A colheita da uva está intensa em todo o Rio Grande do Sul, segundo informações da Emater. E o trabalho nas cantinas também. A safra decorre em condições muito favoráveis à qualidade das uvas, produzindo frutos doces, com bagas grandes e boa sanidade.
De acordo com estimativa do IBGE, publicada em dezembro de 2020, a área com plantio de uva será de 46.797 hectares, com um rendimento de 18.896 kg/ha e uma produção de 875.065 toneladas. O resultado é 14,12% maior do que o recorde obtido em 2017, que foi de 752.495 toneladas. Já em 2020 foram apenas 502.492 toneladas colhidas no Estado."A safra de 2020 foi a safra das safras em termos de qualidade. E esta safra de 2021 vai ser a safra das safras em quantidade", afirma Deunir Argenta, presidente da Uvibra.
O ano de 2020, marcado pela pandemia, foi um ano diferente para o setor. As vendas de vinhos finos aumentaram 56,56%, passando de 15 milhões de litros/ano, em 2019, para 24,2 milhões em 2020, de acordo com dados publicados pela Uvibra.
Argenta considera que o fato das pessoas estarem mais em casa, consumirem em locais próximos ou pela internet, ajudou nestes números. ""Apesar da pandemia e das duas estiagens seguidas no Estado, o setor vitivinícola está trazendo um alento para a agricultura gaúcha. Com duas safras seguidas com recordes em qualidade e em quantidade, há a esperança de um maior faturamento para o setor, trazendo desenvolvimento econômico para o nosso Estado", destaca Covatti Filho, secretário estadual da Agricultura.
E a estimativa de consumo de vinho também aumentou, de acordo com a Uvibra, passando de 2 para 2,8 litros/habitante por ano. "Nós conquistamos novos consumidores, que descobriram o vinho nacional, perceberam sua qualidade e vieram para ficar", afirma Argenta. Já os espumantes e sucos de uva, registraram queda em 2020, de 6,63% e 5,24% respectivamente.
O Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis), que desde outubro do ano passado está sendo gerenciado pela Uvibra através de um termo de colaboração firmado com a Secretaria da Agricultura, trabalha com ações de manutenção e promoção do setor vinícola e conta com recurso de R$12 milhões/ano, divididos em quatro parcelas.
Helio Marchioro, presidente do Consevitis, o conselho gestor que administra o fundo, afirma que os desafios são grandes. "O nosso plano é investir cerca de 60% dos recursos na promoção do vinho, sucos e espumantes, e 40% em pesquisa, análises e no Laren (Laboratório de Referência Enológica)", afirma.