcho, o estoque de empregos formais em março de 2022 era de 66.842 vagas, contra 68.011 postos no mesmo mês do ano anterior.
No segmento "dentro da porteira", de atividades agropecuárias, o saldo de 5.478 postos teve como destaque as atividades de colheita da maçã, tradicional do período nas regiões da Serra e dos Campos de Cima da Serra.
E no segmento "antes da porteira", das atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos, o saldo positivo foi de 1.682 empregos com carteira assinada nos três primeiros meses do ano.
"Desde o terceiro trimestre de 2020, a produção nacional de máquinas agrícolas está em recuperação, após ser gravemente afetada nos primeiros meses da pandemia. O avanço na produção de grãos no país e as ótimas margens de rentabilidade das duas últimas safras estão sendo importantes fatores de estímulo para a aquisição de novos maquinários", avalia Rodrigo Feix.