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Agro

- Publicada em 14 de Janeiro de 2021 às 11:44

Diagnóstico revela valores nutricionais e potencial produtivo dos ervais gaúchos

Cinco polos gaúchos têm uma produção total de 277 mil toneladas de folha

Cinco polos gaúchos têm uma produção total de 277 mil toneladas de folha


EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
O Programa Gaúcho para Qualidade e a Valorização da Erva-mate (Pgmate/RS), da Secretaria Estadual da Agricultura e Emater, em parceria como setor ervateiro, está apresentando os resultados Diagnóstico da fertilidade do solo e estado nutricional dos ervais do RS. Realizado nos cinco polos ervateiros do Estado, o estudo verifica a situação nutricional da erva-mate, árvore símbolo do Rio Grande do Sul, e o manejo adotado pelos produtores rurais na condução da atividade.
O Programa Gaúcho para Qualidade e a Valorização da Erva-mate (Pgmate/RS), da Secretaria Estadual da Agricultura e Emater, em parceria como setor ervateiro, está apresentando os resultados Diagnóstico da fertilidade do solo e estado nutricional dos ervais do RS. Realizado nos cinco polos ervateiros do Estado, o estudo verifica a situação nutricional da erva-mate, árvore símbolo do Rio Grande do Sul, e o manejo adotado pelos produtores rurais na condução da atividade.
Os cinco polos ervateiros no Estado contam com 205 municípios e estão identificados por Missões/Celeiro (Palmeira das Missões), Alto Uruguai (Erechim), Nordeste Gaúcho (Machadinho), Alto Taquari (Ilópolis) e Região dos Vales (Venâncio Aires). No total, nos cinco polos a área alcança 31,6 mil hectares e uma produção de 277 mil toneladas de folha, segundo dados do último levantamento realizado em 2020, considerando as perdas pela estiagem sofrida na safra.
O diagnóstico, iniciado no ano passado, tem como objetivo principal a geração de informações relacionadas com as condições de fertilidade do solo e nutrição vegetal dos ervais do RS. Um questionário também foi aplicado junto aos produtores para reunir informações ligadas ao manejo dos ervais e condições socioeconômicas das famílias. Na primeira fase do projeto foram coletadas amostras em 128 propriedades, sendo observada uma produtividade média 746@/ha (arrobas por hectare).
“Este valor pode ser considerado baixo, tendo em vista que o potencial produtivo da cultura é mais que o dobro desta produtividade”, apontou o pesquisador Bruno Brito Lisboa.
Cerca de 30% dos ervais apresentaram produtividade abaixo de 500@/ha, enquanto outros 30% colhem mais de mil arrobas por hectare. Segundo Lisboa, este contraste em termos de produtividade é o responsável pela baixa média geral do Estado, que, de maneira geral, são semelhantes nos cinco polos ervateiros.
“Estamos buscando identificar os fatores relacionados à fertilidade do solo e nutrição vegetal que possam estar limitando a produtividade dos ervais gaúchos”, diz o pesquisador.
Os resultados das análises de solo indicam que, de maneira geral, existe uma deficiência de P (fósforo) nos solos, o que é uma condição comum no RS, e também a ocorrência frequente de baixa disponibilidade de Ca (cálcio). Por outro lado, o K (potássio) encontra-se em teores adequados na grande maioria dos ervais, bem como os níveis de matéria orgânica, a qual, entre outras funções, está ligada à disponibilidade de N (nitrogênio) para as plantas.
Em relação à acidez do solo, como o esperado, o pH médio das amostras foi de 4,9. Para a maioria das culturas, este valor seria limitante para a produtividade, porém, no caso da erva-mate, uma planta nativa adaptada a esta condição, isto não é um problema, mas pode gerar dificuldade para o manejo de plantas de cobertura do solo que não possuem a mesma tolerância para solos ácidos, explicou Lisboa.
Do ponto de vista da extensão rural, o projeto representa um novo cenário no tema nutrição da erva-mate, visto não se ter ainda no RS uma análise tão especifica e completa como a que se está buscando.
“A interpretação do diagnóstico e o balanço nutricional adequado para cada erval, em cada situação, além de melhorar a viabilidade econômica do empreendimento irá garantir melhor qualidade na matéria prima, maior longevidade das erveiras e um equilíbrio no sistema produtivo, com aportes de maior sustentabilidade”, afirmou o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Ilvandro Barreto de Melo.
Segundo Melo, outro fator importante que resultará deste trabalho é a compreensão da relação entre as práticas tecnológicas adotadas comparadas à prática específica de adubação, já que há no Estado uma enorme amplitude entre diferentes produtividades, que vão desde 150 arrobas por hectare até produtividades superiores a duas mil arrobas por hectare.
“Algo está errado, precisamos compreender o porquê e corrigir essa distorção”, enfatizou o extensionista.
Outros dados da pesquisa
  • Os pesquisadores ressaltam que é necessário conhecer como as condições da fertilidade do solo estão impactando a nutrição das plantas. Nesse sentido, a análise foliar é uma ferramenta para auxiliar no diagnóstico das condições nutricionais das plantas, porém, ainda não existem valores de referência de teores foliares de nutrientes para a erva-mate.
  • Por essa razão, um dos objetivos desse projeto é a geração de informação e indicadores. Até o momento, já foi possível a elaboração de algumas aproximações que indicam, por exemplo, que apesar da baixa disponibilidade de P (fósforo) nos solos dos ervais, este fator não está sendo limitante para a obtenção de elevadas produtividades.
  • Esse tipo de informação é importante, pois permite saber se a baixa produtividade do erval está ligada a questões relacionadas somente a fertilidade do solo ou se também é em função de práticas de manejo, como poda, cobertura do solo ou outras”, completou Lisboa.
  • A segunda fase do projeto será iniciada em breve e contemplará a coleta de novas amostras em, pelo menos, mais cem propriedades. Esta nova fase tem como propósito o aumento da representatividade dos resultados.
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