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Agro

- Publicada em 30 de Agosto de 2021 às 17:06

Custos de produção acumulam alta recorde de 26,91% em 12 meses

Alta nos custos e estabilização de preços gerará resultados menores para o agronegócio gaúcho

Alta nos custos e estabilização de preços gerará resultados menores para o agronegócio gaúcho


CAMILA DOMINGUES/ARQUIVO/PALÁCIO PIRATINI/JC
Diego Nuñez
O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do agronegócio gaúcho registrou uma alta de 26,91% no acumulado em 12 meses. O resultado é o maior da série histórica do levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que teve início em 2010. “A safra 2021/22 é a mais cara desde que iniciamos nossa série histórica”, disse a economista da Farsul, Danielle Guimarães, que participa da formulação dos índices.
O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do agronegócio gaúcho registrou uma alta de 26,91% no acumulado em 12 meses. O resultado é o maior da série histórica do levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que teve início em 2010. “A safra 2021/22 é a mais cara desde que iniciamos nossa série histórica”, disse a economista da Farsul, Danielle Guimarães, que participa da formulação dos índices.
Segundo a pesquisadora, são dois fatores principais que puxaram a alta no custo de produção nos últimos 12 meses: a taxa cambial e o transporte. “O resultado se deve a uma série de fatores que acabou encarecendo os custos no decorrer do ano. Os principais são a taxa de câmbio, que encarece insumos importados, e o frete mais por causa da alta no combustível”, explica Danielle. Vale destacar também que um dos componentes que influenciaram na alta dos custos, principalmente no último mês, foram os fertilizantes, que são importados em sua maioria.
Em julho, o IICP teve forte elevação de 4,71% em relação a junho. O principal fator que influenciou a alta foi a taxa cambial que refletiu no aumento do preço dos fertilizantes. Desde o início do ano, os custos de produção apresentaram altas consecutivas. No ano, o acumulado do indicador é de 22,92%, enquanto o IPCA ficou em 4,76%.
A tendência é que os ganhos produtores acabem ficando mais curtos com a estabilização dos preços recebidos pelos produtores. Mesmo que o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) também tenha tido elevação nos últimos 12 meses, atingindo 38,66%. Neste ano, entre os meses de janeiro e julho, o índice tem alta singela de 1,5%, após um 2020 de crescimento recorde de 80,51% nos preços.
“Uma série de fatores contribuiu para a elevação dos preços em 2020, como a seca, que refletiu em menor oferta interna de produtos agrícolas, a desvalorização cambial e o aumento da demanda por alimentos em função do Auxílio Emergencial, que forneceu renda. Portanto, a safra 2020/21 foi uma safra de preço alto e com um custo que tinha sido formado lá atrás. Para 2021/22, está se mostrando preços estáveis e custo com trajetória de aumento”, afirmou a economista. O IIPR do mês de julho, por exemplo, apresentou a segunda queda consecutiva no ano. Uma variação de - 2,75% em relação ao mês anterior.
Mesmo com a alta nos custos de produção, a tendência é que essa elevação não seja automaticamente repassada para os preços. “Não sei se terá espaço para mais aumento de preço. Preço é definido internacionalmente. Claro que tem variações específicas do Brasil, mas não sai muito disso”, disse Danielle.
A alternativa que ela enxerga é que os produtores invistam em capital de giro em vez de expansão. Uma saída pode ser uma boa gestão e planejamento para compras e vendas. “A gente fez um estudo que mostrava que diferença do melhor para o pior preço na hora de comprar insumos, podendo variar cerca de 26% em diferentes momentos do ano. A mesma coisa vale para os preços recebidos, que varia cerca de 25%. Então nossa recomendação é justamente essa, realizar compras e vendas no melhor momento”, indicou a economista.
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