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Agro

- Publicada em 18 de Dezembro de 2020 às 14:43

Novo presidente do Irga busca aumentar repasse de recursos ao instituto

Novo presidente do instituto, Ivan Bonetti é agrônomo especializado em fiscalização sanitária vegetal

Novo presidente do instituto, Ivan Bonetti é agrônomo especializado em fiscalização sanitária vegetal


Sérgio Pereira/Divulgação Irga
Thiago Copetti
O engenheiro agrônomo Ivan Bonetti, de São Borja, assumiu neste mês o comando do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), tendo como uma das prioridades dar andamento a um antigo pleito do setor: a utilização de 100% da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) pela própria autarquia.
O engenheiro agrônomo Ivan Bonetti, de São Borja, assumiu neste mês o comando do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), tendo como uma das prioridades dar andamento a um antigo pleito do setor: a utilização de 100% da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) pela própria autarquia.
O recurso, que fundamentalmente alimenta o Irga, é pago por produtores e repassado pela indústria ao caixa único do Estado, que abocanha quase metade do valor que deveria financiar a pesquisa e o apoio técnico ao produtor.
“Isso não é de agora, vale ressaltar. Sempre foi assim, mas está fazendo ainda mais falta para melhorar a estrutura e os serviços prestados pelo Irga. O arroz hoje vai muito bem, o Irga nem tanto”, alerta Bonetti.
O novo presidente do Irga é especializado em fiscalização sanitária na exportação e importação de produtos de origem vegetal e em projetos para aquisições de áreas rurais na agricultura familiar. Bonetti foi fiscal federal agropecuário, agente executor do Banco da Terra, coordenador técnico na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa gaúcha, integrante do grupo de trabalho na Frente Parlamentar da Agropecuária do Congresso Nacional, entre outras atividades ligadas ao meio rural.
Até novembro, ocupava o cargo de diretor de Política Agrícola e Desenvolvimento Rural na Secretaria da Agricultura e agora focará seus conhecimentos no desenvolvimento do arroz. Em entrevista ao Jornal do Comércio, Bonetti falou sobre as prioridades de sua gestão e sobre a necessidade de fortalecer financeiramente o instituto, iniciativa na qual é apoiado pelo secretário de Agricultura, Covatti Filho, pelo conselho deliberativo do Irga e pelos próprios produtores.
Jornal do Comércio – Entre as suas prioridades a frente do Irga está a utilização de 100% da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO). Como é feito o repasse desse valor ao Irga, hoje?
Ivan Bonetti, presidente do Irga – O Irga é uma autarquia estadual, principalmente mantida pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), uma contribuição em defesa da orizicultura paga pelos produtores rurais e recolhido pelas indústrias. Isso equivale, a mais de R$ 100 milhões, mas apenas cerca de R$ 55 milhões ficam efetivamente como Irga, já que os recursos vão para o fundo único do estado. O setor pede, há muito tempo, é que 100% da taxa fique efetivamente com o instituto .
JC - Ou seja, a atual safra de arroz, que se recurou em preços e em área semeada não se reflete também em ganhos ao Irga?
Bonetti - Exato. Isso não necessariamente uma arrecadação maior com a safra beneficie o Irga, como deveria. Melhora a arrecadação da taxa como um todo, porque a safra deve ser maior, mas o dinheiro vai para o caixa único do Estado. O produtor recolhe, hoje, R$ 0,67 a cada 50 quilos comercializados e vai aumentar em 2021, já que a taxa é corrigida pela UPF (Unidade Padrão Fiscal) do Estado, anualmente. Como acréscimo da produção, cresce também a colaboração. Porém, não necessariamente irá beneficiar o Irga e o setor, como deveria.
JC - E como o setor tenta reverter essa questão e usar os 100% da taxa para ser reinvestido no Irga?
Bonetti – Isso depende de vários fatores, e será tratada novamente em reunião do conselho do Irga na próxima terça-feira (22). Pode ser por meio do governo do Estado, diretamente pelo Executivo, ou também pode ser feito via Legislativo, com um projeto transformando em lei o repasse integral do CDO para o IRGA. A vantagem de ser feito via legislativo, por exemplo, é que se tornaria lei e passaria a ser efetivamente respeitado por qualquer governo, presente futuro, independentemente de governo.
JC - E onde o senhor alocaria mais emergencialmente um aumento nos valores repassados ao instituto?
Bonetti – O IRGA necessita desse recurso para melhor prestação dos seus serviços em geral, mas principalmente na sua atividade fim, que é a pesquisa e a assistência técnica ao produtor rural. Temos de dar melhores condições de trabalho ao servidores, estrutura física, veículos e investimentos em todas as unidades do Interior. Com isso se terá uma melhora significativa, e já foi apontado em trabalho que já viemos estudando desde que eu era responsável pelas políticas públicas do governo do Estado, quando buscamos um forma de modernizar a autarquia. Há muito tempo o diagnóstico é de que só o aumento do repasse pode melhorar efetivamente os trabalhos do Irga. É um pleito muito antigo do conselho deliberativo do instituto, dos conselheiros e do setor produtivo como um todo. Estamos vendo qual a melhor maneira de resolver isso e de forma definitiva, mesmo que demore um pouco mais.
JC - A cultura vive um ano de recuperação de preços em 2020. Como o senhor avalia o futuro das cotações?
Bonetti – O preço do arroz deve se estabilizar e em ficar em um patamar semelhante ao que se encontra agora. Os preços devem se acomodar em um valor semelhante ao atual. Não acredita em uma grande baixa ou alta expressiva.
JC - E a colheita 2021, o que se pode esperar sobre os resultados?
Bonetti - Houve uma ampliação da área semeada, mas esperamos um pouco mais para fazer uma estimativa já que a colheita ocorre apenas em fevereiro e ainda temos um risco climático no horizonte. Houve alguns problemas pontuais de falta de água com a estiagem, então vamos esperar para fazermos uma estimativa mais precisa.
JC - Um dos entraves no mercado interno são as importações.Isso tende a mudar em 2021?
Bonetti – A compra de arroz de fora do Brasil diminuiu um pouco em 2020, até mesmo pelo valor do dólar elevado. Mas ainda assim as compras externas seguem em nível acima do ideal, o que obviamente não é positivo para o setor arrozeiro.Mas não acredito em elevação dos patamares no próximo ano.
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