Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Lavouras

- Publicada em 10 de Novembro de 2020 às 12:18

Conab espera perdas na safra gaúcha devido à estiagem

Levantamento divulgado nesta terça-feira prevê produção recorde, mas dados ainda não levam em conta efeitos climáticos

Levantamento divulgado nesta terça-feira prevê produção recorde, mas dados ainda não levam em conta efeitos climáticos


FERNANDO KLUWE DIAS/DIVULGAÇÃO/JC
A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou nesta terça-feira (10) uma previsão de recorde para a safra de verão no Rio Grande do Sul, com produção de 33,38 milhões de toneladas. No entanto, os dados, que constam no 2º Levantamento da safra de grãos 2020/2021, foram coletados até 20 de outubro e ainda não refletem os efeitos da falta de chuvas nas lavouras gaúchas, alerta Carlos Bestetti, superintendente da Conab no Estado.
A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou nesta terça-feira (10) uma previsão de recorde para a safra de verão no Rio Grande do Sul, com produção de 33,38 milhões de toneladas. No entanto, os dados, que constam no 2º Levantamento da safra de grãos 2020/2021, foram coletados até 20 de outubro e ainda não refletem os efeitos da falta de chuvas nas lavouras gaúchas, alerta Carlos Bestetti, superintendente da Conab no Estado.
“Os dados divulgados agora estão repercutindo a expectativa de mais de 20 dias atrás”, afirma Bestetti. Até então, os modelos estatísticos mostram um aumento de 43% na produção de verão em relação à safra passada, que havia sido fortemente afetada pela estiagem do verão 2019/2020.
Segundo o levantamento da Conab, na soja, a previsão era de aumento de aumento de 2,6% na área plantada, alcançando 6,055 milhões de hectares. A colheita prevista para a cultura era de 19,957 milhões de toneladas, alta de 74,4% ante 2019/2020, recuperando as perdas com a estiagem da última safra.
No milho, a previsão é de aumento de 2,1% na área plantada, alcançando 808 mil hectares, e de crescimento de 44,8% na colheita, totalizando 5.699 milhões de toneladas. Já no arroz, o levantamento estima uma área 2,4% maior para a cultura, com 968,7 hectares plantados. No entanto, a Conab espera queda de 3,0% na produção, que chegaria a 7,628 milhões de toneladas.
No entanto, o problema da falta de chuvas voltou a afetar as lavouras gaúchas. Os efeitos da nova estiagem deverão ser apontados nos próximos levantamentos da Conab. “Já temos confirmados prejuízos bem expressivos, especialmente no milho”, informa Bestetti.
De acordo com o superintendente da Conab, as previsões meteorológicas apontam chuvas abaixo da média em novembro e dezembro, com uma normalização das precipitações a partir de janeiro. Bestetti alerta que a orientação para os produtores de soja é que não semeiem agora suas lavouras, e esperem alguma possível mudança nas condições climáticas. “Também já a opção de arriscar o plantio em janeiro. Com a semeadura mais tarde do que o normal a colheita deverá ser menor, mas mais garantida", afirma.
Para todo o Brasil, a Conab estima uma produção recorde de 268,9 milhões de toneladas de grãos. O número supera em 11,9 milhões de toneladas (4,6 %) o que foi produzido na temporada de 2019/2020. A produção brasileira de soja deve chegar a 135 milhões de toneladas, em uma área estimada em 38,2 milhões de hectares. A safra total de milho também deverá ser a maior da história, com produção estimada em 104,9 milhões de toneladas, produzidas em uma área total de 18,4 milhões de hectares.

Colheita de trigo deve ser menor que a esperada, mas ainda terá crescimento ante 2019

Conab estima uma produção de 2,391 milhões de toneladas do cereal no Rio Grande do Sul

Conab estima uma produção de 2,391 milhões de toneladas do cereal no Rio Grande do Sul


WENDERSON ARAUJO/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
Para a principal lavoura de inverno, o trigo, a Conab já reduziu as estimativas de produção, devido aos impactos das geadas de agosto e à falta de chuvas em lavouras que estavam na fase de enchimento de grãos. Enquanto no levantamento divulgado em outubro a Companhia esperava um aumento de colheita da ordem de 22,2% em relação a 2019, agora a estimativa de alta foi reduzida para 8,3%, o que representa uma colheita de 2,391 milhões de toneladas do cereal.
“Mesmo com essa redução devemos ter uma safra bem melhor do que a do ano passado”, comenta Carlos Bestetti, superintendente da Conab no Rio Grande do Sul. Bestetti lembra que os produtores de trigo devem ser os únicos que irão tirar proveito da alta dos preços dos grãos, uma vez que, no caso da soja e do milho, poucos ainda tinham em estoque para vender quando houve o aumento do valor das commodities, ao longo de 2020.
O superintendente da Conab destaca que levantamento divulgado nesta terça-feira, com os dados de até o dia 20 de outubro, reflete uma colheita de apenas 46% da área plantada com trigo no Rio Grande do Sul. Atualmente, 70% das lavouras gaúchas já estariam colhidas. Segundo Bestetti, o próximo levantamento, em dezembro, já deve apresentar os dados consolidados da produção tritícola no Estado.