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2° Caderno

- Publicada em 09 de Novembro de 2021 às 03:00

ONS suspende ação de economia de energia por indústrias

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) decidiu suspender o programa que dava compensação financeira para indústrias economizarem energia, implantado em setembro para ajudar a poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) decidiu suspender o programa que dava compensação financeira para indústrias economizarem energia, implantado em setembro para ajudar a poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.

O operador alega que as condições de abastecimento melhoraram com a chegada das chuvas, mas o setor alega que o Brasil continua despachando térmicas mais caras do que os valores pagos a empresas que se dispuseram a economizar.

Segundo o ONS, "a melhora das condições hidroenergéticas, a efetividade dessas ações emergenciais e a garantia de suprimento de energia em 2021 são os principais motivadores da decisão". "A chegada do período úmido dentro do prazo esperado, além da participação dos diversos agentes e da sociedade na adoção das medidas propostas foram fatores fundamentais para garantir que, em 2021, a ponta (período de pico de energia) seja atendida sem a necessidade de utilização de reserva operativa."

O programa teve em seu primeiro mês uma oferta de 442 MW (megawatts) médios. Em outubro, oferecidos foram mais de 600 MW médios, mas o ONS parou de acionar as empresas no dia 11 daquele mês, segundo a Abrace (Associação Brasileira dos Consumidores de Energia).

O programa tinha o objetivo de reduzir o consumo nos horários de pico, para evitar o risco de apagões. As indústrias que se comprometeram a participar receberam por MWh (megawatt-hora) economizado, mas ainda não foram divulgados os valores pagos nem um balanço do programa. Sua suspensão é questionada por especialistas do setor, que defendem um papel mais ativo dos consumidores na gestão da oferta de energia no país.

"Esse programa é adotado em várias partes do mundo mesmo fora de períodos críticos. Aqui levamos décadas para implementá-lo e quando se consegue minimamente e aos trancos e barrancos, toma-se a decisão de interrompê-lo", diz o ex-diretor do ONS, Luiz Eduardo Barata.

Representantes da indústria defendem que a economia custava menos ao consumidor do que térmicas chamadas para operar de forma emergencial durante a crise hídrica, que continuam gerando energia. Para novembro, por exemplo, o preço-teto da compensação era de R$ 1.250 por MWh.

"Temos certeza que boa parte das ofertas [de economia de energia] eram e continuam sendo mais baratas que as térmicas mais caras que operador está despachando", diz o gerente de Energia Elétrica da Abrace, Victor Iocca. A associação diz que a opção por energia mais cara levará o ESS, encargo que paga a geração térmica no país, a superar os R$ 20 bilhões em 2021, atingindo o maior valor da história. Esse encargo é pago por todos os consumidores de energia do país.

Ao mesmo tempo em que a conta das térmicas explode, o preço da energia no mercado livre despenca com a previsão de boas chuvas na chegada do verão. Na semana passada, o PLD, preço que baliza as liquidações de contratos nesse mercado, chegou a R$ 101,07 por MWh nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, queda de 37% em relação à semana anterior - entre o fim de junho e o fim de setembro, o PLD ficou em seu máximo de R$ 583,88.

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