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Lavouras

- Publicada em 10 de Outubro de 2021 às 18:41

Safra de inverno no RS deve atingir recorde

Produção do trigo gaúcho é estimada em 3,59 milhões de toneladas

Produção do trigo gaúcho é estimada em 3,59 milhões de toneladas


/FECOAGRO/DIVULGAÇÃO/JC
A Emater atualizou a estimativa para a produção de grãos de inverno e a safra de 2021 deve ser a maior da história. A produção das culturas de trigo, canola, cevada e aveia branca no Rio Grande do Sul pode atingir as 4,58 milhões de toneladas, registrando um aumento de 61,3% em relação à Safra anterior - 2,84 milhões de toneladas.
A Emater atualizou a estimativa para a produção de grãos de inverno e a safra de 2021 deve ser a maior da história. A produção das culturas de trigo, canola, cevada e aveia branca no Rio Grande do Sul pode atingir as 4,58 milhões de toneladas, registrando um aumento de 61,3% em relação à Safra anterior - 2,84 milhões de toneladas.
A previsão inicial, divulgada em junho deste ano, era de que a colheita deste ano fosse ser 32,5% em relação à safra de inverno 2020. Somente a cultura do trigo - cuja colheita já começou no Estado, atingindo 3% da área plantada, de acordo com o último Informativo Conjuntural da Emater - deve ser responsável pela produção de 3,59 milhões de toneladas do cereal, o que representa um incremento de 70,95% em relação ao ano passado (2,1 milhões de toneladas). A atualização dessa perspectiva representa ainda um aumento de 24,04% em relação à estimativa inicial: 2,89 milhões de toneladas.
A correção otimista se deve a um conjunto de fatores locais, nacionais e internacionais que beneficiam estas culturas de grãos. A área plantada, por exemplo, aumentou, atingindo 1,59 milhão de hectares. O resultado também foi puxado pelo trigo, que registrou 1,17 milhão de hectares de plantio. A produtividade esperada para a cultura deve ser a terceira maior desde 2013, chegando a 3 toneladas por hectare.
O aumento da área plantada passa por uma profissionalização das lavouras, segundo o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri. "Com profissionalismo maior dos produtores, pode se gerar um sistema de produção onde tem milho, trigo, soja, aveia... esse profissionalismo é mais fácil quando tem se tem recurso econômico, que possibilita planejamento" afirma ele.
Aumento da demanda internacional por grãos, o dólar alto, escassez na oferta de milho e boas condições climáticas possibilitaram o crescimento dos grãos de inverno, principalmente do trigo.
Expandir a área plantada no inverno gaúcho é um desejo antigo do ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra.
"Nós temos 5 milhões de hectares ociosos no inverno. A gente vê áreas imensas depois da colheita da soja esperando uma próxima plantação de soja de novo. Temos condições de aumentar 7% do PIB gaúcho. Com duas safras, nos tornamos mais competitivos", afirmou Turra.
São inúmeros benefícios em utilizar o trigo durante o inverno em locais que no verão plantam culturas como a soja e o milho. Além de aumentar a rentabilidade dos produtores, o emprego de cereais de inverno melhora a qualidade do próprio solo das lavouras. "Se adubar para a soja, e depois adubar para o milho, o solo fica muito mais preservado, e é menos custoso para o produtor que costuma utilizar o pasto", explicou Turra.
Um fator que possibilita o aumento de produção na safra de inverno é o avanço dos preços e aumento na demanda por cereais. Não fosse isso, um aumento da produção poderia gerar desvalorização dos grãos e perda de rentabilidade
"A medida que o preço sobe, viabiliza economicamente as propriedades. A escassez do milho promove a oportunidade do uso de culturas de inverno. É uma união de possibilidade: preço mais alto e aumento da demanda, criaram esse ambiente propício de crescimento", avalia o economista da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz.
Mais do que isso: o economia avalia que o trigo está avançando para um novo mercado, se tornando parte importante da cesta de insumos que compõem a ração animal. "Temos a oportunidade não de mudar o uso do pão para a ração, mas de seguir plantando trigo para o pão e plantar outras variedades nessas áreas ociosas que são voltadas à produção de ração. Com isso, conseguimos ter um novo mercado. A produção maior de inverno não vai ser destinada para a mesma demanda, mas para outro mercado", explicou Antônio da Luz.
Turra acredita que é importante salientar que o aumento da destinação do trigo para a ração animal envolve aumento da produção do cereal em si, e não afeta a destinação deste grão para suprir a demanda de produção de alimentos.

Colheita do trigo já começou no RS

A colheita da nova safra de trigo já começou no Rio Grande do Sul. De acordo com a Emater, 3% da área total cultivada com o grão já está colhida, 23% está em fase de maturação, 45% em enchimento de grãos, 27% em floração e apenas 2% recém estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Nas últimas semanas, a manutenção da instabilidade climática na maior parte das regiões do Estado, inclusive com ventos e queda de granizo em muitas áreas, causou danos pontuais em algumas lavouras de trigo. A umidade impediu a colheita em várias áreas já maduras.