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Agro

- Publicada em 09 de Dezembro de 2020 às 12:20

Commodities em alta amenizam danos da estiagem e elevam investimentos

Cotação da soja teve alta de mais de 100% no ano; milho e carnes também valorizaram

Cotação da soja teve alta de mais de 100% no ano; milho e carnes também valorizaram


CLEUZA BRUTTI/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Na contramão das expectativas no início de 2020, o agronegócio gaúcho encerra o ano melhor do que o esperado – já que a estiagem queimou boa parte da produção e dos lucros do campo neste ano. Ainda assim, há saldo positivo no Valor Bruto de Produção (VPB) do setor, por exemplo, e com a manutenção dos bons preços das commodities. Em média, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), houve elevação de 19% no VPB do setor neste ano.
Na contramão das expectativas no início de 2020, o agronegócio gaúcho encerra o ano melhor do que o esperado – já que a estiagem queimou boa parte da produção e dos lucros do campo neste ano. Ainda assim, há saldo positivo no Valor Bruto de Produção (VPB) do setor, por exemplo, e com a manutenção dos bons preços das commodities. Em média, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), houve elevação de 19% no VPB do setor neste ano.
As elevadas cotações atuais fazem inclusive agricultores e pecuaristas a investirem mais em 2020 e finalizarem o ano com boas perspectivas para 2021. Como a tendência é de manutenção nos bons preços, o agronegócio deve seguir com expansão de suas produções de grãos e animais, antecipa o presidente da entidade, Gedeão Pereira, em balanço de final de ano realizado pela Farsul nesta quarta-feira (9).
Já o pior resultado vem das desidratadas perspectivas iniciadas em 2019, com a estiagem que queimou 8 milhões de toneladas de grãos no Rio Grande do Sul e deve implicar retração de 28% no PIB do agronegócio gaúcho em 2020. Isso porque, de acordo com Gedeão, produtores gaúchos amargaram quebra de até 40% da produção na soja e milho. Apesar dos danos, as cotações subindo em alguns casos mais de 100% permitiram encerrar um ano preocupante com otimismo.
“O produtor está investindo como poucas vezes a história, com boas perspectivas de mercado em praticamente todos os setores. Hoje, o agronegócio é o setor que mais investe no País”, avalia Gedeão.
O economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, reforça o aumento do interesse do produtor em investir é demonstrado pelo aumento na área plantada, de cerca de 3,5%, e dos recursos tomados pelos produtores do plano safra.
“Em 2019 os produtores gaúchos tomaram R$ 5,309 bilhões em crédito para investimentos, valor que saltou par R$ 6,985 bilhões em 2020”, detalha Luz.
A falta de chuva e os prejuízos climáticos, no entanto, levarão as atividades agrícolas no Rio Grande do Sul a fazer o caminho inverso da média nacional em 2020. Enquanto o setor dever ter incremento de 1,89 % no PIB nacionalmente, reduzindo a queda na economia brasileira como um todo a menos de 5%, o RS tem previsão de queda de quase 28%. E por isso levará ao encolhimento maior do indicador por aqui. Dependente em grande parte do agronegócio, o PIB do Estado deve ter queda de 9,69% em 2020, o dobro da estimativa nacional, de acordo com projeção a assessoria econômica da Farsul.
Entre os maiores entraves, dizem os representantes da Farsul, está a dificuldade de o produtor concretizar projetos de irrigação no Estado. De acordo com Domingos Lopes, coordenador da Comissão do Meio Ambiente, sobram recursos oficiais para irrigação porque os produtores no Estado tem dificuldades em implantar projetos.
“No norte gaúcho, por exemplo, para construir barragens e açudes seria necessário avançar um pouco nas Áreas de Proteção Permanente (APPs), o que depois se reverteria, porém, em um fauna e flora mais rica”, defende Lopes.
Além da estiagem, o cenário era preocupante também pelas incertezas da pandemia e seus reflexos na produção. Um cenário de risco que não se confirmou, comemora o presidente da Farsul.
“A pandemia gerou preocupação com falta de alimentos e até de caos no País. Nós não apenas preenchemos as gôndolas de supermercados de todo o País como mundo afora. O maior problema foi a estiagem, com danos parcialmente compensados pela valorização das commodities em geral”, avalia Gedeão.
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