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Agro

- Publicada em 08 de Dezembro de 2021 às 18:42

Faturamento das cooperativas agropecuárias gaúchas cresce 49% até outubro

Diretoria da entidade vê um cenário nebuloso para 2022, puxado pelo clima e alta dos custos

Diretoria da entidade vê um cenário nebuloso para 2022, puxado pelo clima e alta dos custos


ANDRESSA PUFAL/JC
Diego Nuñez
As cooperativas agropecuárias gaúchas tiveram um grande ano de vendas em 2021. Entre janeiro e outubro deste ano, o faturamento foi 49,2% superior ao mesmo período de 2020. Nos 10 primeiros meses do ano passado, R$ 19,8 bilhões foram recebidos pelas 31 cooperativas ligadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS). No mesmo período de 2021, foram R$ 29,8 bilhões em faturamento. Os dados foram anunciados durante entrevista coletiva de final de ano promovida pela Fecoagro, na sede na entidade, no Centro Histórico de Porto Alegre.
As cooperativas agropecuárias gaúchas tiveram um grande ano de vendas em 2021. Entre janeiro e outubro deste ano, o faturamento foi 49,2% superior ao mesmo período de 2020. Nos 10 primeiros meses do ano passado, R$ 19,8 bilhões foram recebidos pelas 31 cooperativas ligadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS). No mesmo período de 2021, foram R$ 29,8 bilhões em faturamento. Os dados foram anunciados durante entrevista coletiva de final de ano promovida pela Fecoagro, na sede na entidade, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Os resultados, mesmo que tenham apresentado crescimento, não acompanharam o grande aumento no faturamento, muito em função dos custos de produção, que aumentaram e seguem impactando drasticamente desde o início da pandemia. Nos resultados, houve variação positiva de 9,2%.
Após um 2021 de muitas vendas, a entidade prevê um 2022 difícil. O clima seco já apresenta dificuldade, por exemplo, na produção de milho, com possibilidade de quebra de safra – seria a terceira seguida. Segundo a Fecoagro, o milho, na safra 2021/2022, já tem 29,4% de perda na produtividade devido à falta de chuvas nas regiões produtoras do Estado, “São dados do dia 29 de novembro. Daquele dia para cá, só piorou. Se fizer outra rodada daqui um tempo, certamente isso será mais grave. A perda é muito séria. Nas áreas irrigadas, temos uma perda de 3,7%. Se consolida o caminho de que, para produzir milho no RS, tem que ter irrigação”, analisa o presidente da Fecoagro, Paulo Pires.
Se essa perda de produtividade de 29% se confirmar, é possível que o resultado seja um prejuízo de R$ 2 bilhões para as cooperativas gaúchas, considerando-se o preço da saca de milho pago ao produtor nas cooperativas, de R$ 81,00.
O clima seco também tem retardado a plantação de soja no Estado, que já deveria estar completa nesta época do ano, mas que ainda não foi finalizada em algumas poucas agroindústrias. “O clima está complicando bastante a produção. Ontem, fiz  praticamente 500 quilometros da BR-285 e da BR-386, que praticamente corta as lavouras do RS, e é muito preocupante. Devíamos ter toda área de soja plantada, e não temos. Temos quebra já estruturada no milho. É muito sério”, afirma Pires.
Outra preocupação da entidade para 2022 é na possível falta de insumos, principalmente fertilizantes e alguns produtos químicos, como o potássio e o lifosfato. Mesmo se estes produtos estiverem disponíveis para o mercado brasileiro no ano que vem, eles certamente estarão mais caro. Apenas o lifosfato, nos últimos 12 meses, triplicou de custo para os produtores, segundo a Fecoagro.
Essa falta de alguns químicos e fertilizantes causa grande preocupação para a safrinha do Brasil, que é a grande fornecedora de milho para o país. É o safrão, na verdade. É uma coisa muito séria para 2022. Não tendo esses insumos, pode ser que a perspectiva de produção seja menor”, diz o presidente da entidade.
No trigo, os custos para se produzir o cereal cresceram 61,5% entre novembro de 2020 e novembro de 2021. Passou, portanto, a ser necessário a venda de 67 sacas de trigo por hectare para se garantir rentabilidade, ante 45 sacas no ano passado. No ano que vem, o produtor vai ter que ser acostumar com o avanço nos custos, que não têm previsão de recuo a curto ou médio prazo. Com encarecimento de insumos, fertilizantes, frete marítimo, energia, o dólar valorizado perante o real e possibilidade de perda de produtividade, é possível que a rentabilidade das agroindústrias gaúchas seja afetada em 2022.
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